Finalmente nos mudamos. E depois? Os primeiros dias após a mudança são sempre incríveis. Tudo novo e interessante. Casa nova, vida nova. Temos tantas coisas a fazer que por um tempo nos mantemos ocupadas com coisas que preenchem os nossos dias. Mas o que fazer quando as compras, festas e passeios já não forem mais novidade? Como ter uma boa adaptação?
São diversos os motivos que levam uma pessoa, ou família a se mudarem de país. Uns mudam porque querem uma vida financeira mais estável, alguns estão à procura de qualidade de vida e segurança, outros se mudam porque são transferidos pela empresa para a qual trabalham. Entretanto, há quem mude porque quer ter uma experiência em outro país.
Seja qual for o motivo, encontramos alguns desafios que tendem a ser parecidos e comuns a todos nós. Por exemplo, na minha primeira experiência como expatriada em Dubai (EAU) há 12 anos atrás, eu comecei a me questionar sobre essas perguntas. E continuei me questionando a cada nova mudança de país. Então, fiz uma lista com 10 dicas para a mulher expatriada ter uma boa adaptação.
Encarando a realidade
1. Network de apoio
Esse é o ponto número um da lista. Quando chegamos ao novo país não temos mais nossa família, amigos ou alguém com quem possamos contar. Parece que ficamos sem rumo e levamos muito tempo até nos sentirmos parte daquele lugar.
No início é muito difícil, mas se você tem filhos vai ser um pouco mais fácil, pois através dos encontros e brincadeiras com os amiguinhos, você também começará a formar laços e fazer novos círculos de amigos passando a ter o “sentimento de pertença” ao novo país.
2. Barreira da Língua
Em muitos casos nos mudamos para um país onde o idioma nos é totalmente estranho. Esse é outro fator crucial para a nossa adaptação ao novo país, porque nos limita a comunicação. E isso pode ter um impacto muito grande na nossa socialização.
Se você tiver oportunidade prepare-se antes de mudar, faça um curso para aprender a falar o básico do que você vai vivenciar no dia-a-dia no novo país. E quando chegar, não tenha medo de falar. Comunique-se!
3. Incorporando a Cultura
Se você está mudando para o país dos seus sonhos sua vida nova pode ser incrível! Mas se você está indo para um lugar onde o clima é desfavorável, as pessoas têm uma cultura, hábitos e religião totalmente diferentes dos seus, poderá não ser tao incrível assim.
Não desanime! Tenha sempre em mente o motivo que os levou a mudar. Assim, aproveite o que o novo país tem a lhe oferecer. Tudo começa com nossa vontade em querer nos adaptarmos. Fazer amizades com os locais vai lhe abrir portas. Assim você vai ver que em breve estará se sentindo em casa.
Reconhecendo as limitações
4. Impacto da Mudança
O impacto da mudança geralmente acontece alguns meses depois de estarmos no novo país. Depois que passa a fase da novidade ou da lua-de-mel – como é conhecido na literatura do ajustamento, podemos ficar mais sensíveis e ter estados de tristeza, saudade do nosso país, família, amigos e tudo o que antes nos era familiar.
Esses sentimentos são previsíveis e se estivermos alerta aos sinais podemos lidar com nossas emoções de forma mais amena. Existem programas como o “Coaching para mulheres expatriadas” que podem lhe ajudar a iniciar um processo para estabelecer valores, crenças e objetivos alinhados com sua nova situação, a fim de fortalecê-la enquanto você se ajusta ao novo país.
5. Estado Emocional
Não ignore seus sentimentos e emoções. Identificar o que você está sentindo é o primeiro passo. Portanto, converse com o seu parceiro, procure trocar experiências com outras mulheres que passem pela mesma situação e participe de atividades que lhe tragam alegria e bem-estar.
Não tenha medo de buscar ajuda de um profissional que lhe mostre como traçar estratégias para você se sentir mais confiante, motivada e feliz no novo país. Isso pode te ajudar a encarar a mudança de outra forma. Dessa maneira você verá que não estará sozinha!
6. Encontrando alternativas
Agora que você identificou suas emoções e começou a lidar com elas, você provavelmente irá se sentir mais forte e positiva. Mas o que fazer com todas as ideias que giram em sua cabeça? Trabalhar? Começar um curso novo? Dedicar tempo à trabalhos voluntários? Cuidar do corpo e da mente?
Se você não tem certeza do que quer fazer, comece a traçar objetivos. Pesquise, fale com outros expatriados. É importante criar novas rotinas, definir metas pessoais e profissionais. Mas principalmente entender que este é o marco de uma nova vida para você e sua família.
Ultrapassando fronteiras
7. Gerenciando o tempo
Quando a gente muda os desafios práticos podem parecer pequenos, mas quando temos que começar do zero pode ser intimidador. Organizar toda a nova rotina leva tempo. Então, faça uma lista de afazeres e priorize!
Se você conseguir realizar uma tarefa a cada dia você terá a sensação que está progredindo e isso lhe dará ânimo para continuar. Existem modelos de listas e dicas online que podem lhe ajudar a gerenciar melhor o seu tempo.
8. Desafios de morar fora
Outra dificuldade que enfrentamos ao nos ajustar ao novo país é conseguir encontrar todas as coisas que tínhamos no nosso país. Como nossa comida favorita, nossa loja de roupa, médico, dentista, profissionais de estética e outros prestadores de serviço.
Por isso, tenha coragem de pedir indicação aos seus amigos e vizinhos, explore o seu bairro e não tenha medo de experimentar! Talvez você não acerte da primeira vez, mas ter opções é a melhor sugestão.
9. Encontrando um trabalho
Em muitos casos, a mudança é por causa do trabalho do marido e a esposa tem que deixar sua carreira ou profissão para trás, muitas vezes no seu auge profissional. Se esse é o seu caso, não desanime!
Tire um tempo para você e avalie como você pode adaptar suas habilidades ou experiência profissional no novo país. Existem casos em que as leis locais exigem trocas de certificados e exames para nos qualificarmos. Portanto pense, como você pode usar sua experiência anterior em seu favor?
10. Criando laços
A melhor forma de se adaptar à vida de expatriada é criar laços de amizades, tanto pessoais quanto profissionais. Isso me ajudou muito todas as vezes que mudei para um país novo.
Se você não sabe por onde começar, procure grupos como o da Bell, que além de promover encontros mensais, servem como um espaço onde nós podemos trocar dicas e informações, conhecer pessoas que estão no mesmo barco e logo, começar a formar uma nova identidade pessoal e profissional.
Encontrando suas chaves
Portanto, não se esqueça que o mais importante é você se conhecer melhor, identificar suas preferências e entender o que suas emoções te dizem. Fique firme e tenha certeza que essa fase de adaptação não dura para sempre. Afinal, não existe uma fórmula que se encaixe com todo mundo.
E lembre-se, o “Coaching para mulheres expatriadas” trabalha com ferramentas que podem lhe ajudar a encontrar as chaves certas para desbloquear seu potencial nesse momento importante da sua vida. E você, já encontrou a sua chave?
Por fim, com essas 10 dicas para a mulher expatriada ter uma boa adaptação, você pode ter uma ideia melhor de como é a vida no exterior e em vista disso, poder se preparar antes da mudança além de se manter positiva enquanto estiver se ajustando ao novo país. Vale tentar!
Adriana Meyer é consultora em Psicologia Empresarial e Coaching Executivo. Mestrado em Ciências Sociais – MSc in Business Psychology – pela Universidade Heriot-Watt (Dubai). Trabalhou em diversos setores para organizações públicas e privadas. Contribuiu com projetos sociais para a comunidade, tanto no Brasil quanto em Portugal. Sua jornada como expatriada a levou a criar um programa de “Coaching para mulheres expatriadas”, ajudando nesse processo de mudança pessoal e emocional. Email: [email protected] Twitter: AdrianaMeyer11 LinkedIn: Adriana Meyer
Respostas de 3