A experiência de expatriação, ou seja, viver em um país diferente do seu de origem, é um desafio significativo para muitas pessoas. Sendo assim, a adaptação a um novo ambiente, lidar com barreiras linguísticas e culturais, e estabelecer uma nova rede de suporte social pode ser estressante e emocionalmente desgastante.
Nesse contexto, a autocompaixão emerge como uma ferramenta poderosa para lidar com os desafios da expatriação de uma maneira saudável e construtiva. A autocompaixão é a prática de tratar a si mesmo com gentileza, compreensão e aceitação, especialmente em momentos de dificuldade, falhas ou dor emocional. Em outras palavras, isso significa, cultivar uma atitude de bondade para consigo mesmo, em vez de se criticar ou julgar severamente.
Os componentes da autocompaixão
A autocompaixão é composta por três componentes principais:
1. autocompaixão afetiva – Em um contexto de expatriação, envolve reconhecer e validar as emoções difíceis que surgem durante o processo de adaptação. Podemos dizer que é se permitir sentir-se triste, com saudade de casa ou frustrado, sem julgamento ou resistência. Em vez de negar ou reprimir esses sentimentos, a autocompaixão afetiva encoraja a abertura para a experiência emocional, o que, por sua vez, facilita o processamento e a resolução das emoções negativas.
2. autocompaixão cognitiva – refere-se à maneira como interpretamos e nos comunicamos internamente sobre as experiências de expatriação. Em vez de se culpar ou adotar uma postura autocrítica quando enfrentamos dificuldades, a autocompaixão cognitiva nos encoraja a adotar uma perspectiva mais compassiva e realista.
3. autocompaixão motivacional – é reconhecer que a adaptação a um novo país é um processo desafiador e que cometer erros faz parte do aprendizado e é fundamental para o seu crescimento. Além disso, implica nutrir uma atitude de cuidado e encorajamento para consigo mesmo. Em vez de se criticar por não estar se adaptando rapidamente o suficiente ou não estar atingindo determinados objetivos, a autocompaixão motivacional incentiva a definir metas realistas e a celebrar as conquistas, por menores que sejam.
Essa abordagem gentil e encorajadora gera motivação intrínseca e perseverança, fatores essenciais para uma experiência de expatriação bem-sucedida.
Benefícios em praticar a autocompaixão
Em primeiro lugar, a autocompaixão oferece uma maneira saudável de lidar com o estresse e a ansiedade associados à adaptação a um novo ambiente. Ao acolhermos nossas próprias dificuldades com compaixão, podemos reduzir o impacto negativo do estresse, aumentar nosso bem-estar emocional e fortalecer nossa resiliência psicológica. E assim, a partir dessa resiliência, também será possível promover a conexão humana e a construção de relacionamentos significativos.
Quando nos tratamos com bondade e compreensão, estamos mais aptos a desenvolver empatia pelos outros e a estabelecer vínculos saudáveis de amizade e apoio. Em outras palavras, essa postura acaba por nos capacitar a estender esse mesmo sentimento nos outros, criando um ciclo positivo de cuidado mútuo e solidariedade.
Por fim, a autocompaixão fortalece a nossa autoestima e autoconfiança. Ao nos tratarmos com gentileza e aceitação, desenvolvemos uma imagem mais realista e positiva. Isso nos ajuda a enfrentar os desafios da expatriação com coragem e confiança, reconhecendo que somos capazes de lidar com as dificuldades e aprender com elas.
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Importante!
Atenção, autocompaixão não significa negligenciar o autodesenvolvimento ou a busca por soluções para os desafios da expatriação. Pelo contrário, ela nos capacita a adotar uma abordagem mais equilibrada e construtiva para lidar com as dificuldades, incentivando-nos a buscar ajuda quando necessário e a aprender com as experiências.
Ao praticarmos as autocompaixões afetiva, cognitiva e motivacional, podemos fortalecer nossa resiliência emocional, cultivar relacionamentos significativos e promover uma imagem positiva de nós mesmos.
Portanto, ao embarcar na jornada da expatriação, lembre-se de ser gentil e compassivo consigo mesmo, permitindo-se vivenciar suas próprias experiências com amor e compreensão.
Outros benefícios
A autocompaixão também desempenha um papel crucial na redução dos sentimentos de isolamento e solidão durante a expatriação. Mudar-se para um novo país muitas vezes significa deixar para trás amigos, familiares e uma rede de suporte estabelecida. Esse distanciamento social pode levar a sentimentos intensos de desconexão emocional. No entanto, ao praticar a autocompaixão, podemos encontrar conforto e apoio dentro de nós mesmos.
Quando nos tratamos com gentileza e compaixão, estamos preenchendo uma necessidade emocional interna. Reconhecemos que somos dignos de amor e cuidado, mesmo quando estamos fisicamente distantes de nossas redes sociais habituais. Essa conexão interna fortalece nossa resiliência emocional e nos ajuda a enfrentar os desafios da expatriação com mais equanimidade.
Além disso, é também uma ferramenta poderosa para lidar com a autocrítica e o perfeccionismo, que são frequentemente exacerbados durante a expatriação. Quando nos colocamos em um ambiente novo, é comum nos compararmos aos outros e nos sentirmos inadequados. Ao invés de buscar a perfeição ou tentar se encaixar em um ideal inatingível, abrace as suas imperfeições e reconheça que cometer erros é uma parte natural do processo de adaptação.
Dessa forma, a autocompaixão nos libera do peso da autocrítica e nos permite abraçar a autenticidade e a vulnerabilidade, facilitando assim a construção de relacionamentos mais autênticos e significativos. Por fim, é uma habilidade que precisa ser cultivada e aprimorada ao longo do tempo. Para isso, você pode contar comigo!
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Olá! Eu sou Beatriz Setto Godoy, mais conhecida como Bia.
Uma ítalo-brasileira, apaixonada pelo mundo: por conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes.
Tenho formação em Administração, Psicanálise, em Comunicação Não-Violenta e em Programação Neurolinguistica.
Sou uma arquiteta de pessoas especialista em comunicação assertiva.
Facilito treinamentos na área de comunicação, atendimento, liderança com o foco em criar conexões e melhorar o clima organizacional adquirido nos meus 20 anos de CLT.
Com minha experiência de vida ajudo pessoas do mundo todo a se conhecerem para viverem com leveza e sentido.
Realizo atendimentos psicoterapêuticos em português e inglês.
Criei o Podcast Conecte-se com a sua Jornada, escrevo como colunista de um Blog para expatriadas e para uma revista Espanhola sobre bem estar, a Therapies Magazine e também, sou escritora de livros.
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