Mudar para outro país pode ser uma experiência enriquecedora e transformadora, mas também traz desafios significativos, especialmente para as mulheres expatriadas. Elas enfrentam não apenas as mudanças geográficas, mas também culturais, sociais e emocionais. Esse processo de adaptação pode ser complexo e, muitas vezes, solitário. É aqui que a terapia desempenha um papel crucial, fornecendo suporte e ferramentas para que essas mulheres expatriadas naveguem pelos desafios e encontrem equilíbrio em suas novas realidades.
Desafios comuns no processo de adaptação
1. O peso da solidão e do isolamento social
Muitas expatriadas se veem longe de suas redes de apoio e, inicialmente, podem encontrar dificuldades para construir novos laços. Sem dúvida, o isolamento é amplificado quando há barreiras linguísticas ou culturais que dificultam a interação. A sensação de estar “deslocada” pode ser intensa e, se não for tratada, pode levar à solidão crônica e até à depressão.
2. O impacto da dependência no relacionamento
Para aquelas que acompanham cônjuges em oportunidades de trabalho internacional, pode surgir uma sensação de dependência financeira e emocional. De fato, essa dinâmica, muitas vezes inesperada, pode gerar tensões no relacionamento, especialmente se a mulher sente que perdeu parte de sua autonomia ao mudar de país.
3. Choque cultural prolongado
Embora o choque cultural inicial seja esperado, muitas expatriadas enfrentam um desafio ainda maior: o choque cultural prolongado. Pequenos estressores diários, como diferenças em hábitos alimentares, normas sociais e modos de interação, podem se acumular e causar uma sensação de esgotamento.
4. Reinvenção profissional – terapia como apoio às expatriadas nessa busca
Expatriadas que deixam suas carreiras para acompanhar seus parceiros frequentemente enfrentam crises de identidade. Essa pausa na trajetória profissional pode gerar sentimentos de frustração e inutilidade, além de impactar a autoestima.

O impacto das mudanças na vida das expatriadas –
Ao se mudarem para um país estrangeiro, as expatriadas frequentemente lidam com uma série de mudanças:
1. Choque cultural: primeiramente, diferenças em normas sociais, idioma, hábitos alimentares e clima podem causar desconforto e estranheza.
2. Distância da rede de apoio: estar longe de familiares e amigos pode gerar sentimentos de isolamento e solidão.
3. Adaptação à nova identidade: muitas mulheres expatriadas precisam, antes de mais nada, redefinir seus papéis sociais e profissionais, especialmente se acompanham cônjuges ou pausam suas carreiras.
4. Estresse de adaptação: a necessidade constante de aprender e se ajustar pode, enfim, levar ao esgotamento emocional.
Esses fatores podem desencadear sintomas de ansiedade, depressão ou até crises de identidade, o que torna essencial buscar estratégias saudáveis de enfrentamento.

O papel da terapia no processo de adaptação de expatriadas
A terapia oferece um espaço seguro para que as expatriadas expressem suas emoções, explorem suas dificuldades e desenvolvam ferramentas para lidar com os desafios da adaptação. Abaixo, destacamos algumas formas pelas quais a terapia pode apoiar esse processo:
1. Validação e acolhimento emocional
Antes de mais nada, expatriadas frequentemente sentem que suas preocupações são subestimadas por aqueles que não passaram por experiências similares. Um terapeuta pode validar essas emoções, ajudando a pessoa a se sentir compreendida e menos sozinha em sua jornada.
2. Desenvolvimento de estratégias de enfrentamento
Por outro lado, a terapia auxilia na identificação de mecanismos de enfrentamento eficazes para lidar com o estresse, a saudade e as dificuldades do cotidiano. Técnicas como mindfulness, respiração consciente e regulação emocional podem ser ferramentas valiosas nesse contexto.
3. Terapia como promoção da autodescoberta de expatriadas
Muitas mulheres expatriadas enfrentam uma desconexão com sua identidade, especialmente se deixam carreiras ou papéis sociais significativos em seus países de origem. Nesse sentido, o processo terapêutico ajuda na redefinição dessa identidade, explorando novos objetivos e valores pessoais.
4. Suporte para relacionamentos interpessoais
Sem dúvida, construir novas amizades e manter relações à distância com familiares e amigos pode ser desafiador. A terapia pode ajudar na construção de habilidades interpessoais e na gestão de conflitos que possam surgir nesses relacionamentos.
5. Superação do choque cultural
O terapeuta pode, nesse sentido, ajudar a entender as nuances culturais do novo país, promovendo empatia e aceitação, em vez de resistência às diferenças.
Terapia online é uma excelente opção, pois para muitas mulheres que vivem em países onde a oferta de terapia na língua materna é limitada, a terapia online é uma alternativa prática e acessível. Ela permite que a pessoa receba apoio em seu idioma, independentemente de onde esteja.
Dica de leitura: Trauma, Expatriação e Autocompaixão: os desafios emocionais no exterior.
Benefícios da terapia para as expatriadas a longo prazo
A terapia não apenas ajuda as expatriadas a superar os desafios imediatos da adaptação, mas também promove benefícios a longo prazo, tais como:
. Resiliência emocional: mulheres que passam pela terapia desenvolvem maior capacidade de lidar com mudanças e incertezas.
. Confiança em si mesmas: a terapia promove, acima de tudo, o autoconhecimento, permitindo que as expatriadas se sintam mais seguras em sua capacidade de tomar decisões e construir uma vida satisfatória em um novo país.
. Conexões significativas: por meio do suporte terapêutico, elas aprendem a construir e manter relacionamentos saudáveis, não apenas no novo local, como também com suas redes de apoio no país de origem.

Quando as expatriadas devem procurar a terapia?
Embora muitas expatriadas procurem a terapia quando já estão lidando com sintomas de estresse ou ansiedade elevados, o ideal é iniciar o processo preventivamente. A terapia pode ser útil em qualquer etapa da jornada: antes da mudança, nos primeiros meses de adaptação ou mesmo anos depois, quando surgirem desafios inesperados.
A experiência de viver em outro país é repleta de oportunidades de crescimento, mas também de desafios significativos. A terapia oferece um espaço de apoio e transformação, permitindo que as mulheres expatriadas naveguem com mais confiança e equilíbrio por essa jornada. Ao buscar esse tipo de suporte, elas não apenas enfrentam melhor os obstáculos, mas também se fortalecem emocionalmente, criando uma base sólida para prosperarem em sua nova realidade.
A adaptação é um processo, e, certamente, ninguém precisa enfrentá-lo sozinha. Com a ajuda de um terapeuta, as expatriadas podem então transformar suas dificuldades em aprendizados valiosos e encontrar o caminho para uma vida plena, mesmo longe de casa.
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About The Author
Beatriz Setto Godoy
Olá! Eu sou Beatriz Setto Godoy, mais conhecida como Bia, e vivo no Brasil.
Uma ítalo-brasileira, apaixonada pelo mundo: por conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes.
Tenho formação em Administração, Psicanálise, em Comunicação Não-Violenta e em Programação Neurolinguistica.
Sou uma arquiteta de pessoas especialista em comunicação assertiva.
Facilito treinamentos na área de comunicação, atendimento, liderança com o foco em criar conexões e melhorar o clima organizacional adquirido nos meus 20 anos de CLT.
Com minha experiência de vida ajudo pessoas do mundo todo a se conhecerem para viverem com leveza e sentido.
Realizo atendimentos psicoterapêuticos em português e inglês.
Criei o Podcast Conecte-se com a sua Jornada, escrevo como colunista de um Blog para expatriadas e para uma revista Espanhola sobre bem estar, a Therapies Magazine e também, sou escritora de livros.
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