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Adaptação no exterior segundo a teoria da Curva-U

Última atualização do post:

teoria da curva em U
Flexibilidade e paciência são aliadas valiosas nessa jornada – Imagem: Arquivo Pessoal

Embarcar em uma jornada de vida no exterior significa se lançar em um mar de descobertas e desafios, navegando por diversas fases de adaptação. Neste artigo, trago para vocês uma breve explicação sobre a teoria da Curva-U (ou “U-curve” de Lysgaard), que pode ajudar bastante no entendimento desse processo.

Faz dois meses que me mudei com minha família – terceira mudança de país – retornando para a Austrália, sendo que, desta vez viemos para a cidade de Perth. Nesse período me pego por vezes recordando vivências anteriores, inclusive breves lembranças de mudanças que tive no Brasil. Da mesma forma, tenho refletido bastante sobre como é essa sensação de iniciar uma vida em outro lugar – “o recomeçar”.

Penso que as experiências que somamos na nossa bagagem, vão nos ajudando ao longo do tempo a encontrarmos maneiras que nos facilitem a nos adaptarmos melhor. E então, vamos percebendo algumas estratégias que nos ajudam, assim como outras que dificultam a nossa adaptação em uma nova morada.

Adaptação e descoberta de novos caminhos

Por certo, toda mudança e adaptação é única, pois os desafios a serem enfrentados são diferentes em cada experiência. Além disso, cada pessoa tem uma percepção e um ritmo próprios nesse percurso, já que se adaptar é um processo, e não é algo que ocorra do dia para a noite.

Adaptação significa, em outras palavras, nos acomodarmos às condições do nosso novo entorno. E quando nos referimos a um processo de adaptação a um país estrangeiro, isso acaba trazendo a reboque muito mais implicações do que imaginamos. É importante saber que nem todas as pessoas passam por esses estágios da mesma forma ou na mesma ordem, e que eles também podem variar nesse processo.

Refletindo sobre o tema e me apoiando na teoria da Curva em U, vamos pouco a pouco nos identificando no processo e compreendendo as seguintes fases:

Fases de Adaptação na teoria da Curva-U

1. Fase da Lua de Mel

É a fase caracterizada pela euforia da mudança, o entusiasmo de viver as novidades de uma outra cultura e das oportunidades que o país anfitrião pode oferecer.

Para as pessoas que precisam acompanhar seu cônjuge ou para os filhos que estão acompanhando seus pais, e que não desejavam a mudança de país, a etapa da lua de mel pode ser muito breve ou até mesmo nem chegar a existir. Assim sendo, essas pessoas, ao não vivenciarem essa fase, passam logo a lidar diretamente com o período do choque cultural. Dessa forma, a chegada em um país estrangeiro tende a ser mais conturbada e estressante do que o esperado.

Dicas para aproveitar a Fase de Lua de Mel:

  • Visite pontos turísticos e determinados tipos de lugares (museus, parques, mercados locais, paisagens) que costumam despertar seu interesse ou curiosidade de conhecer;
  • Explore a cultura, participe dos eventos e festividades típicas;
  • Experimente a culinária local, descubra os novos sabores;
  • Não perca oportunidades de se aproximar de outras pessoas e começar a estabelecer uma rede social;
  • Pratique atividades ao ar livre: faça caminhadas, trilhas ou passeios em parques, pois são boas opções para conhecer o seu entorno e relaxar;
  • Dê uma chance às suas novas vivências: esteja disposta a se surpreender positivamente;

À medida que vamos conhecendo o lugar, podemos também dar passos para organizar nossa vida e estabelecer uma nova rotina, colaborando com uma transição de país de forma mais leve. Dessa maneira, podemos ir intercalando as responsabilidades e afazeres desse recomeço de vida com atividades prazeirosas e relaxantes.

2. Fase do Choque Cultural

É o momento em que sentimos na pele os desafios de viver em um país estrangeiro. Na fase do Choque Cultural passamos a perceber o quanto as diferenças culturais podem impactar o nosso dia-a-dia. Por certo é uma etapa sensível, pois há muitos sentimentos que podem vir à tona, misturando a nostalgia da nossa antiga vida com as dificuldades para enfrentar e superar os obstáculos da nova realidade.

Dicas para lidar com o Choque Cultural:

  • Mantenha-se flexível e acessível a diversas experiências;
  • Busque aprender o idioma local ou aprimorar as suas habilidades comunicativas. O idioma é a porta de entrada para muitas possibilidades;
  • Participe de grupos de apoio de expatriados;
  • Realize um trabalho voluntário em uma área que você gosta, pois isso ajudará nas suas relações sociais, ao mesmo tempo em que você poderá aprender mais sobre o lugar onde está vivendo;
  • Escreva para você: registre num caderno os seus passos de vitórias nesse trajeto, e lembre-se, por outro lado, do quanto você é capaz;
  • Se as emoções estiverem bastante confusas, não exite em procurar um acompanhamento psicológico especializado para te apoiar no período de adaptação;

teoria da Curva-U
Nossas ações colaboram com a nossa adaptação – Imagem: Arquivo Pessoal

3. Fase de Ajuste

Ao superar certos desconfortos dos desafios da mudança, caminhamos então para um outro estágio, chamado de Fase de Ajuste, onde passamos a nos sentir mais confortáveis na nova cultura e percebemos que passa a ocorrer uma assimilação mais tranquila no processo de adaptação.

Dicas para contribuir com a Adaptação ou Fase de Ajuste:

  • Continue buscando novas experiências culturais e interações sociais;
  • Exercite sua flexibilidade, respeitando o seu ritmo e suas necessidades;
  • Seja gentil com suas falhas;
  • Tente enxergar as diferenças culturais sob distintas perspectivas;
  • Desenvolva sua resiliência e vá inserindo gradualmente outros passos para enfrentar os seus desafios, pois isso fortalecerá sua autoconfiança;
  • Reconheça seu progresso e comemore suas conquistas;

4. Fase de Domínio

Por fim, é nessa fase de Domínio que nos sentimos mais profundamente aceitos e integrados em terras estrangeiras, e passamos a desfrutar de maior satisfação e bem-estar, além de uma sensação de equilíbrio em relação à vida que escolhemos.

Dicas para colaborar com a Fase de Domínio:

  • Se envolva com atividades sociais na comunidade de que você faz parte;
  • Mantenha a mente aberta para diferentes perspectivas e modos de vida;
  • Compartilhe sua experiência como expatriada com outras pessoas para promover a compreensão mútua;
  • Celebre seus aprendizados, sua integração, respeito e aceitação do seu novo lar;
  • Nossas ações colaboram com a nossa adaptação.

Além das nossas fronteiras

Enfim, nessa jornada de altos e baixos decorrentes dos sucessivos recomeços em outras terras, tenho aprendido que, na verdade, a adaptação é também um reencontro com nós mesmas em um lugar diferente. De fato, é justamente através dessas mudanças, que acabamos tendo a oportunidade de mergulharmos em um verdadeiro processo de autodescoberta e crescimento.

Que essas dicas possam colaborar com os seus caminhos, assim como tem auxiliado na minha caminhada. Conta para gente, quais caminhos têm contribuído com você? Compartilhe conosco! Leia outras experiências sobre adaptação no exterior.

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Eline Thaumaturgo Ihara Thaumaturgo Ihara

Meu nome é Eline Thaumaturgo, psicóloga e coaching psychologist. Sou casada e tenho uma filha de 8 anos. Atualmente, estou estudando inglês e vivendo uma nova fase de adaptação com minha família em Perth na Australia. Anteriormente, morei no Chile e em Brisbane-Aus também. Amo estudar, escrever, viajar, conhecer pessoas, culturas, conversar, e escutar histórias. Em meu Instagram @comecepelopensar, compartilho sobre bem-estar, psicologia e vida no exterior.

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