Vamos falar das frases clichês que usamos nosso dia a dia? Como seres que anseiam por conexão e por pertencimento em algum grupo, muitas vezes, pela falta de autoconhecimento, acabamos agindo conforme todo mundo age para sermos aceitos em um grupo e nos sentirmos bem. Dessa forma, acabamos repetindo padrões, frases e crenças populares sem parar para refletir sobre o peso disso tudo na nossa vida e na vida dos outros. Você sabe o que são essas frases clichês?
Frases que você fala para os outros, mas talvez devesse evitar
Quantas vezes ao reencontrar uma pessoa conhecida, depois de um longo tempo sem se verem e sem se falarem, você lhe fez uma ou algumas das perguntas abaixo:
- Como você está? Está namorando?
- Quando vão casar?
- Quando vão ter filho?
- Quando vão dar um irmão(a) para seu filho?
- Quando você vai largar dele(a), se não te faz bem?
- Quando você vai arrumar alguém? Já passou da idade!
- Quando vai sair desse emprego que não te faz bem?
- Porque você não volta para o Brasil, não é mais fácil?!
Esses são apenas alguns exemplos de frases clichês que no dia a dia acabamos falando para as pessoas porque afinal, todo mundo fala, isso deve mostrar que eu me interesso pela vida do outro.
Mas e se eu te disser que muitas dessas frases, se não todas, podem ser extremamente invasivas e desconcertantes para algumas pessoas? Sabe por quê?
Essas frases clichês podem gerar gatilhos emocionais
Quando encontramos alguém que não vemos por um bom tempo, não temos ideia dos problemas, medos, inseguranças pelos quais que ela está passando. Por isso, muitas dessas perguntas podem ser gatilhos de alguma dor ou situação por que ela está passando naquele momento, já imaginou isso? Vou dar um exemplo.
Você encontra uma pessoa que conhecia na época da faculdade, ficaram 15 anos sem se encontrar e a primeira coisa que você fala é: Como você está? Casou? Tem filhos?
Por uma coincidência essa pessoa acabou de passar por um divórcio pois ela não conseguia ter filhos e o casamento ficou abalado por esse fato. Consegue imaginar o como essa pessoa ficou com suas perguntas né!?
É claro que esse é um exemplo extremo, mas a realidade é que ninguém sabe o que cada um está passando, onde e quanto doem as situações da vida.
Dica de leitura: Autenticidade – A jornada rumo à verdadeira expressão pessoal
Para além dos gatilhos emocionais
Algumas pessoas podem ser tão reservadas que alguns assuntos não gostam nem mesmo de discutir com conhecidos, como por exemplo a sua escolha de ficar solteiro, ou a sua escolha de não ter filhos, e assim vai.
Quando entramos em um gatilho emocional, é muito difícil conseguirmos ter reações calmas, assertivas e muitas vezes até educada.
Isso acontece porque as palavras do outro tocaram em alguma ferida nossa, e queremos a qualquer custo nos proteger.
Por certo, a grande questão é que essas perguntas por mais banais e corriqueiras que pareçam, são extremamente intimas e profundas, e nem todo mundo está preparado para respondê-las, ou talvez, nem tenha a resposta!
E, além disso, te digo uma coisa: não são essas pergunta padrões da sociedade que irão te ajudar a criar conexão com o outro.
Um “como você está” com genuíno interesse em saber e ouvir cria muito mais conexão. Assim, a pessoa fica livre para falar o como realmente está e o que ela está disposta a compartilhar.
Cada cultura tem as suas frases clichês
Vale lembrar que algumas dessas perguntas fazem somente sentido na nossa cultura brasileira. Cada país tem seus clichês. Por exemplo, na Europa e USA uma pergunta seria quando seu filho vai sair de casa, ou que tipo de faculdade ele vai fazer.
E para uma expatriada, esse choque de cultura pode ser muitas vezes avassalador, por diversos motivos.
O bom é que quando temos autoconhecimento, conseguimos compreender o que faz sentido e o que não faz para a nossa vida. Dessa forma, essas perguntas não se tornam um peso, e conseguimos compreender que é apenas uma tentativa do outro de se conectar.
O mindfulness pode ser uma ferramenta poderosa para lidar com os gatilhos emocionais.
Aqui estão algumas maneiras de aplicá-lo:
Desenvolvendo a consciência, a aceitação e a autocompaixão
- Consciência plena do momento presente: quando você sentir um gatilho emocional, concentre-se em trazer sua atenção para o momento presente. Respire profundamente e observe suas sensações físicas, emoções e pensamentos sem julgamento.
- Aceitação: em vez de resistir ou tentar suprimir as emoções desencadeadas, pratique aceitá-las como são. Sendo assim, reconheça que todas as emoções fazem parte da experiência humana e não há nada de errado em sentir o que você está sentindo.
- Distanciamento: Visualize-se observando suas emoções de uma perspectiva distante, como se estivesse assistindo a elas passarem como nuvens no céu. Dessa forma, isso pode ajudar a reduzir a identificação com as emoções e a reatividade a elas.
- Atenção plena na respiração: por certo, a respiração é uma âncora para o momento presente. Ao concentrar-se na sua respiração, você pode acalmar sua mente e reduzir a intensidade das emoções.
- Prática regular: Dedique um tempo todos os dias para praticar mindfulness, mesmo quando não estiver experimentando gatilhos emocionais. Isso certamente a ajudará a fortalecer sua capacidade de estar presente e consciente em momentos desafiadores.
- Investigação amorosa: quando sentir uma emoção forte, explore-a com curiosidade e compaixão. Pergunte a si mesmo o que está causando essa emoção e como você pode cuidar de si mesmo de maneira gentil e amorosa.
- Prática de autocompaixão: Cultive uma atitude compassiva em relação a si mesmo quando estiver lidando com gatilhos emocionais. Reconheça que é humano sentir emoções difíceis e trate-se com bondade e gentileza.
A prática vai te ajudar
Lembre-se de que o mindfulness é uma habilidade que melhora com a prática regular. Seja paciente consigo mesmo enquanto aprende a aplicá-lo, para, assim, lidar com gatilhos emocionais.
Te convido a conhecer o meu livro Seja Protagonista da sua vida, onde trago práticas para te apoiar nessa jornada de autoconhecimento.
Para ler outros dos meus artigos, clique aqui.
Olá! Eu sou Beatriz Setto Godoy, mais conhecida como Bia.
Uma ítalo-brasileira, apaixonada pelo mundo: por conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes.
Tenho formação em Administração, Psicanálise, em Comunicação Não-Violenta e em Programação Neurolinguistica.
Sou uma arquiteta de pessoas especialista em comunicação assertiva.
Facilito treinamentos na área de comunicação, atendimento, liderança com o foco em criar conexões e melhorar o clima organizacional adquirido nos meus 20 anos de CLT.
Com minha experiência de vida ajudo pessoas do mundo todo a se conhecerem para viverem com leveza e sentido.
Realizo atendimentos psicoterapêuticos em português e inglês.
Criei o Podcast Conecte-se com a sua Jornada, escrevo como colunista de um Blog para expatriadas e para uma revista Espanhola sobre bem estar, a Therapies Magazine e também, sou escritora de livros.
Contem comigo!