Como é morar em Singapura?

A chegada: cores, árvores… E olhos puxados…

Acredito que a vida já havia me preparado, muito antes de eu sequer sonhar que um dia iria morar em Singapura, que seria meu novo lar, e ainda por cima com um amor, o meu amor. E tudo começou, quando tive a experiência de morar na China e em Dubai.  

A diferença, que naqueles dois destinos, fui sozinha, duas malas, muitos sonhos e milhões de incertezas e medos pairando a mente e o coração.

Dessa vez, a aventura tem o meu amor ao meu lado mas mesmo com isso, eu já carregava as “personalidades” dos destinos anteriores, o que me ajudou e muito a me adaptar em “Singa”.

Diferenças culturais

A cultura, cores e tradição asiática, opostas à modernidade, planejamento e riqueza dos árabes, me proporcionou um reconhecer imediato dessas personalidades na pequena ilha de Singapura, onde particularmente foi fácil a adaptação. Mas acredito que isso tenha ocorrido, pelo fato dos outros lares terem me ensinado muito sobre ser expatriada.

Não sei se isso aconteceria, se eu tivesse vindo direto do Brasil, já que a cultura asiática tem as suas peculiaridades, e isso é um sinal de conflitos. E uma outra observação que eu colocaria: a vida no exterior solteira e agora com a minha família, são completamente diferentes.

A minha chegada a “Singa” por si só me encheram os olhos de lágrimas de emoção. Pois além de estar sendo a minha primeira aventura recém-casada, era um lugar que eu identifiquei mais próximo da palavra lar.

A natureza

A natureza foi o elemento principal e reconhecido por mim nesse desembarque, onde o homem se adapta e se planeja ao redor dela, em uma sociedade que na maioria das grandes cidades, o que prevalece é o que o homem deseja. Morar em Singapura me reconectou com a natureza.

Singapura tem natureza para tudo quanto é lado e, apesar de toda a sua modernidade, não é difícil de você ir a um restaurante e ter uma árvore no meio dele, como forma de preservar aquela que ali habitava antes.

País do futuro

A avenida que nos leva do aeroporto ao centro da cidade já nos dá um “bem-vindo” colorido, de vários tons de verde e uma mistura de flores no canteiro central. Ainda mais para mim, vindo da árida Dubai.

Já se sente o impacto no terminal de desembarque, com a presença da estrutura, pontualidade, organização e limpeza singapuriana. No meio das esteiras para você pegar as suas malas, muitas e muitas orquídeas naturais para colorir a sua chegada.

A existência de uma arquitetura para unir o passado e o futuro, sem que nem ao menos eles sabem onde eles querem chegar, faz com que você perceba, que o “céu é o limite” para eles. Singapura se encaixa na frase: “É o país do futuro.”

Nessa pequena ilha de apenas 56 anos (após a sua independência da vizinha Malásia, oriunda ainda de uma colônia britânica), percebe-se a capacidade de prosperar. E o principal investimento é na educação.

 A “cinquentona asiática”, conquista a 4ª posição no ranking dos países mais ricos do mundo. O que já traz como informação a um novo morador é que o custo de vida é alto, principalmente nos quesitos: aluguel, comida, transporte privado e educação. Isso porque Singa, não produz nada em suas terras.

A infraestrutura

Tudo é importado, inclusive a nossa água e luz. Porém, o governo já possui projetos milionários para a mudança desse cenário.

Mas isso não acredito que irá impactar em um custo mais baixo para a população, e sim para que eles tenham uma independência maior sobre esses produtos perante o país vizinho que lhe exporta.

Idioma, segurança, educação e turismo

A língua falada é o inglês, mas podemos ouvir nos pequenos bairros indianos, chineses, árabes e malaios as suas respectivas línguas o que faz com que o inglês não seja a “língua mãe” daquele universo. O que eu particularmente fico fascinada é de me ver rodeada por sons aos quais meus ouvidos não reconhecem.

A segurança e a educação são os pontos fortes da “Pequena Princesa Asiática”. É um lugar onde as grandes marcas do mundo fashion literalmente estão presentes em cada esquina, ostentando as formas como o dinheiro se apresenta, já que um dos “esportes” favoritos dos singapurianos são as compras.

Um dos meus lugares e programas favoritos aqui é passear pelo “Botanical Garden”, já que fica a 15 minutos de caminhada da minha casa e um lugar onde todos os dias você consegue ver algo diferente.

O cuidado e manutenção que eles possuem aqui com os locais públicos e algo inacreditável. Os museus também são um programa e tanto para você explorar.

A limpeza dos banheiros públicos, do metrô e das ruas, não tem como não chamar à atenção de qualquer visitante. A culinária internacional é diversificada e a comida local é tradicionalmente apimentada e consumida nos lugares que chamamos de “Food Centre“, onde a diversidade é grande e os preços bem acessíveis.

Clima

Se você gosta de calor, umidade, chuva e sol no mesmo dia tudo junto e misturado, aqui será o seu oásis, pois morar em Singapura é assim.

Onde aquele cheiro de terra molhada da chuva, aparece no “meio do nada”. Consequentemente estimula a sua memória afetiva onde a gente volta a um tempo e espaço guardados no nosso mais profundo íntimo.

Aqui é perfeito? Não. Pois é justamente uma das coisas que descobrimos ao viver fora do Brasil: não há lugar perfeito.

O que deixamos para trás, é precioso demais para que algum outro lugar no mundo possa nos completar por inteiro. Mas eu prefiro focar e admirar o positivo daqui, para potencializar o meu aprendizado de expatriada, lições de vida que eu quero levar na bagagem do meu próximo destino. Afinal, morar em Singapura é um desafio bom.

Tatiana Singapura

Tatiana Bouye, carioca, ariana, 41 anos, casada com o My Love, mamiga de 4 franceses, mamy das peludas Dalila e Samba, Fisioterapeuta e Acupunturista especializada em dor crônica, coach, curiosa. Gosto de estudar e aprender coisas diferentes, tudo junto e misturado, como: metafísica, maquiagem, organização e aromaterapia no momento.