Se essa é uma pergunta que você tem curiosidade em saber, hoje trago duas visões de como é trabalhar na Alemanha em áreas diferentes.
Ao imigrar precisamos entender o que queremos fazer, se queremos continuar na área em que trabalhávamos no nosso país ou se arriscar em algo novo. Bem, eu resolvi me arriscar e conhecer novas áreas de atuação.
O primeiro emprego
Meu primeiro emprego foi em uma área diferente da minha formação em Marketing, como assistente de exportação em uma empresa de logística reconhecida mundialmente.
Eu fiz a entrevista toda em inglês mas durante a conversa eu tentava colocar algumas frases em alemão. Na época eu estava focada no alemão e para mim foi o diferencial ao aceitar a vaga.
A função era lidar diretamente com os motoristas que coletavam encomendas em Berlim, recebendo e checando toda a documentação de exportação (nota fiscal e documento alfandegário) e enviar para a imigração correspondente de cada país.
O trabalho era de segunda a sexta-feira, 4 horas por dia (chamado de part-time / Teilzeit / meio período). A língua oficial usada no ambiente de trabalho (quando falo língua oficial é porque aqui na Alemanha é muito comum terem empresas em que a língua falada dentro da empresa é o inglês ao invés do alemão) era o alemão. E para completar eu conseguia ir para o trabalho de bicicleta!
No primeiro dia de trabalho, tive ajuda dos colegas que falavam inglês onde eles me explicaram as tarefas que eram necessárias para exercer a função. Mostraram como era o dia a dia de trabalho e com quem deveria falar caso houvesse dúvidas específicas.
Durante 4 meses, o meu dia a dia era 70% do tempo falado em inglês e 30% falado em alemão. Então era a hora de colocar em prática tudo que eu tinha aprendido do idioma até aquele momento! Eu cometia erros, muitas vezes não conseguia entendê-los, mas no final dava tudo certo!
Segunda experiência
Meu segundo emprego, também não era relacionado a minha área de atuação. Foi na área de atendimento ao cliente como parte da equipe de um restaurante especializado em saladas.
A entrevista foi toda feita em inglês e dias depois fui fazer um dia teste “Probetag”. Esse dia teste é muito comum por aqui, onde você trabalha por algumas horas para entender como é a função e para a empresa entender como é seu método de trabalho e depois ambos (você e a empresa) decidem se querem firmar contrato de trabalho.
A principal função era fazer as saladas, o restaurante era self-service então não havia atendimento na mesa e sim o cliente fazia o pedido diretamente no caixa e retirava quando a salada estivesse pronta.
Trabalhava 8 horas por dia (chamado de full-time / Vollzeit / tempo integral), às vezes mais dependendo do movimento com 30 minutos de pausa. A escala de trabalho dependia da demanda do dia e ficava a cargo do gerente da loja fazer a escalação. Ou seja, não era uma garantia que você folgasse aos finais de semana.
A escalação normalmente era de 5×2, 5 dias trabalhados e 2 dias de folga na semana. Já cheguei a trabalhar 10 dias seguidos e foi bem cansativo!
Idioma falado no trabalho
O idioma falado dentro do restaurante era alemão e inglês, pois o time da loja falava mais em inglês e com os clientes podia ser o “mix” das línguas se eles entendiam ambas. Mas claro, que durante o atendimento ao cliente quando não entendia alguma palavra em alemão eu perguntava se poderíamos falar em inglês e 100% das vezes eles falavam, sem grandes problemas!
Mas o que chamou a minha atenção e aceitar o trabalho no restaurante foi a curiosidade de entender como é trabalhar em um restaurante. O aprendizado mais valioso que tiro é o de planejamento da quantidade de comida a ser servida por dia, a manutenção, organização e limpeza do local. Além do trabalho em equipe que facilita a vida de todos que estão ao redor.
Aliás tenho histórias interessantes a serem contadas dos meus dias como atendente do restaurante que vão desde entregar pedido errado ao cliente, fazer entregas de bicicletas e histórias de bastidores. Mas vou deixar para um post futuro!
O importante é nunca desistir
No final o que importa é tentar, independente ser na sua área ou não, se não tiver seguro tenta mesmo assim!
Cada um tem uma experiência, a minha nessas duas empresas com funções diferentes foram enriquecedoras, me ajudaram a ampliar o entendimento da língua alemã. Me fez encontrar novas formas de expandir meu conhecimento e me deu a sensação de pertencimento àquele ambiente como uma imigrante.
A gente precisa recomeçar porque imigrar é se arriscar, é deixar uma parte da sua vida e sair da sua zona de conforto.
Hoje estou colocando todos os meus esforços para encontrar algo na minha área e digo uma coisa “Não desistam!”, mesmo parecendo que nada dará certo!
Essas foram algumas das minhas experiências até agora de trabalhar na Alemanha. Se você gostou desse artigo, confere outros artigos que já publiquei aqui no blog sobre Leipzig, Berlim, séries da Netflix gravadas em Berlim e a história do Currywurst.
Olá, sou a Juliana mais conhecida como Juh, paulistana e redescobrindo alguns prazeres da vida. Recentemente me mudei para a Alemanha e aqui compartilharei as descobertas do cotidiano, estilo de vida, aprendizagem da língua e cultura nesse país germânico com vocês! Em pouco tempo de Alemanha, Berlim é a segunda cidade que moro. Por quase 6 meses morei em Leipzig que fica na região da Saxônia alemã.
Essa é a segunda vez que moro fora do Brasil, durante os anos 2.000 tive o prazer de morar no Japão. Me sigam no perfil do Instagram!
Respostas de 2
Adorei o post! realmente não podemos desistir. E estou no aguardo de mais historias dos bastidores.