Como é viver no Panamá?

Hola, caras leitoras. Sou a Rafaela Zanandrea Ribeiro e vivo atualmente no Panamá. Já estou fora do Brasil há oito anos.

Minha vida de “caixeira-viajante” (só não transporto produtos para fora do país, mas levo em minha bagagem muita experiência de vida para compartilhar com todos que cruzarem comigo nessa viagem) se iniciou em 2011, quando meu marido resolveu mergulhar na vida de expatriado.

Vivendo no exterior

Nosso primeiro destino foi Santiago no Chile, um dos lugares mais encantadores que vivi – quando ainda éramos dois – eu e meu marido. Desfrutamos do Chile por quatro anos e foi onde nossas duas filhas nasceram.

Em 2015, já com a família completa, recebemos a proposta de mudarmos para Dubai, onde moramos por dois anos; e desde abril de 2017 iniciamos nossa nova vida no Panamá.

Quantas mudanças, não é?

Uma das coisas que aprendi com tudo isso, foi receber todas essas transições com facilidade de coração e alma. Assim tudo flui bem e as coisas vão acontecendo naturalmente e da maneira que tem que ser.

Não adianta ficar sofrendo por antecipação sem saber como será. Apenas viva o aqui e o agora e deixe as coisas acontecerem no seu tempo.

A vida no exterior é incrível, embora tenhamos muitas saudades da família. A experiência é maravilhosa em muitos aspectos, mas este assunto posso explorar mais, em um outro momento.

Neste texto falaremos como é a minha experiência em viver no Panamá.

Panamá

O Panamá é um país da América Latina banhado pelo Mar do Caribe e o Oceano Pacífico. Está apenas duas horas de Miami e sete horas do Brasil de avião. É um país pequeno, com apenas 4. 159.774 habitantes (2019). Por isso, o índice de violência é baixo, sendo assim, podemos viver no Panamá tranquilos, sem as preocupações de uma cidade grande, como no Brasil.

Um fato interessante é que o Panamá é considerado um país de paraíso fiscal, pois as empresas não pagam impostos, por isso existe um grande número de investidores e empresas multinacionais migrando para cá.

Praias

Uma das maiores atrações são as praias. As que ficam localizadas no Oceano Pacífico são as que estão mais perto da cidade, mas em sua maioria, não são consideradas próprias para banho, por serem muito sujas. Há alguns anos iniciaram a limpeza do mar do Pacífico , mas ainda falta muito a ser feito, principalmente conscientizar a população da importância desse projeto.

Por outro lado, se pode chegar a uma praia do Caribe conduzindo um carro por apenas duas horas. E tem cada paraíso, de tirar o fôlego!

Um deles, o que mais me encanta, se chama Ilhas de San Blas. São mais de 300 ilhas que beiram o mar do Caribe e que não foram invadidas pelo comércio dos grandes e luxuosos resorts.  São os indígenas da região que comandam tudo por lá. Um passeio incrível…

Clima

O clima é tropical, como no Brasil, mas muito úmido. Chove oito meses no ano, de abril a dezembro, e a seca é de dezembro até março. Confesso que para mim, esse é o período mais agradável.

Já me acostumei com a umidade! Tem dias bons e outros terríveis para sair na rua. Mas tudo é uma questão de adaptação, devemos buscar sempre o lado positivo de tudo.

Você deve estar pensando: uau, chove oito meses no ano?

Sim, é isso mesmo, mas não é que fica chovendo o dia todo, como aquelas chuvas de inverno de São Paulo, que começam e nunca terminam, rs.

Aqui são as chamadas tempestades tropicais. Cai aquela enxurrada no meio da manhã e ao final da tarde, e logo o Sol dá o seu ar da graça.

Trânsito

O único problema que incomoda é o trânsito. Pois é, por ser um país pequeno, mas com muito investimento do exterior, cresceu demais em pouco tempo e a cidade não tem estrutura para receber toda essa gente.

Além do trânsito ser caótico, costumamos dizer que aqui é “terra de ninguém”, chegou primeiro, invade sem dó. As pessoas não respeitam as leis de trânsito – isso é terrível e bem estressante.

Algo interessante que, às vezes, acontece ao final do dia, principalmente na época das quinzenas (aqui o salário é pago duas vezes por mês, ou seja a cada quinze dias), a cidade para e ninguém consegue identificar onde está o problema.

Simplesmente, as pessoas não conseguem se mexer por mais de uma hora. Bem sinistro :-0

Panamá para turistas

Os amantes de MAR: passeios de iates, catamarãs e ferry.

Os que gostam de SELVA: conhecer Gamboa e também se informar sobre passeios de barco pelo Canal, pois eles passam pelo meio da selva. Nunca fui, mas já ouvi falar que é incrível. Tem também um hotel flutuante, onde foi filmado o filme, Anaconda.

Os que curtem HISTÓRIA: Passeio com um guia pelo Panamá Viejo e também Casco Viejo.

Já os apreciadores de CULTURA: pesquisar um passeio interessante para conhecer as tribos dos indígenas Gunas e passar um dia diferente. Com certeza, inesquecível!

Vale visitar o Canal do Panamá para ver aqueles navios gigantescos, se divertindo com toda aquela engenhoca. Os engenheiros adoram 😊. E se quiserem ir além, podem ir de trem até Colón e conhecer o novo Canal.

Na minha opinião, a desvantagem de vir ao Panamá é o preço das passagens, que não é nada barato. Mas para os que amam a natureza vale muito a pena! Costumo dizer aos familiares que não venham pensando encontrar um país cheio de grandes entretenimentos, pois vão se frustrar.

Ah, um dado curioso e importantíssimo: o Canal do Panamá representa 6% do PIB do país e é um centro de comércio internacional gigantesco.

Minha experiência com trabalho

Outra questão bem interessante e que mais chamou a minha atenção, é que profissionais da saúde que não sejam naturais do Panamá, não podem atuar em suas áreas. ☹

Ai, já viu, né? Sou psicóloga e não posso exercer minha profissão, então encarei como uma oportunidade e mergulhei em um novo mundo, o da organização.

Fiz um curso de Personal Organizer e estou desbravando este setor por aqui, que ainda não “decolou”, mas é tudo uma questão de tempo. Expatriado sempre tem que se reinventar!

Em geral, viver no Panamá é muito legal, estamos pertinho do Brasil, o clima é favorável, a segurança ainda é considerada boa e temos qualidade de vida.

Conquistamos amizades incríveis! E se um dia tivermos que seguir nossa viagem pelo mundo, será do que mais sentiremos falta, como aconteceu em todos os outros países que moramos. Esse é o maior presente que a vida de expatriado nos dá: os amigos, que por um período substitui a sua família de sangue.

Um abraço bem apertado! E até o próximo bate papo…

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Rafaela Zanandrea

Sou Brasileira, natural de São Paulo. Tenho 38 anos, casada e tenho 2 filhas, Lorena de 6 anos e Julia de 4 anos. Sou psicóloga e atualmente estudante de Psicanálise. Moramos no Panamá há 2 anos.
Ja morei no Chile por 4 anos, Dubai 2 anos e agora estamos no Panamá.