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Entrevista com expatriada: Everlin Piccinini, da Alemanha

Última atualização do post:

Entrevista com expatriada

Olá, pessoal, tudo bom? Mais uma entrevista com expatriada, e dessa vez fomos até a Alemanha (virtualmente, claro) para saber um pouco sobre como a vida pessoal e profissional de Everlin Piccinini mudou desde que saiu do Brasil.

Espero que gostem de mais uma entrevista que fizemos com carinho! Obrigada, Debora Pedroni

DP: Conte um pouco sobre você.

Meu nome é Everlin, eu tenho 35 anos, sou casada e tenho um filho lindo de 3 anos. Eu sou natural de Carlos Barbosa, interior do Rio Grande do Sul. No Brasil, eu me formei em Administração de Empresas e trabalhava em uma empresa de importação e exportação de produtos antes de me mudar para a Alemanha.

DP: E como foi parar aí na Alemanha?

Durante meus estudos, eu ganhei uma bolsa para um intercâmbio na Suíça e lá acabei conhecendo meu marido, que é alemão. Depois de quase dois anos de relacionamento à distância e do término do meu bacharelado, eu resolvi vir para a Alemanha para dar continuidade aos meus estudos e, claro, também, para acabar com a distância no nosso relacionamento.

Minha mudança para a Alemanha foi cheia de expectativas e muitas dúvidas. Eu vim pensando em estudar e, para me manter financeiramente, eu teria que trabalhar também. No entanto, não dominando o idioma, eu sabia que teria um grande desafio pela frente. Mas deu tudo certo! Eu moro na Alemanha há 10 anos, na cidade de Göttingen, onde fiz meu mestrado e doutorado em Gestão de Informática.

Pois é, no Brasil eu ainda não tinha descoberto esse interesse por informática, foram as experiências e as pessoas que eu vim encontrando por aqui, que me abriram esse caminho e me ajudaram a encontrar essa minha nova paixão. Hoje sou extremamente grata por essa descoberta.

Everlin Piccinini, em um de seus eventos. Arquivo Pessoal.

DP: Que bacana! E a reviravolta que aconteceu!! E eus maiores desafios e barreiras a serem quebradas com todo esse processo de mudança de vida e de país? Precisou se reinventar muito?

Meu maior desafio foi sem dúvida aprender o idioma. Eu subestimei esse processo. Achei que seria muito rápido estando aqui, mas precisei de pelo menos dois anos pra me sentir mais confortável com ele.

O que me ajudou muito foram os trabalhos que eu consegui para ir financiando minha estada. Trabalhei como garçonete em um pub para estudantes, onde comecei a me soltar mais com o idioma. Depois como trainee em marketing digital para uma empresa alemã até eu conseguir uma bolsa de estudos para meu mestrado.

Assim, conforme as oportunidades iam aparecendo eu ia fazendo tudo o que podia. Depois do meu mestrado eu não imaginava que iria trabalhar na universidade, e essa foi minha chance para o fazer meu doutorado. No meu programa de doutorado eu tinha que dar aulas em alemão. Esse com certeza também foi um dos meus maiores desafios por aqui.

Eu até achava que meu alemão estava bom, mas não o suficiente para dar aula. OK, no fim deu tudo certo e meus alunos me entendiam. Olhando para trás, eu acredito que me reinventei bastante sim, porque eu buscava muito por oportunidades, abracei todas que apareceram, e fui evoluindo com elas.

Arquivo pessoal.

DP: De que forma você se preparou para essa mudança? Pesquisou antes sobre o lugar, contactou brasileiros que vivem no lugar, buscou informação nas embaixadas?

Antes de vir para a Alemanha, eu me informei direito sobre os vistos de estudante e de trabalho no consulado alemão em Porto Alegre. Na época eu ainda não possuía meu passaporte italiano, então para mim esse foi o tema mais importante.

Eu havia também organizado traduções juramentadas de documentos, o que me ajudou bastante sempre que isso foi solicitado aqui na Alemanha, seja para algum trabalho ou mesmo para concorrer a vagas em universidades. Na época não existiam grupos de brasileiros no Facebook ou Whatsapp, como hoje. Com certeza isso teria me ajudado muito na minha chegada. Vejo como o pessoal nestes grupos estão sempre dispostos a trocar uma ideia e ajudar outros brasileiros quando eles se mudam pra cá.

DP: O que você faz hoje como empreendedora?

No ano passado eu abri minha empresa, a Yellow Futur, aqui na Alemanha. Nela eu ofereço serviços de criação de sites e também de consultoria em estratégia de marketing digital para pequenos e médios negócios.

Eu trabalhei bastante no mundo acadêmico, mas sempre em parceria com empresas alemãs, como VW e BMW. Eu pude analisar como essas empresas tradicionais trabalhavam no mundo digital.

Eu adorava a forma com que elas combinavam criatividade com estratégia para engajar nesse mundo de mídias sociais e inovações tecnológicas que mudam em um piscar de olhos. Isso realmente me fascinava e me motivou muito para fazer algo parecido e abrir meu negócio.

DP: Que diferenças culturais mais te chamaram a atenção quando se mudou?

Depois de tanto tempo, é difícil responder essa pergunta. Até porque na época muitas das coisas que eu entendia como diferenças culturais, poderiam ter sido falta de compreensão do idioma. Por exemplo, eu achava, de forma generalizada, os alemães muito sérios. Depois de ter trabalhado com muitos alemães e de ter amigos alemães, eu já mudei de opinião. Claro que existem alemães sérios, mas também existem brasileiros sérios. O tempo aqui me fez reforçar o conceito de que gente é gente em qualquer lugar.

DP: Que dicas ou mensagem deixaria pra quem pretende começar uma nova etapa da vida como expatriada?

Eu acredito que procurar por ajuda é a melhor coisa que podemos fazer quando estamos buscando um novo começo. Por isso, minha dica é: tentem fazer contato com pessoas que já vivem no país onde vocês pretendem morar. Essas pessoas provavelmente já passaram pelas mesmas burocracias, desafios, e dúvidas que vocês estão enfrentando e saberão indicar onde e como buscar pelas informações corretas.

Existem muitos grupos de brasileiros no exterior no Facebook, inclusive separados por cidade (como “brasileiros em Göttingen”), e as pessoas destes grupos estão sempre ajudando umas às outras. É muito lindo. Essa sensação de comunidade é super importante para quem quer viver ou para quem já está vivendo fora de seu país.

Para contactar Everlin e saber mais sobre seu trabalho: www.yellowfutur.com

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Debora

Sou Debora, carioca de Niterói e moro na Croácia. Trabalho como produtora de conteúdo e redatora em redes sociais, sites e blogs. Sou também professora de línguas (inglês e português para estrangeiros) e tradutora EN-PT). Antes dessa mudança total em minha vida de expatriada, trabalhei como professora de inglês em diversas escolas de línguas no Brasil e também em empresas com a Petrobras e Vale do Rio Doce. Fui recepcionista bilíngue em eventos voltados a plataformas de petróleo e gás. Viajei o mundo e conheci os 5 continentes e mais de 60 países, a bordo de navios de cruzeiro da empresa Royal Caribbean, onde era recreadora infantil.

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