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Expatriando na Ásia: Filipinas

Última atualização do post:

Piscina com águas cristalinas
Passeio de final de semana em um Resort próximo à Manila

Meu marido e eu sempre tivemos muita vontade de morar fora, depois que tivemos filhos essa vontade cresceu, pois queríamos muito que eles pudessem aprender outras línguas, conhecer novas culturas, abrir os horizontes. 

Em 2019 meu marido recebeu uma proposta para atuar por dois anos na Ásia. Quando descobrimos que seria em Manila – Filipinas, na hora eu disse “nem pensar”. Esse foi o primeiro impulso, pois nunca havia cogitado a possibilidade de vir para essas bandas de cá. Depois do choque, fui pesquisar, conversar com uma amiga Filipina, e então abri meus horizontes.

Posteriormente, concluímos que as Filipinas é o país com as características mais ocidentais da Ásia: colonização espanhola, religião predominantemente católica, o segundo idioma é o Inglês, clima quente e escolas internacionais ótimas. Foi aí que decidi dizer: bora!

Filipinas: conhecendo o destino

Deixamos os guris com os avós e viemos conhecer Manila. Ficamos hospedados em BGC e confesso para vocês que esse bairro é um mini Estados Unidos. Aliás, existe muita influência norte americana em todo o país. Nos sentimos extremamente seguros, apesar de que, em poucos minutos de carro, já é possível observar toda a pobreza em que a grande maioria do povo vive.

Foi uma estadia muito curta, mas tivemos um roteiro bem organizado. No primeiro dia, por exemplo, conhecemos a cidade, no segundo e terceiro visitamos apartamentos e no último visitamos escolas. Perguntamos várias coisas à nossa guia querida, que teve sempre muita paciência conosco. Aliás, o povo filipino é extremamente solícito e alegre. Vimos o suficiente para escolher a região que moraríamos e, algumas boas opções de escolas.

A chegada na nova cidade

Chegamos em Manila dia 29 de dezembro de 2019. Tudo foi acontecendo de uma maneira muito tranquila, compramos algumas coisas para nosso apartamento e decidimos descansar. Nosso condominio é completo, com piscinas, parquinho, então aproveitamos essa estrutura nesses primeiros dias. O fuso de 11 horas de diferença foi ajustado em menos de uma semana.

Acima de tudo, a mãe expatriada tem sempre uma preocupação: adaptar os filhos da maneira menos dolorosa possível. Eu pensava que, por ser na Ásia, a culinária local seria um problema. Porém, aqui nas Filipinas, encontramos arroz, feijão, frutas e verduras da mesma forma que tínhamos disponivel no Brasil, então os guris não estranharam nada.

Banca de frutas no Market!Market! Um tipo de Mercado Público de Metro Manila

Criando uma rotina

Começamos a nos acostumar com o trânsito que, certamente é a única coisa que é muito ruim aqui. Pegamos engarrafamento para tudo, inclusive nos domingos e feriados. Uma das razões da escolha da nossa casa foi a proximidade da escola e de outras amenidades, para que eu não precisasse dirigir. Por outro lado, como a mão-de-obra aqui é barata, muitos expatriados optam por ter motorista particular. Esse não é o nosso caso.

Escolhemos nossos supermercados e restaurantes favoritos,  matriculamos os guris na escola, meu marido iniciou o trabalho e a vida começou a deixar de ter cara de férias. 

Minha rotina era acordar no máximo às 7h, dar café para os meninos, banho, vesti-los, colocar o lanche e almoço na mochila e sair para a escola. Uma curiosidade: aqui o ano letivo inicia em setembro e termina em junho. O horário da aula é  das 8h30 às 15h. Nesse intervalo eu fazia as compras do supermercado, conhecia alguns lugares, arrumava a casa, lia um livro, fazia meu almoço e o tempo passava voando.

Meu marido saia de casa às 6h30 e retornava entre 18 e 20h. Conforme as semanas passavam comecei a criar vinculos com os pais dos coleguinhas da escola, vizinhos e claro encontrei os primeiros brasileiros. A vida era normal pois eu estava disposta a fazer de Manila a minha casa. Isso só era dificil quando batia a saudade da família que ficou no Brasil.

O vulcão Taal

No dia 12 de janeiro, estávamos no supermercado quando soubemos que o vulcão Taal havia entrado em atividade. No outro dia, nossa sacada e piscina estavam cinzas, tudo estava coberto de cinzas. Moramos a 60km do vulcão e era impressionante a quantidade de cinzas que haviam chegado até aqui. Esse foi o nosso primeiro fenômeno da natureza na nova cidade.

O turismo local

As Filipinas é um paraíso natural na Terra. Tivemos a oportunidade de visitar alguns lugares turísticos mas nada muito longe de Manila, pois para chegar nas praias mais paradisíacas é necessário pegar um vôo curto depois barco, enfim quanto mais bonito o lugar, mais difícil é o acesso. Como meu marido ainda não tem direito a férias,  deixamos esses destinos para mais tarde.

Manila também é incrivelmente cheia de atividades para crianças e  adultos. Alguns exemplos são o Mind Museum, o Oceanário e o Intramuros. Esse ultimo é um passeio histórico muito legal que fizemos com guia e de triciclo.

Visitamos também uma cachoeira que fica a 40 km da nossa casa – Daranak Falls. Esse passeio foi curioso porque nós éramos os únicos turistas de fora das Filipinas visitando naquele dia.  Observamos a curiosidade das pessoas, principalmente com os guris. Queriam tocar no cabelo deles, pedindo inclusive para tirar foto conosco.

Visita à Cachoeira Daranak Falls – um paraíso próximo à Manila

O período de lockdown

O último dia de aula presencial dos guris foi dia nove de março. No dia seguinte acordamos com o e-mail da escola comunicando a suspensão das aulas.

No dia 16 de março o governo divulgou as regras do lockdown: a partir daquele momento só poderíamos sair de casa para comprar comida e remédios. As piscinas, parquinhos, shoppings, aeroporto, estradas, tudo estava fechado. Lei seca e toque de recolher das 20h às 5h.

Meu marido passou a trabalhar de casa e as crianças a terem aulas online. Confesso que chorei, não achei que conseguiria me acostumar, mas somente o tempo me mostrou o quanto eu podia fazer e hoje me sinto orgulhosa da mulher, mãe e dona de casa que me tornei nesses quase três meses de isolamento.

Mas não é sempre fácil, tem dias bons e dias ruins. Contudo, está sendo um processo de autoconhecimento profundo. Ainda estamos em lockdown, mas o comércio já começou a reabrir. Também, agora, já podemos descer com as crianças para caminhar no condomínio, o que fazemos todos os dias.

O Futuro

Não tenho grandes expectativas quanto ao futuro. Sempre que conversamos sobre o que faremos quando tudo isso acabar e os guris falam “tomar sorvete”, “ir na piscina” ou “comer no nosso restaurante favorito” entendo que esse lockdown é um momento de reflexão e de valorização da nossa vida cotidiana.

Morar fora em condições normais já é um desafio e uma pandemia não estava nos nossos cenários. Meu principal objetivo é me manter saudável para passar por tudo isso de maneira tranquila e sem traumas, tanto para mim como para a minha família.

Apesar das condições atuais, temos certeza que esse era o lugar que tínhamos que estar para vivenciar isso. Hoje a situação no Brasil também não nos permite querer voltar, então seguimos tentando tirar o melhor da nossa rotina e amenizar os dias mais difíceis.]

Lei mais sobre a Ásia.

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Carolina Sant'Anna

Sou a Carol, tenho 36 anos, sou mãe de dois guris maravilhosos: o Pedro Henrique e o Lucas Anakin. Tenho formação acadêmica em Secretariado Executivo e atuo na minha área como servidora pública do Estado do RS, ou melhor, atuava, até dezembro de 2019, quando eu e minha família nos mudamos para Manila, nas Filipinas.

Uma resposta

  1. Ola Carolina, gostei muito dos seus textos sobre Filipinas, mas primeiramente deixe me apresentar…eu soube um descendente de japoneses nascido no Brasil, mais precisamente em São Paulo, porém devido a circunstâncias, tornei me um expatriado, e vivo a mais de vinte anos, no Japão…e como eu sou sozinho, procurei por durante muito tempo por uma companheira, que conseguisse vc aguentar um doido como eu 😅😅, e resumindo estou com planos de ir viver em Filipinas com uma nativa daí que me aceita de qualquer jeito 😁😁, único porém é que eu ainda não conheço como é que funciona esse país, poderia por gentileza me dar um apanhado geral sobre o que é viver, aí? Se possível agradeceria se fosse no e mail [email protected], ou então no meu perfil no Facebook, yashi oik, abraços.. Francisco

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