Felicidade ou bem-estar, como reconhecer essas emoções?

Felicidade, o ser humano está sempre em busca dela, não é mesmo? E não há nada de errado nisso, mas precisamos primeiro entender melhor o que é felicidade. Sem termos o real entendimento da essência dessa palavra, essa busca pode se tornar eterna e, muitas vezes, dolorida e frustrante. A gente espera para viver um monte de coisas com a desculpa de que não estamos no momento certo, que não estamos bem o suficiente, que ainda não estamos felizes para tal passo na vida, ou coisa do tipo. Estamos é perdendo tempo atrás de algo muito subjetivo! O psicólogo Martin Seligman, fundador da psicologia positiva, iniciou uma revolução nos estudos sobre felicidade e vem alterando o entendimento sobre o tema. Seligman estudou cientificamente a felicidade e sua difícil busca e fundou essa nova linha da psicologia em 1998. Desde então, vem modificando a forma de como devemos pensar sobre a felicidade e como atingi-la em nossas vidas.

Onde está a felicidade?

Nossa mente sempre esteve direcionada a entender a felicidade como uma coisa externa a nós. A felicidade seria o apartamento próprio, o carro ou a viagem dos sonhos, o parceiro (a) que sempre desejamos, um emprego melhor e por aí vai. É super digno e válido termos esse tipo de desejo na vida. São eles que nos movem para nos desenvolvermos e crescermos, mas eles não trazem felicidade e sim alegria! A realização dos nossos desejos pode ser descrita como uma explosão de alegria, não é?

Alegria é aquele sentimento muito bom que ocorre quando algo que se realizou, mas que dura um curto período de tempo. Se conseguirmos aquele tão sonhado emprego seremos inundados de alegria. Estaremos super motivados e felizes por um período até que a novidade vire rotina, entre no sangue e a gente comece a ter outras fontes de desejo e novas necessidades – para sentir essa emoção novamente.

É assim com tudo, confira este outro artigo sobre o tema. Nos sentimos felizes sim, mas no fundo isso é alegria, motivação e injeção de ânimo pelas novidades da vida. Já a felicidade é uma coisa interna, que vem da gente mesmo – pelo modo como levamos nossa vida. Felicidade é ter uma vida de bem-estar contínuo. Não só explosões de emoção! É simplesmente estar levando uma vida boa, mesmo com desafios.

E, é por isso, que no famoso estudo de Harvard sobre o desenvolvimento de adultos descobriu-se que dinheiro ou sucesso não são fatores-chave para sentir bem-estar. Para entender melhor o estudo leia mais aqui .

E de onde vem o bem-estar?

Segundo o estudo supracitado, o que mais contribui para sentir que se tem uma vida boa é ter bons relacionamentos interpessoais, ter amigos e uma rede de apoio. Isso realmente faz a diferença, uma vez que significa poder compartilhar a vida – nossos momentos tristes ou alegres; ter vínculos mais profundos com outras pessoas – laços que não precisam ser muitos, mas verdadeiros. Essas são as primeiras coisas da lista do ranking de gerar bem-estar, mas não para por aí…

Segundo Martin Seligman, da psicologia positiva, bem-estar também é gerado continuamente com atitudes que proporcionam emoções positivas. Então, se você sabe o que te gera emoção positiva, vá atrás disso! Emoção positiva é qualquer emoção que te traz aquela sensação de bem-estar imediata. Pode ser quando você faz uma gentileza a alguém, quando você dedica seu tempo para uma causa, quando você utiliza seus talentos e dons. Também pode ser quando você se sente engajado em alguma coisa, criando algum tipo de propósito na vida.

Na vida real

Depois que entendi esse estudo e reconheci o valor que isso tem na vida, incluí na minha rotina um dia para estimular a mim mesma a praticar a gentileza. Geralmente, na segunda-feira, já que isso me proporciona uma emoção positiva por toda a semana . Além disso, não deixo de fazer aquilo que sinto que faço bem; fico feliz por realizar algo que faço com dedicação e vontade. Outra coisa, mantenho as pessoas com quem tenho um vínculo mais profundo perto de mim, mesmo se estão em outros países. E não esqueço de praticar o o autocuidado!

É claro que tenho meus objetivos, desejos materiais ou o que quer que seja, e eles me trazem alegria e significado. Mas o dia a dia de bem-estar é sentido nas pequenas coisas as quais aprendi a trabalhar em mim. Não sou melhor do que ninguém e tenho certeza que você leitora pode fazer o mesmo e colher os frutos disso também. Espero ter trazido uma pequena luz nesse caminho de “felicidade”. Compartilhe com a gente as suas experiências!

Renata Castro

Psicóloga clínica, especializada em Terapia Cognitiva Comportamental, carioca, mãe de 2 amores de 4 patas.
Deixei meu consultório no Rio de Janeiro e vim morar na Capital da Croácia, Zagreb.
Hoje atuo com atendimentos online.