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O Pão alemão: o orgulho nacional

Última atualização do post:

Pão alemão
Bretzel (Foto de Pierre Gui em Unsplash.com)

Na Alemanha, o pão não é apenas um alimento presente do dia-a-dia das pessoas, mas sim um patrimônio cultural do povo alemão, sendo em 2014 a Cultura do Pão Alemão incluída no Registro Federal do Patrimônio Cultural Imaterial pela Comissão Nacional da UNESCO. Presente em pelo menos uma das refeições em quase todas as mesas da Alemanha, o pão alemão é motivo de muito orgulho. Com mais de 3.000 especialidades de pães diferentes no Registro Alemão de Pão, a Alemanha é a campeã mundial de pão.

O surgimento do pão alemão

Os pães mais antigos encontrados datam do período Paleolítico Médio. Já o pão fermentado surgiu no Egito, onde havia padarias em grande escala. E foi através do Império Romano e da Grécia que os pães apareceram na Europa. Pois os romanos produziram os primeiros grandes moinhos e produziram a farinha fina, como conhecemos hoje em dia. Com a queda do Império Romano, o pão branco ascendeu à categoria de banquete e de comida de cavaleiro. Na Alemanha, esse status se manteve ate a Guerra dos Trinta Anos, sendo apenas o pão escuro acessível aos pobres da época.

A história do pão na Alemanha

Na região que conhecemos hoje como Alemanha, havia uma distinção entre o cultivo de massas firmes, feitas a partir do centeio, que cresce em terrenos arenosos e mais frios, e as massas soltas, feitas essencialmente com trigo. Assim, havia uma distinção entre as guildas de padeiros da época, entre padeiros “soltos” e os padeiros “firmes”. Os “pães soltos” eram exclusivamente feitos de trigo, na Alta Saxônia e no resto do “Reich”. Por sua vez, na Baixa Saxônia, Vestfália e Reinos do Norte haviam predominantemente os padeiros “firmes”. Somente em algumas cidades imperiais da Baixa Saxônia as duas guildas conviviam lado a lado, onde atualmente é a fronteira da “Schwarzbrotland”, ou região do pão escuro.

Em razão da unificação tardia da Alemanha, os costumes locais de cada região eram pouco semelhantes. Isso influenciou também em relação à fabricação dos pães. Dessa forma, cada região detinha características especificas e bem diferenciadas para a manufatura de seus pães. Assim, poderia acontecer com que as formas de pão mudassem de cidade para cidade e de campo para campo ou mostrassem peculiaridades locais.

Tipos de pães

Pão alemão
Pães variados (Foto de Wesual Click em Unsplash.com)

Entre as formas de pão ainda hoje comercializadas, dois grandes grupos de usos podem ser distinguidos: os “pães do dia-a-dia”, ou seja, os tipos habituais de pão “preto”, “branco” ou “cinza” de variados formatos, e os os ” pães festivos”, que se distinguem por seus formatos especiais.

Além dos seus ingredientes, os pães alemães são famosos em razão dos seus mais diversos formatos, sendo o Bretzel – um pão com formato bem peculiar e feito de massa mais escura – é um dos mais famosos mundialmente e muito consumido na Oktoberfest.

No site do Instituto do pão há ainda um complexo exame dos diferentes tipos de pães na Alemanha, com uma analise das variedades, composições e texturas das diferentes especialidades de pão que são registradas. Assim, podemos ver que o pão misto de centeio é o pão mais predominante no registro alemão, com 24,3%, seguido do pão misto de trigo, com uma porcentagem de 17,3 no registro. Além disso esse instituto ainda faz um exame meticuloso de pães enviados por padeiros de toda a Alemanha, para ganharem um “selo de qualidade”.

Leiam também: Culinária alemã

Um pão para cada época do ano

Na época do Natal, é comum nos comércios encontrar o famoso “Stollen”, um pão doce, com frutas cristalizadas e coberto por açúcar de confeiteiro. Mas ele é diferente do panetone, por ter uma consistência mais pesada, e não ser tão aerado quanto a especialidade italiana. Diz-se que sua forma simboliza o Cristo recém-nascido.

À meia-noite do Ano Novo ou na manhã seguinte, o peixe de Ano Novo (antigamente feito de massa de pão de gengibre e muitas vezes modelado como uma linha, hoje feito de massa de biscoito) ou pão em espiral chamado “Neujahr” ou “Neujährchen” são comidos tanto em círculos familiares sociais como privados.

Apesar de o coelhinho de chocolate ser hoje em dia mais famoso na época da Páscoa, há ainda inúmeros pães tradicionais nessa época, muitos em forma de coelho ou ovelha, geralmente doces, além da famosa “colomba pascal”.

Pão do ano

A nomeação de um Pão do Ano é baseada em uma iniciativa do Instituto Alemão do Pão para enfatizar na sociedade a cultura do pão alemão, patrimônio cultural imaterial da UNESCO na Alemanha. Outras organizações como a Zentralverband des Deutschen Bäckerhandwerks e.V. aderiram a esta iniciativa. Para este fim, o conselho consultivo científico do Instituto do Pão nomeia um tipo de pão a cada ano como “Pão do Ano”. Em 2017, o pão integral foi o Pão do Ano 2018. Na Semana Verde Internacional em Berlim de 2020, o pão integral de centeio foi o Pão do Ano 2020, e em 2021 o pão de três grãos foi o pão da vez.

Portanto pão na Alemanha é assunto sério. Em praticamente todas as épocas do ano, em muitas refeições, esse alimento é essencial na dieta de um alemão. Por isso, muitos alemães tem o costume de acordar cedo e ir direto na padaria comprar pão. Além disso, não é incomum ouvi-los falarem muito bem de seus pães e reclamarem quando viajam, pois não acham o pão alemão nas padarias. Então aconselho quem vir à Alemanha a degustar os inúmeros tipos e formatos de pães que existem aqui, pois é uma experiencia sem igual!

Leiam mais textos da autora aqui

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Kathlyn

Oi! Eu sou a Kathlyn! Casada e natural de Porto Alegre, advogada e ex "concurseira". Moro desde julho de 2017 na Alemanha e faço um LL.M na Faculdade de Colônia, desde Outubro de 2019. Morei também durante um ano na França, através de um programa de intercâmbio durante minha graduação no Brasil. Amo viajar e conhecer lugares e culturas novas. Adoro ler e fotografia. Tenho um perfil no Instagram, no qual mostro meu dia a dia e curiosidades.

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