Enquanto o mundo se prepara para o fim do isolamento, todos buscam uma resposta: como será o novo modelo de “normal” depois da pandemia? O que esperar depois do isolamento? Talvez essas sejam as perguntas que todos venham se fazendo nos últimos dois meses.
Durante a fase de isolamento pelo COVID-19 compartilhamos sentimentos como a incerteza, o estresse e o medo. Além disso, usamos diversas estratégias de coping ou enfrentamento para nos adaptar à esse momento sem precedentes.
Mas e agora que países começam a gradualmente retornar às atividades, reabrir fronteiras e aliviar medidas restritivas. O que muda?
Conhecendo os desafios
É claro que gostaríamos de ter uma resposta, uma solução incrível. Porém, nesse momento nada é certo, nada é definitivo. As dúvidas e desafios que vivemos hoje são os mesmos para todos nós.
Possivelmente, o principal desafio que o bloqueio e a implementação de uma estratégia de “re-abertura” representam para a nossa sociedade é a criação e manutenção de um senso de identidade coletiva, conectando e coordenando os cidadãos nos níveis local e regional ou federal.
É esse senso de identidade coletiva que garantirá a ação coletiva contínua necessária para manter o vírus à distância, ao mesmo tempo em que recupere alguma normalidade e a economia volte a reaquecer.
Criando uma mentalidade do crescimento
Vale lembrar que cada um vai vivenciando, sentindo e lidando com os efeitos do pós isolamento de maneira diferente. E o que é bom para um, pode não ser o melhor para o outro.
Estudos recentes têm comprovado que uma boa maneira de lidar com essa crise é adotando uma mentalidade do crescimento.
Portanto, a maneira como você encara a reabertura depois do isolamento pode ser o passo fundamental para criar novos hábitos que em breve talvez seja o “novo modelo de normal”.
Um convite ao auto-conhecimento
Em um recente webinar sobre a crise do coronavírus ouvi uma frase que me fez refletir: ‘A pandemia está ao nosso lado e não dentro de nós’. Com essa mentalidade, passamos a ter controle da situação, já que temos o poder de decidir o que pensar, o que sentir e como agir.
Isso pode ser explicado no 5º estágio das fases do luto – aceitação – segundo recente estudo pela Harvard Business Review. Essa fase como você pode imaginar, é onde está o seu poder. São as coisas que você pode controlar.
Alguns exemplos disso são: “Eu posso lavar minhas mãos. Eu posso manter o distanciamento social. Eu posso aprender a trabalhar remotamente.“
O importante aqui é saber o que está sob o seu controle, o que você acha que é o melhor para você e as coisas que você pode fazer para mudar o que não lhe agrada.
Encontrando oportunidades
Com a mudança na nova forma de trabalho – veja meu post anterior – muitas pessoas têm feito o seu melhor na tentativa de encontrar seu equilíbrio, enquanto se ajustam à essa realidade temporária.
Mas é fundamental nesse momento que você verifique constantemente seus sentimentos. Não negue suas emoções, seus sentimentos. Buscar apoio externo em vez de se auto-isolar e internalizar os efeitos do estresse, pode reduzir bastante os efeitos negativos de uma situação difícil. Pode ser uma ajuda profissional ou até mesmo conversar com amigos ou familiares.
As oportunidades surgem onde menos esperamos. Então, se mudarmos nossa mentalidade e atitudes, seremos capazes de mudar nossas crenças limitantes e começar a mudar as coisas que podemos controlar. Logo, ao invés de focar no negativo, eu posso optar por permanecer positivo.
E lembre-se que não existe uma fórmula mágica, pois todos estamos aprendendo juntos algo que nunca experimentamos antes. Então, o que funciona para mim pode não funcionar para você.
Enquanto vamos levando um dia de cada vez, vamos aprendendo juntos e aos poucos criando um novo modelo de “Normal”. E assim, vamos descobrindo o que esperar depois do isolamento.
Adriana Meyer é consultora em Psicologia Empresarial e Coaching Executivo. Mestrado em Ciências Sociais – MSc in Business Psychology – pela Universidade Heriot-Watt (Dubai). Trabalhou em diversos setores para organizações públicas e privadas. Contribuiu com projetos sociais para a comunidade, tanto no Brasil quanto em Portugal. Sua jornada como expatriada a levou a criar um programa de “Coaching para mulheres expatriadas”, ajudando nesse processo de mudança pessoal e emocional. Email: [email protected] Twitter: AdrianaMeyer11 LinkedIn: Adriana Meyer
