Saiba o que fazer em situações de violência doméstica na Inglaterra

Tem muitas mulheres brasileiras casadas com ingleses ou com alguma outra nacionalidade europeia, que está passando por um momento delicado na vida delas, sofrendo violência emocional e física dentro da própria casa e não sabe como agir.

Muitas vezes por medo do que pode acontecer com os filhos, ou por medo de ficar sozinha sem nenhuma ajuda financeira, a mulher aceita ser violentada, e se acomoda. Eu já acompanhei pessoas próximas vivendo esse processo de angustia, e tenho a dizer que a Inglaterra e um país que leva muito a sério esse assunto, e portanto você não estará sozinha nessa luta.

Você como brasileira, terá a mesma proteção que eles dão para uma mulher inglesa, européia ou qualquer outra nacionalidade aqui. Estima-se que a violência domestica afeta uma em cada quatro mulheres aqui na Inglaterra. Se você está passando por isso, há uma série de maneiras que a lei pode ajudá-la.

O que fazer se você estiver sofrendo violência doméstica na Inglaterra?

A maioria das formas de abuso doméstico são crimes e você ou alguém de confiança no seu lugar pode decidir entrar em contato com a polícia para obter ajuda. A polícia é uma agência chave que funciona 24 horas para as mulheres que sofrem violência doméstica, e o primeiro ponto de referência em caso de emergência é ligar para o 999.

Converse com alguém próximo e que confie para te dar um apoio. Pois em situações de violência doméstica, normalmente o seu esposo ou parceiro provavelmente será detido e na maioria das vezes não é permitido que ele esteja em áreas próximas onde você está.

Saiba um pouco o que é qualificado como violência doméstica:  

• Abuso físico incluí: empurrar, bater, socar, chutar, asfixiar e ameaçar com armas.
• Abuso verbal: o uso de linguagem dura ou insultuosa dirigida a uma pessoa. Quando você é xingada ou constantemente sendo colocada para baixo pelo seu parceiro.
• Abuso emocional ou controle coercitivo: é o ato de repetidamente fazer alguém se sentir mal, intimidado ou assustado. Isso pode incluir comportamento de ameaça ou controle (como controlar ou reter finanças), chantagear, criticar ou checar constantemente seu telefone, seu e-mail. O controle coercitivo agora é uma ofensa criminal sob a Lei de Crimes Graves de 2015.
• Abuso mental: quando alguém é submetido ou exposto a uma situação que pode resultar em trauma psicológico. Incluindo ansiedade, depressão ou transtorno de estresse pós-traumático.
• Abuso sexual: quando você é forçado ou pressionado a fazer sexo sem seu consentimento (estupro), atividade sexual indesejada, tocar, apalpar ou ser obrigado a assistir pornografia.

Você se enquadra em um desses tipos de violência citado acima?

A decisão de denunciar abuso doméstico à polícia é bem pessoal, então somente você sabe o que é melhor para você e sua família .

Não tenha receio de contactar a polícia. Eles são treinados eficazmente para responder e ajudar a sobreviventes de abuso doméstico. Mas se você não tem certeza de que deseja denunciar o crime, pode falar com uma organização de vítimas de violência doméstica como a Victim Support e eles explicaram as opções disponíveis e ajudaram a elaborar um plano de segurança para você e sua família.

Se você decidir não denunciar o abuso, ainda assim poderá obter suporte confidencial. Portanto pesquise sobre as ordens legais no Website do governo na Inglaterra: Domestic Abuse Act 2021 que protege e cuida dos sobreviventes de violência doméstica.

Instituições disponíveis para atendimento

• 24-Hour Domestic Violence Helpline
• Refuge
• Women’s Aid
• Galop
• Men’s Advice Line
• Rape Crisis
• Iranian & Kurdish women’s Rights organisation
• Southall Black Sisters
• Karma Nirvana
• Forward
• Deafhope
• NSPCC
• Respect
• Paladin

Como o governo britânico ajuda as vitimas de violência doméstica?

A Inglaterra acredita que todos os sobreviventes de abuso doméstico devem ser capazes de obter o apoio de que precisam para se sentirem seguros, e superarem o impacto do abuso. Não apenas ajuda pessoas que sofreram abuso doméstico recentemente, como também apoiam homens e mulheres por semanas, meses e as vezes por anos.

Existe diferentes serviços em diferentes partes do país. Além disso todos os serviços são confidenciais, gratuitos e estão disponíveis para qualquer pessoa que tenha sofrido violência doméstica. Aliás essa ajuda acontece independentemente de você ter contado à polícia ou a qualquer outra pessoa sobre o abuso.

Serviços como IDVA (Independent Domestic Violence Advocates) são compostos por assistentes sociais experientes e especializadas. Seu IDVA falará com você sobre seu relacionamento, ouvirá e vai te orientar.

Os IDVAs geralmente apoiam as vítimas que correm risco de danos graves, pois atuam como contato principal para todos os serviços, criando um plano com você para atender às suas necessidades imediatas de segurança. Isso pode incluir coisas como por exemplo planejar uma saída segura, planejar emergências se você optar por ficar, apoio para acessar serviços de saúde, moradia segura, proteções legais ou apoio através do sistema de justiça criminal.

Portanto eles ajudarão você a decidir sobre a gama de suporte e ajuda que você pode se beneficiar.

Veja qual a melhor alternativa para o seu caso, mas não se anule diante dessa situação! Eu conheço algumas mulheres que viveram isso no passado, e conseguiram se separar do parceiro, e criar os filhos em um ambiente saudável e feliz. Hoje os filhos delas estão iniciando na universidade e elas tiveram a oportunidade de recomeçar a vida e conhecer alguém que cuida e a respeita ela como merece.

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Daniela Queiroz

Baiana de Salvador, resido fora do Brasil há 18 anos. A Minha graduação no Brasil foi na área de serviço social, mas tive algumas qualificações na área de business, eventos, planejamento de casamentos, designer de interiores; e hoje, após a pandemia, estou voltando a trabalhar como assistente social aqui na Inglaterra. Retornei para a Inglaterra em maio de 2015 depois de 5 anos vivendo em Dubai. Gerencio a minha agencia de entretenimento a Sounds of Brazil há 11 anos em Dubai e, 7 anos na Inglaterra.