Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Quando vi a neve pela primeira vez, foi emocionante

Última atualização do post:

Quando vi a neve
Eu e a neve - arquivo pessoal

Nem sei se consigo descrever o quanto aquele momento significou pra mim. Para alguns a minha emoção pode ser um pouco exagerada pois como meu marido diz: é apenas um monte de gelo. Não para mim!! Para mim sempre foi um sonho ver a neve, ter um Natal igual aos filmes e os livros.

Natal dos Serelepes

Quando eu era criança eu ganhei da minha avó um livrinho chamado “O Natal dos Serelepes”. Isso foi há muito tempo atrás, mas o livrinho ainda existe lá na minha mãe, até o Pedro meu sobrinho conhece a história. Os Serelepes eram esquilos que moravam na neve, e era uma historinha triste. Me lembro que eles não tinham comida pro Natal e a mamãe Serelepe não sabia o que fazer e tal, mas eu sempre fui a Laurinha do Carrossel, “tão sentimental”.

Pra vocês terem ideia eu chorava assistindo ursinhos carinhosos. Então, mesmo a história dos serelepes sendo triste eu adorava ler. Eu ficava encantada porque o natal deles era na neve. Eu lembro que tinha uma imagem dos esquilos tipo em um trenó e na minha inocência o Natal tinha que ter neve. E no meu Natal não tinha, mas mesmo tão pequena eu já viajava para a neve através daquele livrinho.

Eu amava o filmes de Natal, meu sonho era ter aquele Natal com roupa de frio e muita neve. Na minha cabeça de criança o Natal, o papai Noel, o frio e neve eram tão sinônimos que uma coisa não poderia existir sem a outra. Tanto que eu sempre tive o pé atrás com o Papai Noel que ia na casa da minha avó na noite de Natal, eu não acreditava muito que eles fossem de verdade.

Quando vi a neve
Eu e a neve – Imagem: arquivo pessoal

Sonho de criança

Me lembro que uma vez, minha vó se vestiu de Papai Noel só que nós crianças não sabíamos que era ela. Porém, ninguém contava com a minha astúciA. Quando eu peguei na mão do Papai Noel eu disse algo como: “que estranho esse Papai Noel tem a mão da vó Naná!”

Tipo o golpe tá aí, cai quem quer. Ela tava de luva mas eu conhecia a mão da minha avó até de luvas. Na minha cabeça o Papai Noel vinha pela neve de trenó e entrava pela chaminé. Em Itú nunca teve neve, na casa da minha avó nunca teve chaminé então, o Papai Noel só podia ser fake.

Pra mim essa vontade de estar na neve ia muito além de simplesmente a neve, na verdade era um sonho de criança que foi muito alimentado e nunca havia sido realizado. Quando surgiu a possibilidade de morarmos na Polônia umas das coisas que fez meu coração bater mais forte foi justamente a neve.

Chegamos na Polônia

Quando chegamos aqui em janeiro de 2020 eu ficava sonhando com o dia que iria nevar . Para minha tristeza, no inverno 2019/2020 quase não teve neve na nossa região. Lá pelo mês de março praticamente no fim do inverno nevou um pouquinho em uma ou duas noites. fiquei super emocionada em ver os floquinhos caindo, os telhados branquinhos, mas foi tão pouco que no dia seguinte já estava tudo derretido.

Logo o inverno acabou e eu fiquei decepcionada pois não tive a oportunidade de ter o meu momento com a neve da maneira que eu tinha sonhado.

A intenção pro Natal de 2020 era ir pra Zakopane que é uma montanha no sul da Polônia que neva muito, com pistas de ski e chalés iguais as casinhas do Papai Noel, eu realizaria meu sonho de criança de ter o Natal na neve.

Quando vi a neve
Paisagem toda branca na Polônia – arquivo pessoal

Aplicativo com a previsão do tempo

Mas o COVID não permitiu que acontecesse. Ok! Ok! Vida que segue! Eu fico sempre acompanhando o aplicativo com a previsão do tempo, até porque dentro do apartamento o aquecedor está sempre ligado quentinho. Eu nunca sei o quanto frio tá lá fora e a quantidade de roupa devo usar pra sair. E a semana que passou a previsão era de neve todos os dias, coração tava em êxtase. Mas só chovia. Eu olhava o aplicativo ele dizia 100% neve, eu olhava pela janela: chuva.

Algo tava errado. Tiago até tirou um sarro dizendo é neve, só que é neve líquida. Depois eu vim saber que era neve mesmo mas era uma espécie de chuva neve, era uma chuva quase congelada que quando atingia o solo derretia instantaneamente.

E o aplicativo lá me dizendo que tava nevando, eu comecei a ver nos grupos do Facebook aqui da cidade fotos de pessoas fazendo bonecos de neve, brincando com a neve, e eu só via chuva. Foi aí que eu soube que em uma determinada região da cidade estava nevando de verdade. Eu acordei no sábado enlouquecida porque eu precisava ver a tal neve. Então se Maomé não vem a montanha a montanha vai a Maomé.

Em busca da neve

E lá foi a Andrea atrás da neve. Quando o carro foi se aproximando do lugar que estava nevando meu coração já tava na boca de tanta ansiedade. No caminho passamos por um parque que estava todo branquinho, coisa de filme, meus olhos encheram de lágrimas ali mesmo quando vi a neve. Mas eu estava no Uber e segurei o choro.

Quando eu desci do carro e vi aquele monte de neve eu não sabia o que fazer. Eu queria andar por tudo, queria ficar ali parada mesmo sentindo os floquinhos caírem no meu rosto. Quando comecei a andar tive medo de cair porque na parte onde está derretendo vira uma meleca muito lisa, logo já entendi que quanto mais fofinho tivesse menos seriam as chances de cair.

Sei que fui andando e vendo aquela paisagem tão sonhada a vontade de chorar de emoção veio forte. Para não chorar liguei pro meu marido pra mostrar a neve, liguei pro meu irmão que estava com meu pai mostrei a neve pros dois, liguei pra minha mãe, liguei pra minha cunhada porque meu sobrinho queria que eu fizesse um boneco de neve pra ele.

Gritando de felidade

Enfim fiquei um tempão ali no meio daquele branco praticamente gritando de felicidade no telefone, provavelmente quem viu pensou que eu fosse louca, mas eu não estava nem aí!! Eu estava era muito feliz. Muito emocionada!!

Não tive um Natal na neve mas eu estava na neve. Se passaram tantos anos desde a primeira vez que havia sonhado com a neve naquele meu livrinho, mas lá estava eu! Fiquei andando por ali por horas sozinha só eu e ela. Foi emocionante, gratificante, inesquecível.

Vou lembrar dessa experiência pra sempre!! Mais um sonho que Deus me permitiu realizar. Esse encontro aconteceu no dia 09/01/2021.

Até a próxima.

Tchau!! Bye!! Pa pa!!  

Gostou deste artigo?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe por E-mail
Compartilhe no Pinterest
Compartilhe no Linkedin
Picture of Andrea Rodrigues

Andrea Rodrigues

Meu nome é Andrea. Sou de Itú (interior de SP), sou contadora e trabalhei por 12 anos na área. Me mudei para Europa para acompanhar meu marido, que veio trabalhar aqui. Viemos eu, ele e nossos 4 cães tendo sido o nosso primeiro destino a cidade do Porto em Portugal. Um ano depois embarcamos em uma viagem de carro que durou 5 dias, rumo ao nosso novo destino: Gdańsk na Polônia. E assim começou a minha descoberta por esse país que a cada dia me encanta mais; e poder contar para outras pessoas as minhas experiências tem sido incrível!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

20 − one =

LEIA TAMBÉM

plugins premium WordPress

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Clique aqui para saber mais.