Como vim parar em Singapura
De repente, me vi em Singapura, um país que afinal de contas me faz lembrar do Rio de Janeiro por conta de algumas semelhanças entre os dois. Assim, tendo-me tornado uma expatriada aqui, gostaria de compartilhar com vocês minhas descobertas sobre esse pequeno e grande país.
Quando estamos na nossa rotina do dia a dia em modo automático (o que inclui trabalho, cuidar da casa, da família), não paramos para pensar que isto pode mudar da noite para o dia. E eu nunca me imaginaria vivendo em outro país depois de casada, com dois filhos e dois empregos. Muito menos morando em um continente tão distante, como a Ásia. Há 2 meses morando em Singapura, tive uma mudança radical para acompanhar meu marido, que precisou sair do país a trabalho. Mas isso não significa que me tornaria uma recém-expatriada deprimida, ou que me deixaria abater. Acima de tudo, tento sempre enxergar novas mudanças como algo positivo, e felizmente, como realmente está sendo. Mesmo porque percebi que, pelas semelhanças, Singapura me faz lembrar o Rio de Janeiro.
Por que Singapura me faz lembrar do Rio
Antes de mais nada, Singapura é um país que me faz lembrar muito da cidade da qual eu vim, que é o Rio de Janeiro. As semelhanças entre Singapura e o Rio começam pelo clima, pois é um país quente, chuvoso, cheio de turistas e de atrações. Além disso, possui os famigerados temporais que nos pegam desprevenidos e um calor que nos faz suar o dia inteiro. Portanto, devemos sempre ter em mãos protetor solar, guarda-chuva e capa para nos protegermos. E isso me faz lembrar da cidade maravilhosa (quase) da qual fui embora. Neste curto período em que estou residindo no país, aprendi a nunca subestimar a previsão do tempo, pois os extremos estão presentes em um único dia.
Nem tudo em Singapura guarda semelhanças com o Rio
Por outro lado, Singapura é um país multicultural, onde se falam 4 idiomas, incluindo o inglês, o que me ajudou bastante. Se dependesse do tâmil, malaio ou chinês para sobreviver, já teria que estar me aprofundando em uma dessas línguas (o que pretendo futuramente). O inglês é a língua predominante, mas se você domina o básico de chinês, já te ajuda bastante, pois há muitos chineses na região que não falam o inglês muito bem, havendo, muitas vezes, uma pequena barreira na comunicação.
No quesito culinária, o país possui uma infinidade de opções. As principais cozinhas orientais estão presentes (japonesa, chinesa, indiana e local), a citar o delicioso arroz cozido no vapor que eles chamam de Nasi Lemak. Além disso, possui um bom café da manhã cingapuriano com sanduíche de queijo com molho adocicado e ovos parcialmente cozidos (ovos beneditinos).
E para os que não gostam de se aventurar, há muito do ocidente presente nos restaurantes do país também, como um delicioso hambúrguer com batatas fritas ou um simples macarrão à bolonhesa. Mas é importante ressaltar que, para quem não gosta de comida apimentada, esse detalhe deve ser lembrado quando fizer o pedido, pois mesmo nos pratos ocidentais, a picância está presente.
Diversão sempre presente – Singapura me faz lembrar do Rio
Por certo, em relação à cultura e diversão, o país proporciona eventos para todos os gostos e idades. Exemplo disso são os parques infantis a céu aberto, parques aquáticos, shows, museus interativos, show de luzes, exposições e festivais culturais. Agora em setembro, por exemplo, aconteceu o festival de outono no país.
E como uma boa carioca, certamente, não poderia deixar de comentar sobre as praias. Como sou praticamente uma recém-chegada ao país, somente pude visitar a praia de Sentosa https://g.co/kgs/PpZBpFw, que me surpreendeu positivamente: água calma e temperatura agradável, além da sombra dos coqueiros e amendoeiras para quem não gosta de se bronzear. O local possui uma boa infraestrutura para passar o dia todo na praia, a exemplo de quiosques de comida, banheiros e chuveiros. Somente senti falta do vendedor de mate com limão e biscoito de polvilho (cariocas entenderão).
Explorar o país é mandatório, com o tanto que tem a oferecer aos residentes e turistas. Uma linda Chinatown repleta de luzes nesta época do ano e a Little India para se aprofundar na cultura indiana, desde a culinária até a visita aos templos. Singapura possui um paisagismo e arquitetura de tirar o fôlego, a começar pela chegada ao aeroporto, com um grande complexo que o faz pensar estar dentro de uma floresta.
Sem espaço para saudosismos
Acima de tudo, não há tempo para sentir saudades com tantas atrações e tantos brasileiros no país. Sim, Singapura tem em média 1.699 brasileiros cadastrados na embaixada (Ministério das Relações Exteriores, julho 2024), sem contar os não cadastrados ainda, como eu. Portanto, o número de brasileiros residentes em Singapura é consideravelmente grande . Outros brasileiros já residem no país há alguns anos e mudaram de carreira, empreenderam, se reinventaram. Lógico que sentimos falta de nossos familiares e amigos brasileiros. Mas nada como uma chamada de vídeo para matar as saudades. Fico imaginando antigamente como devia ser mais difícil ficar longe da família, pois a comunicação era somente através de cartas, mensagens ou ligações. E, por isso, me sinto privilegiada por poder ter acesso a estes meios mais modernos para que a saudade não aperte tanto.
Em suma, uma experiência fora do país pode ser muito benéfica para se ter acesso a outras culturas, hábitos e até ter uma nova rede de apoio de outros expatriados. Ter contato com pessoas de vários países em um único local pode ser algo enriquecedor, pois saímos da nossa zona de conforto e vemos o mundo com outros olhos. Os olhos de quem está aberto a novas conexões, novos ciclos, sem olhar para o passado com saudosismo, e sim, otimismo, encarando o presente e o futuro de braços abertos. Diariodeumaexpatriada.com.br https://www.almadeviajante.com/viagens/singapura/
Casada e mãe de 2 filhos. Atualmente morando em Singapura.