Olá, é um prazer te ter por aqui! Primeiramente, eu adoraria me apresentar, visto que esse é o nosso primeiro encontro. Sou a Gabriella, psicóloga clínica online e mestranda em Psicologia do Trabalho e Orientação de Carreira. Moro na França há quase três anos, para onde vim como au pair (babá). Enchantée!
Transição profissional em um novo país
Como psicóloga clínica de brasileiras no exterior, experiencio várias temáticas ligadas à vida de imigrante. Durante esse tempo atendendo (e sendo atendida!), percebi demandas únicas e singulares, mas todas com algumas problemáticas em comum. Uma delas, talvez a mais constante, é a transição: transição cultural, identitária, profissional, e por aí vai.
Processos transitórios demandam muita energia, dedicação, motivação e flexibilidade. Um bocado de competências psicossociais que daria uma lista enorme se eu resolvesse colocar no papel, ou melhor, na tela. Certamente você que mora fora deve saber do que eu falo. E uma dessas delicadas transições é a transição profissional. É um mundo de novas práticas que muitos de nós não imaginava a dimensão antes de botar o pé no novo país ou na nova atividade de trabalho.
Mas para viver um processo de transição profissional saudável e eficaz, precisamos colocar em ação várias atividades: decidir um plano de carreira, buscar um novo emprego, realizar uma formação profissional, etc. E é aí que o sentimento de eficácia pessoal entra em jogo.
A importância da eficácia pessoal
Você já tinha ouvido falar em Sentimento de Eficácia Pessoal? É o quanto a gente acredita na nossa capacidade de realizar coisas. É uma auto avaliação, que pode ser realista, ou talvez não tão realista assim. O importante pra você saber é que essa nossa opinião sobre nós mesmas tem base em nossas crenças individuais sobre nossa própria capacidade de executar uma tarefa ou conjunto de tarefas em determinado contexto – no nosso caso, o trabalho.
Então esse Sentimento de Eficácia Pessoal influência, e muito, nas nossas escolhas, no nosso esforço, na conduta que adotaremos e na nossa persistência diante dessa transição e desses novos planos que precisam ser feitos e realizados para conseguirmos nos reinserir no mercado de trabalho.
A importância da auto eficácia
E por quê isso é tão importante, Gabi? Quando mudamos para um novo país já na idade adulta, não temos maiores incentivadores no novo destino. Como resultado a gente não conta com a mesma rede de apoio que levamos a vida inteira para desenvolver no Brasil, provavelmente as pessoas locais pouco irão nos apoiar, nos motivar, nos orientar, ou nos falar o que temos que fazer… Ao contrário, está todo mundo ocupado e vivendo sua própria vida e a última pessoa na qual eles pensam é na imigrante.
Por isso ele é importante: o nível desse sentimento de auto eficácia que você demonstra diante de uma transição tem impacto direto na sua saúde psicológica durante o período de transição. O sentimento de auto eficácia vai implicar na sua motivação, resiliência e além disso na tolerância à frustração quando as coisas não saem do jeito que a gente quer (o que infelizmente acontece numa frequência muito maior do que o que a gente gostaria), e também em seu nível de engajamento comportamental nessa transição.
Você se sente auto eficaz?
E como saber se você tem auto eficácia? Não dá pra saber em um post, mas posso te ajudar com algumas perguntas auto reflexivas: você acredita que geralmente consegue resolver suas dificuldades se você se esforçar? É fácil para você manter sua atenção nos seus objetivos até os alcançar? Você vive os imprevistos de forma tranquila? Quando você enfrenta um problema, você acredita que consegue achar várias soluções? E se der errado, você geralmente consegue pensar e planificar o que fazer? Independente do que acontecer, você acredita que pode enfrentar?
Enquanto lê essas questões, você vai provavelmente perceber que poucas pessoas param para pensar sobre seu sentimento de autoeficácia, né? Ele, portanto, é um elemento chave nos processos de transição profissional e merece sua atenção!
Por isso é hora de começar a investir na sua automotivação. Acreditar que você é capaz. Crer no valor que você, brasileira, pode agregar ao mercado de trabalho do seu novo país. Em outras palavras, perceber que seja qual for sua forma de trabalho (lembrando que ser dona de casa é um super trabalho), ele agrega valor à sua comunidade. Acredite que fazer algo que você não ama é temporário, é um caminho a ser seguido para um propósito maior.
Ou seja você precisa ser a primeira a acreditar em si mesma. Portanto conte com você pra isso e tudo o que vier a mais será um bônus.
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Prazer! Eu sou a Gabriella, psicóloga online atuando com brasileiras no exterior. Também produzo conteúdos relativos à vida de imigrante, terapia cognitiva e curiosidades em psicologia. Amo animais, conhecer histórias, músicas, ler e aprender novos pratos culinários. Ao prazer da troca! 🙂