Eu e meu marido sempre pensamos, em algum momento, buscar novas oportunidades e nova experiência em um novo lugar,num país estrangeiro. Desde que nosso filho Matheus decidiu estudar fora, esse sentimento ficou mais forte e fomos amadurecendo a idéia.
Com o trabalho do Alex, em uma companhia norte americana, nos foi oferecida essa oportunidade. Portanto, após um longo processo, demos entrada no visto de executivo e familiares em novembro de 2019. A partir daí foi só correria.
Fazendo escolhas
Posteriormente, foi decidido o destino e soubemos que nossa família seria realocada para Houston, onde está localizada uma das sedes da empresa. Feito todo o processo de visto, conseguimos definir nossas datas para a partida, e foi aí que o frio na barriga começou!
Fizemos uma viagem na segunda quinzena de janeiro para escolhermos em qual localidade iríamos morar. Visitamos casas e escolas. Tivemos cinco dias para decidir tudo e retornar ao Brasil. Escolhemos morar em Katy, uma cidade na área metropolitana de Houston. Um dos pontos altos são as escolas muito bem avaliadas. Quase todas são classificadas como A.
Escolher uma nova escola para o Davi foi o que mais nos mobilizou durante nossa viagem, porque nos EUA as crianças estudam nas escolas da região em que moram. Logo, a escolha da nova casa estava diretamente relacionada à escola que consideramos ser melhor para o Davi.
Desembarcamos em Houston em 18 fevereiro de 2020 e demos início a todo o processo de documentação. Realizamos os pagamentos da casa, pegamos a chave com a imobiliária, matriculamos o nosso filho na escola, abrimos a conta no banco e geramos crédito. Entendemos que aqui tudo funciona de maneira bem diferente da qual estávamos acostumados no Brasil.
Uma nova e dura realidade
Duas semanas após o Davi ter começado na nova escola e no futebol, o Alex ter iniciado as atividades em seu novo escritório, e eu ter estabelecido a minha rotina – curso de inglês, organizar a casa, malas e todo o resto – fomos atingidos pela pandemia do Covid-19.
Foi tudo muito repentino. Não tivemos tempo de nos adaptarmos à nova realidade, em um país, casa e comunidade novos. Tudo se fechou, inclusive as fronteiras, e nos vimos em um Lockdown.
Desde que chegamos não conhecemos nenhum ponto turístico e só tivemos tempo de comprar algumas coisas básicas como as camas, colchões, roupa de cama, uma televisão e utensílios domésticos.
Recebemos nosso pet, que chegou duas semanas depois e, quando nos demos conta, já estávamos no confinamento. Todo o comércio estava fechado, assim como vias públicas e áreas de lazer. Só era possível sair de casa para realizar atividades essenciais, e assim foi feito.
Durante essa quarentena, nossa família passou por mudanças, assim como aconteceu no resto do mundo. Nos vimos nas loucuras das tarefas de casa, o Home office do Alex, as vídeo-aulas do Davi, que está na Junior High e do Matheus, que está no College. Cada um teve que dar sua contribuição, e até que nos saímos bem.
A saudade bate forte!
A saudade dos familiares e amigos apertou forte, mas as vídeos-chamadas e as celebrações de aniversários à distância nos animaram muito. Há momentos em que a tristeza bate, mas nessas hora Deus está sempre presente e nos aquece o coração. A fé se reforçou bastante nesse momento.
Acredito que não tem uma fórmula pronta para esse momento. Cada pessoa irá enfrentar uma mudança do seu jeito, mas terá que ter força e muita fé. A religião nos dá suporte para não pirar, e se reinventar faz parte do processo. Tudo novo, vida nova!
Independentemente do lugar escolhido, conte sempre com a família e os amigos, pois eles sempre estarão lá quando precisar. Ter alguém para contar seus medos, dúvidas e angústias é sempre bom, então vamos compartilhar!
Me chamo Cristiene, mas podem me chamar de Cris!
Sou carioca, tenho 41 anos, casada e mãe de dois meninos. Educadora física de formação, me especializei em estética corporal, saúde e bem estar. Sou terapeuta habilitada no Método Renata França.