Sobre a experiência de criar os filhos aqui fora, o que posso dizer é que pude ter com o meu filho a chance de experimentar e me permitir viver o projeto familiar que idealizei. Como é a vida de mãe no exterior?
Estar com o Hiram na primeira infância até que estivesse pronto para ir para a escolinha, era o primeiro passo. Com a vida aqui fora, a forma de viver é diferente, a começar por não se ter uma rede de apoio familiar que temos no Brasil. É importante fortalecer o lado emocional da criança de forma a deixá-la segura e se sentir preparada para esse momento em que estará num ambiente longe de nós e com pessoas que não falam seu idioma.
Vida em família
Aqui em casa nos organizamos da seguinte forma: o marido trabalha fora e eu dou o suporte familiar de casa e com as crianças. Ensinei tudo da forma mais natural possível. Amamentei meu filho e fiz o desmame, o que aconteceu aos 3 anos. Fui grandiosamente feliz nessa realização, marquei com certeza de maneira positiva a vida do meu filho.
Queria viver a maternidade em sua totalidade, não queria só ser mãe, me preparei e desejei muito viver esse momento, desejava que meu filho tivesse na memória a melhor primeira infância, cercado de amor e presença materna e paterna.
Adaptá-los e integrá-los ao meio que eles estão crescendo é de extrema importância. Fiz o máximo para que isso acontecesse. Em cada país que passamos, observava a cultura e seguia influenciando meu filho a absorver e se integrar naquela cultura e forma de vida que o lugar nos proporcionava.
Estilo de vida
Fui agraciada pela vida, quando me foi permitido viver em Sydney na Austrália, onde se tem um estilo de vida natural e desprendido da vaidade e consumismo.
As crianças andam descalças na rua ou em qualquer lugar, bem inocentes mesmo, como antigamente.
As pessoas saem até de pijama na rua sem serem observadas com olhos de condenação. Os parquinhos são cheios de papais levando as crianças para brincarem, em vez das mamães, que podem ter seus momentos de descanso. Os australianos são um povo generoso, gentil, honesto, muito solidário e preocupados com o meio ambiente.
A maioria das mães ficam com seus filhos até a idade escolar de 5 anos. As escolas são muito caras e não compensa sair para trabalhar, algumas até preferem fazer a educação em casa mesmo ou trabalharem em algo próprio de casa.
Pude me conectar e fazer amizade fraternal com pessoas com os mesmos ideais que os meus, e isso foi fenomenal. Sentíamos muito orgulho de ter tido essa oportunidade de viver tudo o que vivíamos lá, somos gratos pela acolhida! Meu marido diz: “Hoje moramos na Europa, mas o coração será eternamente australiano”.
Criando os filhos em Portugal
Agora em Portugal, estou bastante feliz com a forma e cuidados que eles têm com as crianças. As escolas tem horários de funcionamento bastante acessíveis para os pais trabalharem tranquilamente, e esse é um ponto bastante importante para nós expatriados sem rede de apoio.
A saúde pública ampara as crianças, inclusive com medicamentos até 16 anos gratuito. As vacinas são informatizadas e isso evita que se a gente perder a carteirinha de vacinação e que a criança fique sem esse histórico.
O Centro de Saúde liga avisando que a criança tem vacina para fazer. Toda a informação da criança e a nossa está no sistema do centro de saúde que o médico de família vai alimentando.
Há uma linha para uma consulta rápida pelo telefone. Caso a criança esteja doente, você liga no telefone 808 242 424, e a mãe passa a descrição do que a criança tem, sinais e sintomas. Depois, eles dizem se é necessário ir para o hospital ou não. Caso tenha que ir, eles já te encaminham para o hospital específico e você chega lá com tudo pronto e ainda é atendida mais rápido.
Estamos em processo de aprendizado, mas o que provamos foi suficiente para ficar por aqui, na terrinha do Ora, pois que nos conquistou. Aqui criaremos nossos miúdos, dançando e cantando fado, nesse solo lusitano!
As escolas e o sistema de ensino em Portugal
Educação é, com certeza, um dos pilares para uma boa formação da criança e que ela tenha uma boa vida e um futuro brilhante. É algo relevante na hora de escolher o país: conhecer os métodos de ensino.
Vamos começar pela matrícula do seu filho em Portugal. O que a escola irá te pedir:
- Documentos necessários: Passaporte do filho e preencher a ficha da matrícula com uma foto (fornecida pela própria escola);
- Histórico escolar caso seu filhos estejam em idade escolar, que começa aos seis anos (reconhecidas e apostiladas de acordo com a Convenção de Haia);
- Carteirinha de vacinação – e atestado médico em algumas escolas;
- Comprovante de residência da família.
O período letivo em Portugal começa em setembro, como em quase toda Europa. (Em alguns países europeus, começa em agosto) O horário das aulas são das 8:30 até 16:30 da tarde. Os livros são fornecidos pela Secretaria de Educação sem custos.
Sendo a data limite para fazer a inclusão do aluno até o dia 31 de dezembro. As inscrições ficam abertas entre abril e maio. Você pode requerer uma solicitação de matrícula junto ao agrupamento escolar, caso chegue em outro mês, porém o recomendado é que seja no período certo para não ocorrerem dores de cabeça.
Entre final de junho e começo de julho, eles liberam a lista dos alunos que conseguiram a vaga e em qual escola irão estudar. Outra informação importante é que aqui não escolhemos a escola, podemos somente indicar as preferidas numa lista que vai de uma até cinco escolas, por ordem da sua preferência.
Tipos de escolas e a divisão das férias
O ensino básico é o que seria o ensino fundamental no Brasil. É divido em três ciclos: Ciclo 1° (1° até o 4° ano), ciclo 2° (do 5° ao 6° ano) e o 3° ciclo (do 7° ao 9° ano). Temos também a Pré-escola ou Infantário: criança de 3 a 5 anos e creches (bebês de 0 a 3 anos).
E por fim, o ensino secundário também conhecido como o ensino médio no Brasil. Nessa fase eles terão um período de 30 horas semanais, podendo variar conforme a escola. Geralmente contém uma extensão de ensino após o horário de aula, com cursos profissionalizantes fazendo com que o adolescente consiga sair da escola e ter autossuficiência para manter uma profissão.
Existem dois tipos de escolas públicas aqui em Portugal. A pública, totalmente mantida pelo sistema público, e as IPSS que são escolas particulares que trabalham em parceria com o governo e o valor da mensalidade será baseada na renda da família, método do escalão, que é definido pela segurança social.
Temos também as escolas bilíngues (IB) que são para crianças alfabetizadas em inglês que querem vir para Portugal. Eessas são particulares e possuem uma em cada grande cidade, a de Lisboa fica na região de Cascais.
As férias escolares se dividem em três períodos de recesso:
- Páscoa ( que são duas semanas de recesso);
- As férias de verão ou “férias grandes” (entre junho e setembro) que começam em junho, a semana de início depende da decisão da escola, estendendo-se por julho e agosto e terminando na primeira quinzena de setembro;
- No Natal ( aproximadamente três semanas de recesso).
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Casada há 21 anos, 39 anos, Mãe da Zoe (5 anos) e do Hiram (9 anos). Ex bancária, formada em Contabilidade, ex-sócia e proprietária da empresa Brazil Country Boots, fui por 3 anos Travell Planer na agência de viagem hm miles and tour e atualmente estou em transição de carreira em Dublin na Irlanda.
Com experiência e memórias de 5 países onde morei e tenho na bagagem: Itália, Inglaterra, Austrália, Portugal e atualmente Irlanda. Venho compartilhar com vocês experiências de mãe para mãe e a vida de uma expatriada pelo mundo.