
Dezembro, mês de reflexão, de fazer um balanço do ano, e começar a programar o próximo.
A saudade da minha família e dos amigos que ficaram no Brasil é sempre presente, mas nesse período do ano fica mais forte.
E nesses momentos de saudades, sinto falta daquelas coisas simples, pequenos detalhes que fazem a vida quotidiana com a família ser tão especial.
Por exemplo, do cheiro do café apenas passado que invadia a casa já as 7 da manhã, da bagunça das crianças que corriam pela casa enquanto minha mãe da cozinha gritava “ou vocês param ou vocês vão apanhar” rsrsrs.

O gosto do bolo de fubá, da feijoada do domingo, do churrasco com os amigos ou do peru da ceia de natal….
Vida no exterior
A vida de expatriada, nos proporciona muitas coisas e inúmeras oportunidade de crescer, de conhecer lugares diferentes, de fazer novas amizades, algumas das quais levamos para toda a vida, independentemente da distância.
Mas a vida de expatriada também tem uma outra face da moeda: o preço que pagamos pelas possibilidades que temos.
Para mim, o preço mais alto na vida no exterior é perder a convivência familiar, os aniversários dos irmãos e primos, o nascimento e crescimento dos sobrinhos, a perda das pessoas amadas.
Sempre que eu penso na minha família, lembro de quando éramos adolescentes e no fim da tarde nos reuníamos com os amigos, primos e vizinhos na calçada na frente de casa, e ficávamos ali, jogando conversa fora, brincando, rindo uns dos outros das coisas bobas que fazíamos.
Acho que mesmo depois de tantos anos , essa é umas das coisas de que mais sinto falta: aqueles momentos simples, mas cheios de amor e sinceridade, onde ninguém se achava melhor que ninguém.
Éramos simplesmente nós, com a nossa integridade, na nossa simplicidade. Por isso, essas lembranças para mim têm um valor imenso ♥️.
Largar tudo não é facil
Viver fora do Brasil e longe do lar é o sonho de muitos e é uma decisão corajosa, pois a partir daquele momento, a saudade dos que ficaram no Brasil, passa a ser uma fiel companheira.

(Foto: arquivo pessoal)
Muitos pensam que largar tudo é fácil, mas não é bem assim. Ao longo desses anos vivendo no exterior, vi muitos conterrâneos que não se adaptaram a viver longe da terrinha e dos que lá deixaram, e por isso decidiram voltar.
Eu agradeço ao universo por ter me dado a garra e coragem de deixar a minha gente e sair por esse mundão afora.
Agradeço também à minha família, pois eles nunca me fazem sentir culpa por estar longe, e também por fazerem o possível para me manter informada sobre tudo o que acontece com todos.
Dessa forma, eu não me sinto completamente alienada e também me dá a sensação de participar um pouco ativamente da vida dos meus familiares, mesmo estando longe.
A vida no exterior tem seus lados bons e ruins. Por um lado, a vida aqui é um tanto frenética, embora seja mais organizada, mais estável, mais privilegiada e cheia de possibilidades ….
Porém, as vezes a saudade é tanta, que a única coisa que desejamos é estar naquela calçada com os irmãos, primos e amigos conversando, dando risadas, sem a mínima ideia de como é a vida longe da simplicidade e do calor de casa.
About The Author
Mag Rodrigues - Holanda
Magna Rodrigues, 42 anos, de Corumbá MS-Pantanal. Sou formada em Administração, Finanças e Marketing, e em Enfermagem, área que amo e em que trabalho há quase 15 anos. Adoro viajar, conhecer novas culturas e aprender novas receitas culinárias. Já morei na Itália e em Dubai. Atualmente moro na Holanda e estou aprendendo a minha quinta língua. Aliás, essa é uma coisa que também gosto muito de fazer! Afinal, aprender nunca é demais não é?!?!