Mal posso acreditar, um ano que estou vivendo em Portugal!
Sem dúvida, aprendi muitas coisas em Portugal. Apesar da saudade imensa da família e amigos, do calor e das comidas mineiras, foi um período cheio de muitas novidades e descobertas. Por isso, quero compartilhar com vocês um pouco da experiência do que aprendi em Portugal.
Passados esses primeiros 365 dias como expatriada, posso dizer que estou mais ambientada aos hábitos e à cultura do país, ainda conhecendo o novo a cada dia e encarando os desafios, com fé e confiança.
Engraçado, mas se eu buscar na minha memória mais remota, não me recordo de ter nos meus planos uma mudança para fora do Brasil. De uns tempos para cá, já vinha falando nisso com meu marido, no entanto eram planos distante, para quando estivéssemos mais velhos.
E cá estamos nós! Provando mais uma vez que a vida dá voltas e realmente nos leva a caminhos tão improváveis. Que bom que me trouxe a terras lusitanas, tem sido uma experiência inigualável!
Viver fora do seu país é, antes de mais nada, deixar a sua zona de conforto, seu lar e ir em busca de um novo cantinho para chamar de seu.
Dica de leitura: Desci do salto e agora?
Planejamento é necessário, não se esqueça disso!
Mesmo que tenha sido uma escolha nossa, desejada e com todas as condições favoráveis: cidadania portuguesa, planejamento financeiro, núcleo familiar, não é uma tarefa fácil. Ainda assim, recomeços são recomeços! Uma sequência de situações difíceis e outras transformadoras e enriquecedoras. E seja como for, todas elas levam a uma mesma direção, o crescimento pessoal.
“Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.” Cora Coralina
Um pouco do que aprendi em Portugal nesse primeiro ano!
1.Valorizar o que realmente importa
Essa é uma lição, que já vinha exercitando desde o início da pandemia, porém viver tão longe de casa fez com que eu desse ainda mais importância às pessoas que amo, não só aquelas que ficaram no Brasil, mas também, as que estão perto de mim, fortalecendo nossos laços.
Agora, mais do que nunca, sou muito grata pelos momentos compartilhados com todas as pessoas que fazem ou fizeram parte da minha vida, momentos vividos e os que ainda estão por vir! Em primeiro lugar, momentos, pessoas!
Parar e ouvir o mar, sem pressa, sem culpa!
2. Aproveitar a vida sem culpa e contemplar a natureza
Quem me conhece há mais tempo, me acompanha desde o Brasil sabe o quanto meu ritmo de trabalho era acelerado e muitas vezes me vangloriava por isso. “Nossa, eu trabalho muito! Sou super ocupada! Não tenho tempo para nada!”
Desde que mudei de país, todo meu background profissional foi deixado para trás, aqui sou apenas a Renata, não a de tal lugar, que trabalhava com x ou y. Portanto, eu não poderia e não posso fazer disso um fardo, esse ressignificar foi e é necessário, faz parte do processo! Processo esse que ainda está acontecendo, estou encontrando meu espaço, achando minha tribo, enfim, entendendo e escolhendo onde me encaixo ou não.
Logo, nada de correria, a rotina pede um ritmo mais tranquilo, com direito a contemplar a perfeição da natureza, esse presente de Deus para nós. Hábito esse que me fez tão bem! Essa reconexão recarrega minhas energias, me fortalece todos os dias. Acredite, faz toda diferença nos meus dias!
Me adaptando a um clima diferente
Não posso deixar de mencionar, o quanto aprendi a valorizar o sol e o calor. Apesar de Portugal ser um dos países com as temperaturas mais agradáveis da Europa, na região Norte, aonde moro, mais próximo ao litoral, quase sempre os dias amanhecem nublados e com uma brisa fresca, mesmo verão (Ahh, o verão, como esperei por ele e já está indo embora!). No inverno então, os dias ficam bem mais curtos, ventosos e cinzentos, com sensação térmica bem baixa para uma mineirinha acostumada a temperaturas que beiram os quarenta graus.
Culturalmente, os portugueses dão muito valor ao seu tempo livre. Vivem de forma menos acelerada e deixam o expediente de trabalho na hora marcada. Aproveitam bem os espaços públicos como praças, parques e os calçadões das praias.
Segurança, uma das coisas que não tem preço!
3. Caminhar mais, muito mais e sem medo
Nossa, eu caminho muito! Caminhadas diárias para me exercitar, depois caminho mais um pouco para lá e para cá, ora para pegar o metro, ora para ir até o estacionamento buscar o carro. O que é próximo, faço a pé. Claro, foi uma das grandes mudança para mim, que usava o carro praticamente para tudo. O melhor disso… caminhar sem medo, falando no celular, ouvindo música. É admirável ver os idosos andando nas ruas, entrando e saindo dos bancos para pagar suas contas, receber suas aposentadorias, sem medo de serem assaltados, os adolescentes usando o transporte público com segurança.
Portugal é um país muito seguro e isso não tem preço!
4. Sopa e pão, no inverno ou no verão
Dá-lhe caminhadas!! Em média dez quilômetros por dia, às vezes até mais.
Logo no início, essa mudança de hábito radical me fez emagrecer uns bons quilinhos, quilinhos esses que já recuperei. E olha que continuo caminhando e caminhando!
Sabem por quê? As refeições aqui, obrigatoriamente começam com pão e sopa. Sopa, não fazia parte da minha vida, imagina só, no calor do Triângulo Mineiro, somente nos dias mais frescos. Hoje, amo uma sopinha no meu dia a dia.
E os pães, o que dizer deles? Que os portugueses têm fama de bons padeiros já sabemos e a fama é merecida. Em Portugal, as padarias se chamam pastelarias e os pães são uma verdadeira tentação.
Cuidado com o escuro!
5. Acender a luz do banheiro antes de entrar
Estranhei demais! Entrava e ficava procurando a tomada para acender a luz. Mas SIM, os interruptores ficam nas paredes do lado de fora do banheiro, portanto, lembre-se de acender a luz antes de entrar e não se assuste se estiver sentado na vaso sanitário e alguém passar por ali e apagar a luz. Por falar em banheiro, aqui se chama “casa de banho| e vaso sanitário, “sanita”.
6. Se quer sair para jantar, faça reservas
Por menor que seja a cidade, em qualquer época do ano, é sempre aconselhável fazer reserva pelo telefone ou aplicativo, antes de se preparar para sair para aquele determinado lugar que você tanto deseja. Primeiro, garanta que vai encontrar disponibilidade, principalmente no jantar.
Em Portugal, o jantar é um evento social, as famílias se reúnem para a “janta”. Por isso é tão difícil um português te convidar para jantar, porque consideram uma ocasião especial e familiar.
A maioria dos restaurantes encerra a cozinha às vinte e três horas e ponto, sem “jeitinho brasileiro”. Se é pra ser assim, que seja, dessa forma vamos reservar a mesa para mais cedo e aproveitar bastante!
Diferenças sempre vão existir, faz parte!
7. Sotaques e diferenças da língua portuguesa
O fato de viver em um país que fala o seu idioma que o seu é um facilitador e muitas vezes um fator determinante para quem está se preparando para viver além mar. Mas, não é bem assim, existem muitas diferenças entre o português falado em Portugal e no Brasil.
Confesso que no começo, não conseguia compreender quase nada. Bem na época em que estávamos resolvendo os trâmites da mudança, comprando móveis, abrindo conta. Falar ao telefone então, era uma enorme dificuldade. Quando atendem a uma chamada falam: TÔ ao invés de ALÔ. BEM DISPOSTA ao invés de TUDO BEM. E se despendem com um COM LICENÇA, ADEUS, BOA CONTINUAÇÃO.
Os portugueses falam muito rápido e ainda têm sotaques diversos nas diferentes regiões do país.
Aos poucos a gente se acostuma e de repente, se pega algumas palavras do vocabulário luso. Pois!
Ouvi vinho bom e barato? Temos!
8. Vinhos para que te quero!
Assim como o pão e a sopa, o vinho faz parte da vida, da cultura do povo português e consequentemente, de quem vive em Portugal.
Muitos estabelecimentos comerciais fecham na hora do almoço para que todos possam comer calmamente e apreciar seu vinho.
Tomar uma taça de vinho, ou melhor “copo de vinho”, às refeições é uma tradição milenar, predominantemente, o vinho tinto e de preferência na companhia de familiares ou amigos.
Para os portugueses, o vinho é muito que uma bebida, faz parte da cultura, tanto que Portugal foi eleito mais uma vez o maior consumo per capita de vinhos no mundo.
Como vocês podem imaginar, eu amo um bom vinho e sempre que tenho oportunidade vou aos supermercados e garrafeiras (adegas) para entender mais e investigar quais as melhores relações custo x benefício, uma vez que existem muitos vinhos excelentes com preços convidativos. Eu amo esse tipo de programa, sempre faço ótimas descobertas. Adoraria mostrar os valores para vocês, mas infelizmente é proibido fotografar dentro de lojas e supermercados. Vocês iam morrer com a diversidade de rótulos maravilhosos que se compra com cinco euros.
Experimentar é preciso!
9. Marcas brancas, por quê não?
Logo que chegamos, um casal de brasileiros que vive aqui há muitos anos, foi muito atencioso conosco e nos instruiu em relação a algumas coisas básicas, mas muito importantes. Como, por exemplo, ao tipo de arroz que compraria para ser mais parecido com o do Brasil. Porque as primeiras tentativas resultaram em pratos pouco apetitosos, no caso do arroz, todo empapado, e juro que fiz da mesma forma.
A essa altura, você começa a perceber que as carnes, arroz, frutas, queijos e muitas outras coisas são diferentes em relação a cortes, sabores. Principalmente a carne bovina, foi difícil acertar o corte e o melhor lugar para comprá-la.
Certamente, a descoberta reveladora, foram as chamadas MARCAS BRANCAS, que são marcas do próprio supermercado, têm altíssima qualidade, confiáveis e com os preços muito melhores que os das marcas renomadas já existentes no mercado. Alguns produtos valem muito a pena, os de limpeza então, são ótimos!
As grandes redes oferecem vasta linha de produtos com seus rótulos. Ainda estou em fase de teste, ora experimento de um, ora de outro, tento um novo item e vou aprovando ou não.
É, aprendi muito em Portugal!
10. Portugal, um pequeno gigante!
Apesar de ter um dos salários mínimos mais baixos da Europa, a qualidade de vida aqui é inquestionável. Transporte, segurança, educação e saúde públicos funcionam e as muitas taxas pagas (porque são muitas) são revertidas em benefício da população.
De Norte a Sul, as estradas rodoviárias são boas e há uma malha ferroviária ativa e de qualidade.
Há belezas presentes nos monumentos históricos, com seus arredores seguros e bem cuidados, sua via costeira, riqueza gastronômica e região vinhateira de se apaixonar!
Castelos, fortalezas, pequenos caminhos que nos levam a praias, falésias, vinícolas, parques… ainda falta tanto para conhecer!
Tanta diversidade num território tão pequeno, o país está preparado para receber grande número de turistas que a cada ano visita o país em busca de um dos melhores destinos europeus, onde come-se bem, bebe-se muito bem, visita lindos cenários, tem segurança, com um valor bem menor que o de outros países da Europa.
É só um pequeno relato do que aprendi em Portugal nesse período. Continuo aprendendo mais e mais a cada dia, afinal o aprendizado é contínuo e para isso que estamos aqui, não é mesmo? Então que venha mais!
Como eu sempre digo: MY NAME IS PRONTA !
Obrigada Portugal por ter nos recebido tão bem. Por ter me ensinado tanto e por um ano tão feliz!
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Sou Renata Horta, 51 anos, Consultora de Imagem e Estilo,
Estrategista de Imagem Pessoal e Especialista em Coloração Pessoal e Visagismo.
Sou mineira de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro e expatriada no Porto, Portugal, desde 2021.
Vivendo meu melhor aos 51.
Apaixonada por Moda e viagens. Casada há 27 anos e mãe de uma arquiteta talentosa de 25 anos.
Somos únicas, únicas nas nossas escolhas, experiências e vivências, na carga genética, habilidades, imperfeições e sentimentos e esse é nosso super poder.
Meu convite para você é: VISTA-SE DE SI MESMA
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Respostas de 2
Amei!!
Ameiiiiii.