Parte 2
Posteriormente à parte 1 sobre Au pair, sigo com as 10 dicas essenciais, que você precisa saber e (quase) ninguém te conta, sobre esse intercâmbio nos Estados Unidos.
6. Tenha uma rotina pessoal
Estabelecer uma rotina pessoal é importante, assim como estabelecer um objetivo do seu tempo aqui no EUA.
No primeiro momento ele não fica claro, e talvez você descubra seu objetivo no segundo ano (se você o fizer). Caso você não tenha um objetivo claro, como por exemplo, entrar pra faculdade daqui, casar, voltar pro Brasil com um inglês melhor, etc.. Você pode começar com objetivos diários como: aprender uma palavra nova por dia; visitar um lugar turístico por semana; estudar 20 minutos por dia; treinar; ler ou simplesmente ler um livro.
Certamente, estabelecer uma rotina fora do seu horário de trabalho é importante pra não se perder. Além disso, caso seu objetivo seja financeiro, faça planilhas, cuide dos seus gastos, procure cursos gratuitos nas bibliotecas.
Em suma, nunca é tarde, pra começar a ter uma rotina. Se você está lendo isso e já é Au pair, mas não tem uma rotina com seus itens pessoais, é um bom momento para analisar, se está satisfeita com o que está fazendo no intercâmbio.
E se seus planos de ser Au pair foram adiados por causa do Coronavírus, faça uma rotina de estudos de inglês online, cursos em inglês, procure saber mais sobre crianças – existem cursos gratuitos online que podem te auxiliar a diminuir a ansiedade de esperar o embarque.
7. Rematch – Mudança de família
O tão famoso e temido Rematch. Por que acontece e o que fazer? Quando e por que pedir para mudar de família?
Bom, eu – até agora – trabalhei em 3 famílias. Meu primeiro rematch veio com 9 meses de intercâmbio. Após ter decidido não estender com a mesma família, eles acharam que seria melhor eu não completar o ano. Eu já tinha achado uma família pra minha extensão e quando comuniquei a eles o acontecido, ligaram pra agência e eu fui antes pra lá. Um mês depois, decidimos que não éramos um bom match.
A nossa entrevista tinha sido perfeita, foram mais de 10 e-mails, 100 perguntas que foram respondidas detalhadamente. Mas o inesperado aconteceu: O santo não bateu! Depois de tudo isso, eu e um dos filhos deles, não nos demos bem e, optamos pelo rematch. Hoje tem 8 meses que estou com a terceira Host Family.
A minha visão do rematch é que ele existe PRO NOSSO BEM. A gente pode sim não estar satisfeita, ter escolhido errado, ou simplesmente querer morar em outra cidade, ter novas experiências.
Sem banalizar o rematch, não dá pra pedi-lo a cada insatisfação que aparecer pela frente, mas ele existe e sempre analise todas as outras opções antes de pedir pra sair da família atual. Converse com outras Au pairs, tente entender os dois lados da situação e se realmente for seu limite, faça de uma forma madura e procure outra família que seja diferente da qual você está saindo.
8. Ter final de semana off é necessário sim!
Quase toda futura Au pair tem uma Host Family incrível no perfil e, fica em dúvida sobre ter ou não ter que trabalhar aos finais de semana. Isso aconteceu comigo, eu acabei escolhendo essa Host Family, pois eles eram flexíveis quanto ao horário de trabalho do final de semana e eu cuidava de um bebê.
Venho de uma rotina muito agitada no Brasil, trabalhava com eventos e trabalhar aos finais de semana não era novidade pra mim, por isso achei que seria tranquilo também. Acontece que não, minhas amigas não tinham off no mesmo dia, os finais de semana que elas queriam viajar quase nunca batiam com o meu final de semana livre.
No meu segundo ano eu troquei de familia e tenho todos os finais de semana livres, consigo notar a diferença da sanidade mental e liberdade, entre uma opção e outra.
Viajo, praticamente, todos os finais de semana, tenho esse tempo livre para estudar, viajar, organizar minha vida pessoal e conversar com amigos e familiares. Ter os dois dias juntos é fundamental, para você sair da rotina de trabalho e, recuperar energias para próxima semana.
9. Liberdade limitada
Na dica 4, eu falei que a casa não é sua, aqui explico melhor sobre a liberdade, que está na nossa cabeça quando procuramos por esse intercâmbio. Nós, geralmente, optamos por um intercâmbio para que tenhamos mais liberdade, seja dos pais, seja pra sair da rotina, mudar de trabalho, se encontrar ou conectar com algo.
Colocamos a solução em “morar no exterior”. Essa liberdade, de fato acontece! Mas ela vem limitada, pois você não é totalmente livre. Moramos nas casas dos nossos chefes, somos diretamente ligados a eles – e a agência; eles são nossos responsáveis legais dentro dos EUA. Precisamos nos reportar a Host Family, sobre quase tudo.
Portanto, é de extrema importância que você dê satisfação, com relação ao seu dia (inclusive no tempo off), para onde vai e com quem vai. Da mesma maneira que faz-se necessário reportar desde uma simples ida ao mercado ou quando você for chegar tarde (e até dormir fora).
Se você é uma pessoa de hábitos noturnos (que gosta de balada, por exemplo), lembre-se, novamente, que você irá morar com os seus chefes e que, talvez eles não vejam isso como ponto positivo. O mesmo vale se você gosta de beber cerveja/vinho durante a semana (mesmo após o trabalho).
10. Voltar pro Brasil
Conheço Au pairs que decidiram voltar pro Brasil, antes de completar o intercâmbio. Essa decisão não é fácil de ser tomada, várias questões vem na nossa mente.
A resposta pra maioria delas se resume em: tá tudo bem, não é fracasso voltar, nosso país é incrivel, com todos os problemas que ele tem, nossa família e amigos são maravilhosos e estão com saudades, os “rolês”, a melhor comida, o almoço de domingo, entre outras coisas.
Quando passamos um certo tempo morando fora, começamos a dar mais valor ao que temos e, a decisão de voltar, não é um fracasso e sim um ato sábio. Entender seu momento e seus limites, é saber até onde ir e a hora de parar.
Pode-se planejar a volta e juntar dinheiro aqui, procurar emprego no Brasil, novos cursos, etc. Como sei que nosso intercâmbio é uma caixinha de surpresas, se a volta não teve tempo de ter sido planejada, aproveite o momento de reencontro com a família, e a resposta chegará pra você.
Vai ser díficil, porém vai valer a pena.
Morar fora não é fácil, e passar por tudo o que passamos, sendo Au pair nos faz querer (ou deixar de querer), várias coisas. Cada um com seu aprendizado e experiências, deixamos um pouco de nós onde vamos e, com as pessoas que conhecemos pelo caminho (um enorme carinhos pelas minhas amigas desse intercâmbio), e também levamos conosco um pouco de cada disso tudo.
As crianças também sentem, criam apego e amor por nós, afinal, estamos ali praticamente 24/7 convivendo com eles.
Meu desejo a nós, Au pairs, é que no final de tudo isso – seja ele o tempo que for, um mês ou dois anos – nós possamos ter aprendido algo de muito valioso. Eu posso dizer que aprendi a ter paciência com o próximo, uma ariana sendo paciente e já pensando em qual próximo sonho a realizar.
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Goiana, 29 anos, ex Au Pair na Flórida – US. Atualmente moro em Fortaleza-CE. Publicitária pela PUC-GO. Thetahealer, Reikiana, Aromaterapeuta.
Amante do pôr do sol, Disney, Harry Potter e do mar. Aqui eu falo sobre minha experiência como Au Pair, auxiliando futuras e atuais Au Pairs a lidarem melhor com essa jornada.
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