O que fazer com a saudade de quem ficou no Brasil?
Vou começar dizendo, que eu amo minha família. Sempre fomos bem próximos, muitos churrascos, reuniões entre primos, amigos de uns que viraram amigos de outros e nos tornamos uma grande família, sempre dando um jeito de estarmos perto.
Eu sabia que essa realidade iria mudar, morar fora seria desafiador. Em tempos modernos com vídeo chamadas e mensagens gratuitas a despedida seria apenas física. Quando mudei para os Estados Unidos em 2019, a despedida não teve um tom de despedida, teve sim o pesar do “ultimo abraço”, pois não sabíamos por quanto tempo eu ficaria fora.
Administrando as saudades
O começo foi difícil, várias e longas vídeo chamadas pra todos da família, mostrando cada pedacinho desse “novo mundo” no qual estava vivendo. Fotos da rotina, pedidos de conselhos, vídeos mostrando como funcionam as coisas aqui “na gringa”. Comparações entre o Brasil e os Estados Unidos, pedidos de receitas, chamadas de vídeo de aniversários, jantares, baladas com as amigas..
Com o passar o tempo, as ligações diminuíram e começamos a marcar horários pra ligar, pra conversar. Meus horários de trabalho eram muito diferentes e na maioria da vezes eu caía no sono sem conseguir ligar pra ninguém. Áudios, fotos, vídeos, pequenos detalhes do dia a dia sempre estiveram e estão muito presentes.
Meus primos vieram passar as férias aqui e foi muito bom, conseguimos conciliar as férias de três pessoas e fazer um roteiro, que agradasse a todos, amigos também que vieram e foi muito bom poder mostrar e levá-los aos meus lugares favoritos por aqui.
(primos que vieram do Brasil)
Hoje, em tempos de COVID-19 e quarentena, me peguei a pensar o quanto isso tudo não é novidade pra mim. E o quanto eu sinto saudade do contato, dos churrascos, dos aniversários. A maior saudade é o abraço, o sorriso, o som da risada que vem lá do outro quarto.
O melhor jeito de lidar com a saudade é mantendo perto aqueles que sempre nos apoiaram, ligando pra saber como a pessoa está. Aquela mensagem de “bom dia”, das suas tias, nos grupos de família ou um vídeo aleatório no meio da noite de uma prima.
A saudade sempre vai existir, mesmo que a gente visite nossa família frequentemente – e hoje faz um ano e oito meses que abracei a todos e falei “Até logo”.
Dica de uma Au pair que ama sua família e está morrendo de saudades
ELES TE AMAM E TAMBÉM SENTEM TUA FALTA! Liga, chora, fala que está com saudade, conta da sua vida e deixe eles falarem também. Do mesmo jeito que as vezes a minha vida aqui fica louca e nem lembro de dar boa noite pra minha mãe (Desculpa mãe, vou melhorar!) , eles também tem a própria rotina e talvez estejam esperando uma mensagem sua.
Uma vez uma amiga me escreveu dizendo “Eu nunca te mandei mensagem por medo de te atrapalhar, esperava você me ligar”. Seja a pessoa que liga!
Um beijo no coração, fica em paz e fala hoje pra sua família que você os ama. – E se conheces alguém morando fora do Brasil, faça o mesmo!
“Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz
‘To com sintomas de saudade
‘To pensando em você
Como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem”
– A Sua
Marisa Monte.
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Goiana, 29 anos, ex Au Pair na Flórida – US. Atualmente moro em Fortaleza-CE. Publicitária pela PUC-GO. Thetahealer, Reikiana, Aromaterapeuta.
Amante do pôr do sol, Disney, Harry Potter e do mar. Aqui eu falo sobre minha experiência como Au Pair, auxiliando futuras e atuais Au Pairs a lidarem melhor com essa jornada.
