Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

As dores e amores de uma migração

Última atualização do post:

As dores e amores de uma migração
Praia de Carcavelos - Portugal (Arquivo Pessoal)

Entre os anos de 2016 e 2017 eu e minha família decidimos nos mudar de país, e durante praticamente dois anos nós nos preparamos pra isso.

Eu sempre quis experimentar como seria uma vida fora daquilo que eu sempre fui habituada. Tinha muita vontade de me mudar para um país que tivesse como idioma principal, um outro que não fosse o português. Eu gostaria que meus filhos tivessem a oportunidade de estudar e vivenciar uma outra língua.

Meu filho mais velho queria que a mudança fosse para um país que falasse inglês, pois desde pequenos meus filhos estudaram inglês, e eles já tinham a facilidade. Minha filha, como era novinha na época, ficaria feliz de estar junto com a família em qualquer lugar do mundo. E então começamos a nos movimentar para isso.

Nesse meio tempo, meu marido recebeu uma proposta muito boa para trabalhar em Portugal. A família toda acabou aceitando a proposta e começamos então todos os preparativos para a mudança.

Burocracias que geram ansiedade

Era agosto/setembro de 2017 quando meu marido aplicou para obter o visto de trabalho e asim, poder embarcar para Portugal. Esse visto demorou quase 2 meses para sair. Desde o dia da aplicação até o dia que aquele visto saiu, foram praticamente 60 dias de espera. Por mais que tentássemos controlar, a ansiedade e às vezes até a angústia fizeram parte de todo o processo. Acho que esses sentimentos acabam sendo inevitáveis num processo de mudança de país.

E o mais difícil é quando em todo processo temos os filhos e, para não deixá-los também ansiosos, eu e meu marido éramos obrigados a fingir serenidade e tranquilidade.

Despedidas

Depois que o visto saiu e nós já tínhamos a certeza que a mudança aconteceria, nós começamos a contar para amigos e familiares próximos que mudaríamos de país.

A fase das despedidas durou em torno de um mês, e esta foi a fase que eu mais comi pizza na vida (risos). Para todo mundo que eu anunciava minha mudança, já me respondiam dizendo: “Ah! Venham aqui em casa para nos despedirmos e pedimos uma pizza!”

Mas foi uma época muito boa também, pois eu me dei conta de quanta gente querida nós tínhamos por perto.

A mudança

Com o tão esperado visto nas mãos, era início de 2018 quando embarcamos de “mala e cuia” para Portugal. Precisamos trabalhar o desapego e deixar uma vida pra trás. Não sabíamos o que nos esperava do outro lado do oceano. Mas, com muita coragem embarcamos no avião, e um calor no coração me dizia que daria tudo certo.

As dores e amores de uma migração
Saindo do Brasil – 2018 – Imagem Arquivo Pessoal

E mais burocracias

Chegamos em Portugal e ficamos num AirBnb no Estoril (aliás, são as melhores lembranças que eu tenho da “Terrinha”), e em cerca de 15 dias, conseguimos alugar nosso apartamento e matricular as crianças na escola.

Meus primeiros dois meses em Portugal foi dedicado apenas para regularização de documentos. Eu passava de segunda a sexta com “papeladas” nas mãos. Depois de dois anos, com tudo calmo e nos sentindo em “casa”, e então, veio a segunda imigração.

De Portugal para a Bélgica

Vocês se lembram quando eu disse que queria morar em um país que não falasse português? Pois é, Deus me ouviu tão bem que me mandou para um país com três idiomas oficiais (risos). Sim! A Bélgica tem o francês, o neerlandês e o alemão como idiomas oficiais do país.

Como já tínhamos tido a experiência de ter “deixado” a nossa Pátria, essa segunda vez, foi mais fácil em termos de desapego (apesar de termos feito grandes amigos), mas as dificuldades foram outras.

As dores dessa segunda mudança

Quando, inesperadamente, meu marido recebeu a proposta para trabalhar na Bélgica, eu fiquei muito animada, mas meus filhos ficaram bem chateados de deixar os amigos que já tinham conquistado. Mas, com muita conversa, conseguimos convencê-los de que seria bom para eles essa nova experiência. E mais uma vez passamos por choros e despedidas.

Já na Bélgica

Quando chegamos na Bélgica já tínhamos casa, pois dessa vez meu marido veio antes para resolver essa parte.

Mas apareceram outros perrengues. Um deles é que foi bem difícil de arranjar escola pros meus filhos. Depois de dois meses e de muita procura, conseguimos.

As dores e amores de uma migração
Atomium – Bruxelas – Imagem Arquivo Pessoal

Quando as crianças começaram a escola, o grande desafio foi com o idioma, pois ninguém da família falava francês (eu moro em Bruxelas, onde o idioma principal é o francês).

Os nossos primeiros meses na Bélgica foi muito difícil, só o inglês não bastava, pois temos os filhos que precisavam da nossa ajuda na escola. Eu fiquei tão desesperada que comecei a estudar francês feito louca. Em três meses eu já estava conseguindo me comunicar. Meus filhos foram verdadeiros guerreiros, pois se esforçaram para aprender o idioma e depois para fazerem novas amizades, o que não foi nada fácil, principalmente para meu filho mais velho.

Aprendendo a ser resiliente

Hoje eu posso dizer que tudo o que passamos, nos uniu e nos fortaleceu. As crianças se tornaram super responsáveis (as circunstâncias os obrigaram a isso). E tudo que tem um ônus, também tem seu bônus, pois por outro lado eles ganharam muita liberdade para saírem com seus amigos (sim, eles conseguiram arrumar muitos amigos bacanas).

Depois de alguns perrengues, estamos adaptados, mas aprendemos a nos abrir para novas e boas experiências sempre que elas nos são apresentadas, e seguimos, sempre confiantes Naquele que nos Guia.

Vou ficando por aqui e até o próximo artigo!

Leiam aqui outros textos da autora

Gostou deste artigo?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe por E-mail
Compartilhe no Pinterest
Compartilhe no Linkedin
Picture of Leslie Pinheiro

Leslie Pinheiro

Sou a Leslie, brasileira de São Paulo. Formada em Odontologia, mas deixei de atuar na área há um bom tempo. E então resolvi seguir outros caminhos e hoje sou professora de yoga. Sou casada, mãe de um menino e uma menina. Um dos meus divertimentos é viajar. Amo conhecer novas culturas, experimentar culinárias diferentes e me aventurar em novos lugares e, em família, estamos pouco a pouco desbravando a Europa de carro. Morei em Portugal e atualmente moro na Bélgica. É com imenso prazer que compartilho aqui um pouco das minhas experiências na Bélgica. Me acompanhem também no meu Instagram @eulesliepinheiro

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

19 − 9 =

LEIA TAMBÉM

plugins premium WordPress

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Clique aqui para saber mais.