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Chegada a hora de partir

Última atualização do post:

Mudança

É chegada a hora de partir! A vida de nômades foi um desígnio do destino que nos conduziu a viver em muitos lugares diferentes. Não foi algo planejado, mas aceitamos o desafio e nos jogamos nessa aventura pelo mundo.

Chegada a hora de partir
Vida nômade – arquivo pessoal

Curtimos cada destino, cada parada e vivemos experiências indescritíveis com muito amor, aceitação e gratidão no coração. Afinal, nós estávamos tendo a oportunidade de sermos lapidados através dos aprendizados que fomos adquirindo ao longo desse percurso. 

Portugal é o nosso 4º país de morada e estamos em êxtase com essa nova aventura nesse país maravilhoso que, além de tudo, tem como fator facilitador ter a mesma língua. Isso nos ajudou muito na maior parte do processo de adaptação.

Chegada a hora de partir
Nosso 4º país e atual de morada – arquivo pessoal

Nosso planejamento inicial era viver na Itália, em Ancona. Saímos do Brasil com 2 malas e um bebê e partimos para a Itália, onde demos entrada no processo de cidadania (por via judicial- através da linha materna). Porém, a permissão que conseguiríamos obter para ficar lá durante o transcurso do processo não nos permitiria trabalhar, já que os documentos legais somente saem ao final do processo de cidadania.

Chegada a hora de partir
A Itália foi nosso 1º país de morada – arquivo pessoal

Londres

Desta forma, a vida nos empurrou a experimentar um novo estilo e forma de viver, e seguimos o que o destino estava nos propondo, para aquele momento: viver um tempo de vida nômade. 

Fomos morar um tempo em Londres, onde a irmã do meu marido vive há 14 anos. Ela se casou com o meu tio, irmão da minha mãe, que já mora lá há 20 anos. Fomos recebidos por eles em sua casa com muito amor e carinho.

Chegando em Londres
Londres foi nosso 2º país de morada – arquivo pessoal

Esse tempo foi necessário para conseguirmos ajustar as velas do nosso barco e replanejar com calma os próximos passos, já que os documentos poderiam demorar até 3 anos para sair. 

Austrália

Foi aí que pintou a Austrália, através de uma amiga virtual que fiz no Instagram. Conversamos, trocamos informações sobre o que era necessário para dar entrada no país, a forma de vida, custo de vida versus trabalho, etc. 

chegada hora de partir
Sydney, na Austrália, foi nosso 3º país de morada

Aplicamos para o visto, compramos as passagens e partimos. Planejamos inicialmente viver em Sydney por um tempo de aproximadamente 2 anos e meio, até o processo de cidadania italiana ser concluído e podermos voltar para a Europa. Nesse caso, o local mais provável seria Londres.

E o tempo da Austrália concluiu o ciclo. Chegamos em março/2017 e partimos em março/2019, um pouco antes do planejado devido à minha gravidez que nos pegou de surpresa. Decidimos então partir alguns meses antes do visto terminar, para termos o bebê em Portugal.

O que posso dizer dessa maravilhosa experiência que a Austrália nos proporcionou ao longo desses dois anos, é que pudemos experimentar um novo estilo de vida – mais simples, prático e forte. 

Deixamos de lado o apego por coisas que são feitas só para se usar, não para se amar. Praticamos o desapego com muita facilidade. Aprendemos que o minimalismo nos traz mais leveza, e que compartilhar na mesma proporção que recebemos é uma grandiosa forma de gratidão.

Saudade dos que ficaram 

Os que ficam não escolheram fazer essa mudança de vida, foram escolhidos e mudaram suas vidas através da nossa.

chegada a hora de partir
Últimos momentos em Família que deixaram saudades

Vivemos fora do Brasil, mas a família e os amigos estarão de certa forma aqui sempre junto de nós, nesse universo paralelo, mas na mesma dimensão, digamos assim.

Passamos a valorizar as conversas do dia a dia com parentes e amigos que estão distantes, com quem falamos de assuntos completamente diferentes do habitual. Da mesma forma, as programações de férias e encontros adquirirem novo sabor, que somente a saudade nos deixa perceber, fortalecendo sempre e mais essas relações.

A saudade é um sentimento muito importante, pois através dela é possível que se consiga enxergar a importância que cada um tem em nossas vidas. A força do amor de uma família, apesar da distância, da ausência física, não diminui e os laços que nos unem se fortalecem cada vez mais.

Esse é o sentido da vida: uma geração planta e a outra colhe. Estamos nós a semear e esperamos que a próxima geração colha o melhor de tudo isso que estamos plantando aqui. 

Como não se pode viver para sempre, procuramos deixar o melhor de nós para que continuemos a viver através daquilo que fizemos, servindo também de inspiração para aqueles que ficam.

Aos amigos de jornada

Primeiramente, quero começar esse parágrafo com um trecho do poema de Cora Coralina: “Sou feito de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma. Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou…”

Chegada a hora de partir
Minha colcha de retalhos com os amigos expatriados

Eu sempre gostei de circular entre muitos grupos, mas sempre fui eu mesma, independentemente do grupo em que me encontre. Me divirto estando entre pessoas diferentes. Gosto muito de observar e assim vou aprendendo muitas coisas que eu não aprenderia permanecendo somente em um único grupo “familiar”. 

Tudo o que absorvi desde a adolescência, e até hoje, foi me apresentando a diversas formas de vida, para que eu pudesse construir e definir a minha. Isso explica um pouco minha facilidade para transitar em qualquer grupo ou qualquer lugar.

Despedir dos amigos é o mais difícil, mas faz parte! Não gosto de despedidas, prefiro o até breve! Isso a meu ver ajuda para que a partida seja menos dolorosa para todos nós. No máximo um encontro como os habituais nesse momento de partida, para nos dar a sensação de que nos veremos logo. 

O que posso dizer aos novos laços de amizades e aos antigos? Vocês nos ajudaram em nossa jornada mais do que podem imaginar. Espero que, de alguma forma, eu tenha contribuído e demonstrado o valor das nossas amizades. 

Estarão para sempre na nossa vida e esperamos encontrá-los em breve por esse mundão afora, para vivermos novas aventuras e eternizarmos mais momentos juntos. Independente da distância física, estaremos sempre conectados através do coração e de tudo o que vivemos juntos.


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Kelly

Casada há 21 anos, 39 anos, Mãe da Zoe (5 anos) e do Hiram (9 anos). Ex bancária, formada em Contabilidade, ex-sócia e proprietária da empresa Brazil Country Boots, fui por 3 anos Travell Planer na agência de viagem hm miles and tour e atualmente estou em transição de carreira em Dublin na Irlanda. Com experiência e memórias de 5 países onde morei e tenho na bagagem: Itália, Inglaterra, Austrália, Portugal e atualmente Irlanda. Venho compartilhar com vocês experiências de mãe para mãe e a vida de uma expatriada pelo mundo.

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