Toda mudança traz consigo sentimentos mistos e que variam de pessoa para pessoa. E como podemos ajudar crianças a se adpatar num país novo?
A mudança pode trazer medo, ansiedade, insegurança, euforia e uma gama infinita de outros sentimentos. Todos eles devem ser validados, pois são pertinentes ao processo de mudança e adaptação.
Mudar é um processo dolorido
Podemos ajudar nossas crianças e adolescentes, primeiro reconhecendo que o processo de mudança vai incomodar, vai tirá-los da zona de conforto e isto vai doer.
Doi porque tudo o que a criança conhecia e suas referências serão retiradas, como:
– família
– amigos
– casa
– escola
– língua
Este processo não ocorre somente com nossos filhos. Talvez mesmo os pais querendo a mudança podem sim sentir os efeitos dela.
E os pais também vão sofrer e se sentirem inseguros, podendo precisar de atenção e orientação. Só assim poderão dar conta da demanda emocional dos filhos.
Fases da adaptação
Precisamos compreender e respeitar que o processo de adaptaçāo tem suas fases e cada criança vai vivenciar este processo de forma singular, no seu tempo e no seu ritmo.
As fases da adaptação devem ser vivenciadas de forma espontânea, porém com muita atenção em cada fase.
- Fase lua de mel: aonde encontramos a euforia do novo, sentimos aquela ansiedade boa que gera um friozinho na barriga.
- Fase do choque: vamos lidar nesta fase com o choque cultural. Com as dificuldades do lugar, da língua, saudades dos que ficaram e insegurança.
- Fase do ajuste: aonde começamos a compreender e assimilar a nova realidade, a nova cultura e já não nos sentimos mais um estranho no ninho.
- Fase do domínio: aonde conseguimos ter o sentimento de pertencimento, e nos sentimos a vontade com nós mesmos.
Estas fases, tanto as crianças como os adultos, poderão estar enfrentando.
Sinais de alerta
As mudanças de comportamento sāo comuns, mas nāo devem persistir. O importante é prestar atençāo nos seguintes sinais:
- mudança no padrão de sono e alimentação;
- choro frequente;
- muita insegurança;
- isolamento;
- agressividade;
- tristeza.
Este sinais e sintomas vão estar presentes na fala, no brincar, nos desenhos e nos comportamentos em si mesmos.
Como ajudar nossos filhos
Novamente devemos lembrar que é preciso respeitar o tempo de adaptação de cada criança.
Compreender suas emoçōes, traduzir seus sentimentos e acolher os medos e inseguranças, não ter medo de falar dos próprios sentimentos e se humanizar diante de nossos filhos.
Importante lembrar que:
- não criar muitas expectativas;
- não antecipar eventos negativos;
- estabelecer um rotina;
- incentivar a criança a pedir ajuda;
- usar as redes sociais para manter contato com familiares e amigos;
- ter uma vida social;
- convidar os novos amigos para playdates;
- valorizar as pequenas conquistas;
- apoiar emocionalmente as crianças;
- passear pela nova cidade e se familiarizar com o novo lugar;
- conversar com a escola e pedir ajuda, se for o caso;
- dialogar sempre
Considerações finais
Mudar exige coragem, desapego e flexibilidade. Este processo vai nos tornar mais resilientes.
Porém não devemos amenizar o sofrimento dos nossos filhos, por culpa ou mesmo medo de lidar com a situaçāo. Devemos sim, ser honestos emocionalmentes e acolher nossos filhos neste momento tāo delicado e importante.
Lidar com todos os sentimentos que forem surgindo deste processo e acreditar no poder da plasticidade cerebral, no poder da renovação e reinvençāo do ser, acreditando que estamos educando crianças para se tornarem autònomas, flexíveis, independentes, resilientes e mais humanas.
Sou psicóloga Junguiana, formada pelo Mackenzie. Ao longo desta jornada, fui adquirindo outras ferramentas, como terapia comportamental, Reiki, Florais de Bach, aromaterapia e hipnose. Amo este caminho que escolhi, sinto gratidão por poder fazer parte da caminhada de outros seres humanos. Sou paulistana, adoro farinha, moro fora há 17 anos e sofro de saudades crônicas. Sou casada e mãe de um menino lindo que me traz os melhores desafios da minha vida.
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