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Dez fatos sobre o Qatar

Última atualização do post:

Qatar
Edifícios no Qatar. Pixabay.

Pra quem olha de cima, só há deserto no Qatar. Por 50 mil anos foi um país de beduínos e camelos controlado pelos sauditas, otomanos e depois virou um protetorado britânico no século passado até a independência em 1971. Mas no meio de tanta areia não tinha mesmo muito para governar. O interesse era só mesmo pela posição estratégica do porto no Golfo Pérsico.

Mas desde a descoberta do petróleo 50 anos atrás, tudo mudou e a península se tornou um dos países mais ricos do planeta. O boom econômico atraiu mão de obra, principalmente da Índia e Paquistão e expatriados de todos os países do mundo. Hoje, a população é de 2.700.000, sendo que apenas 11% são cataris e 89% estrangeiros.

E para quem estiver pensando em se unir ao quadro de expatriados, é sempre bom saber uma coisinha ou outra antes de vir pra cá. Aqui listei dez fatos sobre o Qatar.

1- Clima

O calor. Ai, o calor……. Sabe quando você entra na sauna e depois de alguns minutos não dá mais pra aguentar, você abre a porta e toma aquela ducha gelada? Pois é. Viver no Qatar é como viver dentro da sauna por 7 meses. No alto verão a temperatura chega a 56 graus.

E a umidade bate 80%, então a sensação térmica é de 5000 graus centígrados. Ao andar na rua por 3 segundos, a gente sente a carne cozinhando. Dizer que é horrível é um eufemismo. Existe uma piada que o Oriente Médio está localizado mais perto do sol que Mercúrio. Eu posso atestar que a sensação é essa mesmo.

Aí a gente chega em casa correndo pra tomar um banho e como lá fora tudo é deserto, o calor atinge toda a tubulação e a água sai muito quente do chuveiro. Por sorte, todos os lugares têm ar condicionado e isso faz a vida possível aqui. E no inverno até faz um friozinho! Alguns dias chega a 10 graus, a melhor época é entre novembro e fim de abril.

2- Vazio no verão

No verão, que aqui começa entre 20 e 22 de junho e termina três meses depois, há um grande êxodo devido ao calor extremo. Escolas dão longas férias, vários cursos e restaurantes fecham. Expatriados e locais viajam em busca de climas mais amenos e somente pessoas com empregos que têm férias reduzidas ficam na cidade. Nesse período há poucas opções de entretenimento e as ruas ficam quase vazias.

Por do sol no Qatar
Pôr do sol no Qatar. Pixabay.

3- Direção

A sensação que eu tenho é que vou sair do Qatar com um PhD em direção. É o trânsito mais maluco que já vi no mundo. Cada um faz o que quer. Se o motorista está numa avenida de cinco pistas e de repente resolve virar à esquerda, mas está na última pista da direita, ele simplesmente vira o volante e quem vier atrás, na velocidade que for, que se vire pra não haver um acidente.

É muito estressante dirigir aqui, todos os dias penso que vou ter um ataque do coração. A quantidade de quase-batidas que tive em um ano é incontável. Todo mundo que mora aqui há mais tempo já sabe disso e vive em alerta total mas sem se estressar. Já eu não me acostumo. Sempre vivo tensa atrás do volante.

4- Vestimenta

Depois de morar em Dubai, onde vivia uma vida ocidental apesar de estar num país árabe, imaginei que o Qatar, que é quase vizinho, seria parecido, ainda mais com a grande quantidade de expatriados. Mas os poucos cataris fazem questão de manter as tradições e o respeito à religião e não permitem que mulheres andem por repartições públicas, shoppings e locais públicos com ombros, colo e joelhos à vista.

As mulheres locais e outras muçulmanas vestem a abaia (aquele vestido largo e longo preto) com o cabelo e pescoço cobertos. Muitas delas cobrem o rosto também, só deixando os olhos à mostra. E algumas cobrem o rosto por completo com um véu preto e usam luvas para não mostrarem as mãos. Ao chegar pode ser um choque. Mas depois de um tempo, nos acostumamos e nem olhamos mais.

Homens não podem vestir bermudas. Os árabes vestem o chamado dish dash, uma espécie de vestido longo branco com um lenço na cabeça que pode ser todo branco ou branco e vermelho, dependendo da origem da família. Não é permitido vestir biquini em todas as praias, somente em algumas ou dentro de hotéis ( mas paga-se pela visita uma média de 150 Reais por pessoa).

5- Só para mulheres

Como existe uma segregação entre homens e mulheres, em vários locais só entram homens ou só mulheres. E nos locais onde ambos podem frequentar, existem filas ou guichês, ou salas designadas para cada sexo. Academias são frequentadas somente por um sexo.

Parques têm dias exclusivos para mulheres e famílias. Homens sozinhos não entram. Piscinas públicas de estádios, por exemplo, não podem ter homens e mulheres juntos. No dia de mulheres, ombros e coxas têm que estar cobertos.

6 -Porco

Muçulmanos não comem porco. Presunto, linguiça, salame, bacon, etc são proibidos aqui. Existem alternativas de peru, carne bovina, mas não se compara. Expatriados, desde que não-muçulmanos e que tenham uma licença do governo podem comprar na única loja existente em todo o país alguns alimentos de porco a preços muito altos.

7-Álcool

Assim como o porco, o álcool também é proibido. É preciso uma licença especial para comprar bebidas alcoólicas na loja citada acima, licenciada pelo governo e que registra cada comprador. No fim do ano passado, os preços aumentaram em 100% e uma cerveja custava o equivalente à uma pequena fortuna.

Começaram a surgir várias pessoas que fabricavam o próprio vinho e cervejas em casa. Desde então os preços caíram um pouco, mas ainda assim, bebidas alcoólicas aqui são vendidas a preço de ouro e não é incomum levar sua própria bebida para consumo para a casa dos amigos e o que sobrar, o visitante põe de volta na bolsa e leva pra casa.

8- Ramadã

O Ramadã é o mês sagrado dos muçulmanos. Durante 30 dias em que o início é determinado pelo aparecimento da lua (em geral 10 dias mais cedo que no ano anterior), os muçulmanos do mundo inteiro jejuam durante o dia e só podem comer à noite/ de madrugada.

Como é um período de reflexão e oração, músicas não podem ser tocadas em público. Muçulmanos e expatriados não podem comer ou beber ou fumar durante o dia sob risco de prisão. Os vários shoppings, lojas e restaurantes, ficam fechados. Este é pra mim o período mais difícil de estar aqui.

Motoristas famintos ficam ainda mais perigosos, o atendimento mais agressivo. E não se pode comprar nada até a noite.

9- Segurança

O Qatar só faz fronteira com a Arábia Saudita. Ao Norte, do outro lado do Golfo mas a uma curta distância, fica o Irã. Desde junho de 2017, a Arábia Saudita impôs um embargo ao país. Apesar da situação tensa na região, a única base militar americana está localizada ao norte da capital Doha e a vida é extremamente segura com poucos crimes registrados.

Crianças podem brincar nas ruas, não há tiroteios, nem histórias de roubos, assaltos, invasão de ladrões às casas. Nossas bicicletas ficam na garagem aberta, sem portão e sem cadeado. Qualquer pessoa pega roubando é deportada na hora sem os pertences pessoais.

10- Copa do Mundo

A Copa do Mundo de 2022 vai ser no Qatar. A cidade está passando por um grande processo de expansão de ruas e avenidas, edifícios, estádios e hotéis de olho no evento que vai ser em novembro ao invés do tradicional julho, por causa do calor.

Como o consumo de bebidas alcóolicas é proibido, dizem que torcedores não vão poder beber nos estádios e somente nos hotéis onde estiverem hospedados. Mas ainda não está claro se de fato o álcool vai continuar banido. Como em tudo que fazem, os cataris tentam o melhor, mais bem feito, mais inesquecível e perfeito.

Tenho certeza de que quem chegar vai se assustar com a grande quantidade de construções e ruas sendo abertas. Mas, pouco a pouco Doha está tomando forma e está mais preparada para o influxo de torcedores. Acho que vai ser uma festa que vai trazer muito orgulho para quem mora aqui. Qual desses fatos sobre o Qatar achou interessante?

Para ler mais sobre o Qatar e os Emirados Árabes, clique aqui.

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Paula Satink

Paula Satink é jornalista e executiva de comunicação, com mais de 25 anos de expatriação em vários países da América do Sul, Central, Europa e Oriente Médio. Ela tem 4 filhos, e há seis anos se dedica exclusivamente à educação deles.

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