Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Entrevista: Cristina Marques, de volta ao Brasil

Última atualização do post:

Repatriada - Panamá - Brasil
Cristina Marques

Temos muitos depoimentos, tanto aqui no blog , como em vários outros sites falando sobre pessoas que saíram do Brasil, mas e as que retornaram ao Brasil? Por opção ou necessidade?

Entrevistamos a Cristina Marques, que morou no Panamá e retornou ao Brasil. E por que ela precisou voltar pra sua terra natal? Vamos acompanhar aqui na entrevista. Espero que gostem!

DP: Conte sobre você

Meu nome é Cristina Luzia Moreira Marques, tenho 51 anos, sou formada em Ciências da Computação e possuo MBA em Negócios Internacionais pelo Insper SP. Eu trabalhava na Philips Brasil na área de Projetos de TI em 2014, quando surgiu a oportunidade de morar na Cidade do Panamá, Panamá. Assim,lá fui eu!

DP: Fale sobre sua família

Fui para a Cidade do Panamá e meu marido (na época) me acompanhou, mas depois de um ano e meio, terminamos um relacionamento de 24 anos. Não tivemos filhos, portanto no Brasil deixei meus pais e meu irmão.

DP: Como surgiu a oportunidade de morar fora?

Eu trabalhava na Philips Brasil, na área de Projetos, na área de Tecnologia da Informação em Barueri, e fui convidada para ir para a Cidade do Panamá para compor o Centro de Excelência em Operações para a América Latina como Gerente de Transformação de Negócios/ Gerente de Programas e Projetos, para  formar equipes multiculturais para, posteriormente, atuarem na prestação de serviços junto aos países da América Latina.

DP: Quais foram os pontos positivos encontrados no Panamá? E os negativos?

As dificuldades encontradas foram relacionadas à legislação para aquisição de imóveis, bancos, etc. A comunidade Panamenha é bastante restritiva a estrangeiros, mesmo que 27% da população do país seja de estrangeiros, então a interação era, basicamente, com os funcionários da própria empresa, ou com outros estrangeiros, em outros círculos sociais. A língua local utilizada é o Espanhol, claro, com suas peculiaridades, como em todos os países da América Latina.

Minha adaptação foi tranquila e da mesma forma a do meu marido (na época ainda estávamos casados), também conseguiu ser transferido para lá, e interagíamos bastante com outros expatriados na mesma situação que a nossa. Como ponto positivo, dada a posição geográfica e a característica do meu trabalho, eu pude viajar bastante na região e conhecer muitos lugares e culturas !!

DP: Qual foi o maior motivo pelo qual você voltou ao Brasil?

O retorno ao Brasil se deu em Março de 2019. Eu retornei, basicamente, para estar próxima à minha família. Quando cheguei ao Panamá, eu já tinha um prazo determinado para ficar por lá, que eram 5 anos. E assim, no começo de 2018, comecei a me movimentar no sentido de retornar ao Brasil.

Como não havia oportunidades para eu mover minha posição para a filial Brasil, em junho de 2018, eu pedi demissão e me coloquei a disposição de meus superiores para formar substitutos para minha função. Assim, em dezembro do mesmo ano, me desliguei formalmente da empresa. No entanto, para encerrar todos os trâmites e efetivar a mudança para o Brasil, retornei em março de 2019.

DP: Há quanto tempo já está de volta ao Brasil? Passado todo esse tempo, pensa ter feito a opção correta, e por quê?

Já são 14 meses desde meu retorno ao Brasil, e estou muito satisfeita e feliz, pois era a decisão que havia tomado desde quando cheguei ao Panamá. Não tenho dúvida alguma que estar próximo aos meus pais e minhas raízes me complementa como pessoa e me deixa plena e feliz.

O retorno não foi fácil, mesmo porque, voltei divorciada e sem o meu trabalho na empresa. Algumas amigos e familiares disseram que eu estava muito diferente, como pessoa, do que quando deixei o Brasil.

Fiz muitos cursos para minha transição de carreira, retomei as aulas na FGV-SP como professora de MBA, o que ampliou meu networking e me trouxe novas amizades.

DP: Qual a maior lição tirada dessa experiência de imigrante e repatriada?

Quando chegamos de volta, não é uma readaptação e, sim, uma nova adaptação e novas descobertas, pois a experiência que tivemos, transforma a nossa percepção de nós mesmos, de mundo, sociedade e comunidade. E, obviamente, as coisas, pessoas e relacionamentos que ficaram por aqui, também mudaram!

No Panamá, Como eu tinha tempo e disponibilidade (o que eram consumidos em trânsito pesado, quando vivia em São Paulo), tive muitas oportunidades de conhecer novas visões de mundo, através da Cabala, da visão de grupos Indianos, da convivência com outras culturas, das oportunidades de praticar o voluntariado. Certamente, isso tudo foi de um valor indescritível.

Eu tenho muito orgulho da minha experiência e, faria tudo de novo, e creio que não mudaria muita coisa.

DP: Como e onde você se vê daqui a uns anos?

Como estamos em meio desta pandemia global, estou mudando minha visão quanto a isso ! E pretendo estar morando em uma região de praia e, por exemplo, contribuindo para a comunidade local.

DP: Alguma mensagem pra quem pensa em retornar ao Brasil depois de estar em outro país?

Minha mensagem é: não deixe de viver as experiências que surjam, doe-se de coração, pois tudo é para nosso crescimento enquanto pessoas. Acima de tudo, traga de volta uma visão ampliada de mundo e contribua aonde possa! 

Instagram: www.instagram.com/cmarques2007

Arquivo pessoal. Dança típica no Panamá.

Linkedin: www.linkedin.com/in/cristinamoreiramarques

Gostou deste artigo?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe por E-mail
Compartilhe no Pinterest
Compartilhe no Linkedin
Picture of Debora

Debora

Sou Debora, carioca de Niterói e moro na Croácia. Trabalho como produtora de conteúdo e redatora em redes sociais, sites e blogs. Sou também professora de línguas (inglês e português para estrangeiros) e tradutora EN-PT). Antes dessa mudança total em minha vida de expatriada, trabalhei como professora de inglês em diversas escolas de línguas no Brasil e também em empresas com a Petrobras e Vale do Rio Doce. Fui recepcionista bilíngue em eventos voltados a plataformas de petróleo e gás. Viajei o mundo e conheci os 5 continentes e mais de 60 países, a bordo de navios de cruzeiro da empresa Royal Caribbean, onde era recreadora infantil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

três + 18 =

LEIA TAMBÉM

plugins premium WordPress

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Clique aqui para saber mais.