Prezados leitores que me acompanham, começamos novamente a planejar uma nova mudança de país! Desta vez, nossas escolhas terão critérios diferentes dos que já consideramos em mudanças anteriores. Neste momento, nossa decisão será baseada em: melhor poder de compra no país, salário compatível, escola pública (continua na lista), e país onde a língua nativa seja o inglês (pensando na fluência e domínio da língua para as crianças).
Só então me lembrei o quanto essa parte da decisão é difícil, tensa, requer atenção e exige muito de nós, além de causar ansiedade e altos e baixos emocionais. Apesar de ter mudado de país por quatro vezes, só guardamos na memória aquilo que foi bom! A parte difícil ficou esquecida e, como na época eu não tinha o hábito de escrever, não pude relatar parte desse processo para as as lembranças futuras.
As escolhas e os motivos
Já fizemos escolhas em nome das crianças, quando saímos do Brasil. Essa foi a melhor decisão da nossa vida, pensando desde o início no futuro dos nossos filhos. A primeira decisão foi pela Itália, mas durante o processo não nos era permitido morar e trabalhar legalmente no país. A partir daí começaram então as nossas escolhas. Escolhemos morar próximo dos familiares, quando decidimos ir pra Londres. A irmã do meu marido e meu tio moram lá com a família; e foi um lugar de onde não queríamos ter saído. Se não fosse pela demora na obtenção da cidadania italiana – a previsão era de mais de dois anos naquela altura – teríamos ficado por lá.
Acontece que não queríamos ficar sem permissão de visto, então nos mudamos. Foi então que tomamos a decisão por um país onde o visto permitisse que trabalhássemos, estudássemos e pudéssemos viver com mais tranquilidade. Fomos para Austrália! Além da possibilidade de vivenciarmos algo totalmente diferente do outro lado do mundo (Oceania), essa escolha tinha como objetivo ganhar tempo até que saísse o meu passaporte italiano e pudéssemos voltar para a Europa. Aqui poderíamos então finalmente viver legalmente sem nos preocuparmos com vistos.
Torre de Belém, símbolo arquitetônico de Portugal – Arquivo Pessoal
Novas escolhas, outros motivos.
Já fizemos escolhas pelo clima, saúde pública, baixo custo de vida e facilidades de visto. Tudo isso esperando a conclusão do meu processo de cidadania italiana, que levou ao todo cinco anos. Enquanto isso, escolhemos vir morar em Portugal, onde já completamos quatro anos! Nem acredito que já tem sete anos que saímos do Brasil.
Atualmente, nossos motivos são outros! Temos agora uma boa base de como foi viver cada uma dessas experiências que citei anteriormente. Além de tudo, será um momento totalmente diferentes dos demais, pois as crianças já não são mais bebês. São mais independentes, podem ir pra escola, aproveitar e entender tudo o que lhes será proporcionado. Também temos documentos que nos permitem ter mais facilidade na chegada em outro país. Nossa área de trabalho já está bastante definida e com vasta experiência.
O que leva alguém a ter esse estilo de vida?
Morar fora, seja por uma temporada ou por um processo permanente, não é barato e nem fácil. Muitos querem, mas poucos executam esse tipo de sonho ou experiência e acabam não se mudando. Ficam ancorados de forma permanente no primeiro país de escolha. Medo, talvez, desse sofrimento que o recomeço causa. É difícil desapegar de tudo o que se tem e conquistou e sofrer aquela instabilidade inicial até que tudo comece a dar certo. Não temos uma fórmula de como ou quando tomar as decisões de mudar, só sabemos que, quando surge alguma oportunidade, amadurecemos a idéia e, se nos parece certa, tomamos uma atitude e seguimos em frente.
Quem escolhe esse caminho é porque vê a vida e as escolhas de forma diferente da grande maioria das pessoas. Sente-se bem com a adrenalina e à vontade com a liberdade, além de se sentir motivado com as novas descobertas que estão por vir. Vive a empolgação e tem o olhar do deslumbramento, do novo! Tem uma sensação melhor que a do turista, porque vem recheada de orgulho de desfrutar de algo todos os dias, não só um único, e também por tudo o que foi conquistado até chegar ali. Lutar para se estabelecer e receber o que o novo país vai proporcionar traz a magia que encanta! Sentir novamente aquela sensação de estar pronto, disposto e orgulhoso de si mesmo.
Começando o planejamento para mudar de país
A princípio, colocamos nessa decisão atual três opções de países para explorarmos e vermos o que cada um poderia nos oferecer. Logo em seguida, colocamos em pauta o que seria mais importante para a nossa família nesse momento. Bem, em primeiro lugar veio a Itália! Como todos já sabem, Itália foi nossa primeira opção desde que saímos do Brasil. Infelizmente. naquele primeiro momento estávamos no lugar certo, mas na hora errada. Foi preciso mudar os planos, por isso resolvemos seguir pra Londres. Mas a Itália é o lugar onde queremos pendurar nossos quadros, envelhecer e mergulhar na comida mediterrânea e nos prazeres da nostra cultura italiana.
Em segundo lugar colocamos a Espanha, priorizando a imersão na língua espanhola, segunda língua mais importante para as crianças. Além, é claro, da cultura e do estilo de vida intenso do espanhol, que é um povo bem disposto e também bastante receptivo. Sem falar que é um país repleto de lugares lindos para desbravarmos.
E, por último, a opção seria a da Irlanda. Isso pelos seguintes motivos: idioma inglês, salários calculados por hora trabalhada e cidadania europeia.
Vou explicar! Como agora tenho a cidadania europeia, embora meu marido ainda não tenha, mesmo assim, ele pode entrar no país como brasileiro casado com uma cidadã europeia. Ele pode ter os mesmos diretos sem qualquer problema. Na Irlanda há um visto chamado stamp 4 (cada país tem um nome para o visto de reagrupamento familiar), que permite que o cônjuge possa viver igualmente como qualquer cidadão europeu. Isso sem falar que, após cinco anos com esse visto, passaríamos a ter direito à nacionalidade irlandesa. Assim como as crianças também teriam após três anos. O visto para quem é casado com cidadão europeu é aplicado através do site Irish Imigration.
Como saber que chegou a hora de mudar de país?
Não colocamos nenhum prazo ou meta para nenhum dos países que vivemos, simplesmente nos entregamos a cada experiência, cada lugar, cada cultura, sem quaisquer regras, ou qualquer preconceito.
Porém quando chega a hora de partir para mudar de país, simplesmente sentimos! É algo que também aprendemos a perceber – reconhecer e admitir que não pertencemos mais àquele lugar. Necessitamos de novos planos, novas escolhas, novas aventuras. Logo entramos no “modo offline“, como se estivéssemos no “modo avião”, vivendo ali, mas sem a mesma conexão com o lugar, com as pessoas.
É quando o entusiasmo acaba! Sabe uma rede de internet que a gente acessa qualquer informação, e partilhamos na mesma intensidade?! Quando essa conexão é cortada, ou vai entrando no modo inoperante, sentimos dia após dia a oscilação no nosso emocional. As coisas ficam confusas, sem sentido, tudo se torna maior do que realmente é, uma instabilidade toma conta do nosso mundo perfeito.
É nessa hora que percebemos que chegou o momento de viver um novo ciclo, seja ele qual for. Lembre-se que para chegarmos ao nosso propósito, teremos que passar por processos. Então: seja feliz, aventure-se, viva novas experiências! Se você não arriscar, nunca vai saber em qual delas você viveria a melhor versão de si mesma. Para ler mais artigos meus acesse aqui!
Casada há 21 anos, 39 anos, Mãe da Zoe (5 anos) e do Hiram (9 anos). Ex bancária, formada em Contabilidade, ex-sócia e proprietária da empresa Brazil Country Boots, fui por 3 anos Travell Planer na agência de viagem hm miles and tour e atualmente estou em transição de carreira em Dublin na Irlanda.
Com experiência e memórias de 5 países onde morei e tenho na bagagem: Itália, Inglaterra, Austrália, Portugal e atualmente Irlanda. Venho compartilhar com vocês experiências de mãe para mãe e a vida de uma expatriada pelo mundo.
Respostas de 4
Uaau!!! Muito bom, adorei o conteúdo.
Parabéns.
Deus te abençoe sempre!
Muito obrigada Evelyn fico muito feliz e honrada com sua leitura e comentário.
Muito obrigada, amém que assim seja e assim será, uma mudança nunca é fácil, estamos a 1 anos planejando e agora falta 1 mês para o tão esperado momento acontecer, coração a mil ❤️