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Filhos: “mãe, eu sou brasileira, né?!”

Última atualização do post:

Sou brasileira?

Minha filha mais velha perguntou: “mãe, eu sou brasileira, né?!”. Claro que respondi sim, mas fiquei ruminando. Na idade dela eu e você, provavelmente não tínhamos esse tipo de questionamento, mas hoje a situação é outra. Afinal, ela é uma criança expatriada.

Todavia, numa vida expatriada, essa é uma pergunta que passará mais cedo ou mais tarde pela cabecinha de qualquer adolescente nascido no exterior e que mora fora do Brasil.

Quando estamos num país estrangeiro, planejamos, engravidamos e de repente, os filhos nascem. Posteriormente, vamos seguindo o fluxo natural dos dias, vendo a nossa criança se desenvolver, e às vezes lá na frente, bate uma insegurança e questionamos o impacto que temos na vida desse ser humano que colocamos no mundo.

Quem nunca pensou: “se eu tivesse ficado no meu país de origem, a criança teria isso ou aquilo? Conviveria mais com os avós? Viveria mais feliz na cultura brasileira?”.

Dessa forma, nossos filhos seguem vivendo onde escolhemos, fazendo amigos de várias nacionalidades; e assim por diante, vão absorvendo costumes, novos sabores e se adaptando as diferenças. Além do mais, vão misturando tudo isso com a bagagem brasileira revelada durante a convivência familiar. Ser uma criança expatriada também tem vantagens.

O português em casa

Em casa reforçamos a nossa identidade cultural.
Imagem: Pexels

Diferente das escolas brasileiras, a criança expatriada em Dubai geralmente estuda uma segunda e terceira língua: o espanhol ou francês e o árabe como obrigatório. Nossas crianças frequentam escolas privadas e internacionais, sendo o inglês o idioma de alfabetização.

Fora de casa – apesar de o árabe ser a língua oficial do país, o inglês se faz presente, conectando a comunicação de seus habitantes, o que vai desde a escrita bilíngue das placas de sinalização nas ruas até um simples contrato de aluguel, contudo, não há necessidade do estrangeiro falar o árabe. 

Dentro de casa – se os pais forem ambos brasileiros, a conversa na hora do jantar será em português; e fora de casa na socialização com os colegas, as crianças preferem certamente o inglês. E a gente vai rindo com erros de português e com as misturas de idiomas que eles fazem.

A criança expatriada e a identidade cultural

Meu país. Minha identidade.
Imagem: Pexels

Como fica essa identidade cultural bagunçada no coração da criança expatriada que nasceu de pais brasileiros em outro país? E ainda num país que também não pode chamar “de seu” por completo?. Vamos lembrar que estrangeiro não ganha a cidadania local nos Emirados Árabes.

Sem querer vamos trazendo um pouquinho de Brasil para dentro de casa, seja num simples pudim feito toda semana, num pão de queijo servido no café da manhã, ou nos muitos livros infantis e farinha trazidos em nossas malas nas voltas das férias.

Ou ainda, através das horas passadas em clubes de incentivo à língua portuguesa, como o A Hora do Conto de Dubai. E sem esquecer do Internacional Day, um evento organizado pelos pais nas escolas onde se mostra um pouco da cultura de cada país dos seu alunos.

Em síntese, são pequenas ações que colaboram para que não só o português como língua de herança se fortaleça entre as crianças expatriadas, mas também que a identidade cultural brasileira se intensifique.

E reafirmo à minha filha que ela é mais brasileira do que pensa. É brasileira mesmo falando português com sotaque de gringa ou confundindo os significados das palavras.

Dicas para praticar o português

Bibliotecas de livros digitais:

Bamboleio 

Elefante Letrado 

Aplicativo de aulas de português:

DuoLingo

Para mais textos da autora, clique aqui.

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Wiana

Passou pelo Canadá e Bahrein antes de firmar residência em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Escreve também literatura infantil, haicais e contos. É autora do “O Jardim da Lua" (finalista do Prêmio Jabuti 2022 na categoria ilustração) da editora Tigrito. "Sarah & The Pink Dolphin'' é seu primeiro livro bilíngue (inglês e árabe) publicado pela Nour Publishing. Participou do Festival de Literatura da Emirates Airline em 2019 com o livro: "Pepa e Keca em Quem viu rimas por aí?". Atualmente cursa a pós-graduação "O livro para a Infância: processos de criação, circulação, mediação contemporâneos" na A Casa Tombada. É parceira do clube de assinatura de livros infantis, A Taba, nos Emirados.

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