Dando sequência à nossa série sobre atrações turísticas não convencionais aqui na Inglaterra o passeio de hoje será pela região de Greenwich, em Londres.
Os Museus Reais de Greenwich incluem o Observatório Real, o navio mercante Cutty Sark, a Casa da Rainha e o Museu Marítimo Nacional.
Observatório real em Greenwich
Erguido sobre as ruínas do Castelo de Greenwich, o Observatório Real iniciou suas atividades em 1676 sob o comando do primeiro astrônomo real, John Flamsteed.
À medida que os ingleses avançavam pelos mares, explorando o mundo e expandindo suas relações comerciais, informações astronômicas precisas se tornavam imprescindíveis para auxiliar na navegação como por exemplo a cartografia e cronometragem.
O primeiro sinal de tempo público na Inglaterra foi transmitido do telhado do Casa Flamsteed em 1833 e consistia em soltar uma bola de um mastro em um horário predeterminado. Portanto, provavelmente este foi o precursor dos sinos.
O Observatório Real é a fonte histórica do primeiro meridiano do mundo – Longitude 0° 0′ 0” – e, além disso, marca a divisão entre os hemisférios oriental e ocidental.
Todos os objetos em exposição no Observatório são originais e fornecem uma linha do tempo sobre seu funcionamento ao longo dos séculos XVIII e XIX.
Mas, em 1953 o Observatório teve que ser transferido para outro local devido às interferências causadas pela poluição do ar e pelas vibrações das linhas dos trens. Como resultado as antigas instalações se tornaram parte do Museu Marítimo Nacional. Somente em 2012 o complexo, incluindo a Casa Flamsteed e o Planetário Peter Harrison, foi incorporado ao que hoje conhecemos como os Museus Reais de Greenwich.
Observação: o Observatório, Planetário e Casa Flamsteed estão fechados para reformas e abrirão ao público em abril/22.
Cutty Sark
Cutty Sark é o único navio de sua categoria sobrevivente do mundo. Ele foi construído em 1869 observando as três características de design que priorizavam a velocidade ao invés da capacidade:
- um casco longo e estreito;
- uma proa afiada que corta as ondas em vez de cavalgar no topo;
- e três mastros.
O barco tem 153 anos e, durante o tempo que serviu como navio mercante britânico, visitou 16 países e viajou o equivalente a duas viagens e meia à lua, ida e volta.
O nome Cutty Sark significa “camisola curta” e foi emprestado do poema Tam O’Shanter, de Robert Burns.
Em sua primeira viagem o navio levou bebidas inglesas, como vinho e cerveja, e voltou carregado com 1,3 milhões de libras em chá.
Construído para durar apenas 30 anos, o navio superou todas as expectativas. Posteriormente, serviu como navio mercante por 52 anos, depois como navio de treinamento por mais 22 anos, e está aberto para visitação há mais de 60 anos.
Acima de tudo a embarcação ficou famosa por ser um dos navios mais velozes de sua época. Sobreviveu as intempéries do mar, guerras, incêndios e, porque não dizer, ao tempo. Inacreditavelmente, mais de 90% da estrutura do casco do navio é original de 1869.
O Cutty Sark abriga a maior coleção de figuras de proa do mundo, doadas por um excêntrico amante da história marítima, e faz parte dos Museus Reais de Greenwich.
O navio está aberto ao público e a entrada custa 15 libras para adultos e 7.50 libras para crianças.
A casa da rainha
A Casa da Rainha, um dos primeiros projetos do arquiteto inglês Inigo Jones, começou a ser construída para a Rainha Ana da Dinamarca, esposa de Jaime I. Mas, após sua morte em 1619 o edifício inacabado foi esquecido. As obras recomeçaram somente em 1635 a pedido da então Rainha Henrietta Maria, esposa de Charles I.
A forma simétrica da construção era muito diferente dos palácios de tijolos vermelhos da época. Essa novidade arquitetônica impressionou tanto que como resultado as pessoas a chamavam de “a casa branca”.
Atualmente a Casa da Rainha exibe refinadas obras de arte, incluindo pinturas de Lely, Hogarth, Gainsborough, Reynolds, Hodges e Van de Veldes. Da mesma forma, exibe em caráter permanente o famoso retrato Armada de Elizabeth I.
A Casa da Rainha está aberta para visitação e a entrada é grátis.
Museu marítimo nacional
Certamente a primeira foto que todo turista faz quando chega ao Museu Marítimo Nacional é com o barco na garrafa. O barco é obra do artista Yinka Shonibare e uma das obras mais fotografadas de Londres.
Os Museus de Greenwich possuem, juntos, mais de 2,5 milhões de itens, incluindo por exemplo instrumentos astronômicos e de navegação, modelos e planos de navios, moedas, medalhas e bandeiras, uniformes e armas, além de filmes, fotografias, pinturas e tapeçaria.
No Museu Marítimo está, ainda, a maior biblioteca marítima do mundo. Portanto, se você tem familiares que serviram ou viajaram em navios, poderá traçar sua história e aprender mais sobre seus antepassados.
O museu está aberto ao público e a entrada é grátis.
Sou paranaense, expatriada em Londres desde 2016. Bahcarel em Turismo por formacão, administradora de profissão e escritora por amor. Apaixonada por livros, viagens, fotografia, artesanato, jardinagem e camping. Mãe orgulhosa de um adolescente e namorada de um verdadeiro lord inglês, com quem estou descobrindo a ilha da Rainha. Para acompanhar minhas aventuras pela Inglaterra me sigam no Instagram.