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O português: a língua do afeto para nossas crianças expatriadas

Última atualização do post:

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Afinal, como transformar o português em uma jornada afetiva para crianças que passam a viver em países estrangeiros?
Pois é, mudar de país é uma aventura emocionante, mas traz consigo inúmeros desafios, especialmente para as crianças.
Ao trabalharmos com famílias que mudam para o exterior, conseguimos perceber que uma das maiores preocupações está relacionada com a educação dos filhos. Garantir o acesso a uma educação de qualidade em países nos quais o sistema educacional é reconhecido por sua excelência, é um desejo para as famílias mas, a mudança que todo esse contexto causa não é fácil, especialmente para as crianças.

Por que as crianças parecem demonstrar desinteresse pelo português

Diante da adaptação ao novo idioma acontece algo que é quase um fenômeno universal entre famílias expatriadas: as crianças, ao se familiarizarem com a língua do país onde vivem, imersas no ambiente escolar e social do novo país, começam a priorizar a língua local, e demonstram resistência em manter o português ativo no dia a dia. Essa fase, embora comum, pode gerar preocupação nos pais, que desejam preservar o idioma materno como um elo com a cultura e a família no Brasil.
Entender as razões pelas quais surgem a resistência (sejam elas por falta de interesse, dificuldade e a pressão em aprender mais de um idioma) é o primeiro passo para que, com empatia e paciência, possamos transformar a resistência em interesse.

Lendo histórias e aprendendo sobre as raízes com o português
A leitura em família fortalece laços e raízes – Imagem: Canva

A conexão emocional com o português: por que é tão importante?

Por certo, a chave para superar essa resistência está na conexão emocional com a língua materna. A língua materna não é apenas um meio de comunicação. Sendo assim, quando o português deixa de ser visto apenas como um código linguístico e está associado a memórias afetivas, histórias e emoções, passa a ser algo significativo e prazeroso. Para as crianças, o português é, portanto, a língua da família, da brincadeira com os primos, do carinho dos avós, das conversas à mesa durante as festas de família. Quando elas aprendem a se expressar em português, estão também aprendendo a se conectar com essas emoções e memórias. É por isso que a língua materna é tão poderosa: ela carrega consigo um universo afetivo que nenhuma outra língua pode substituir.
Para as crianças, cultivar esse senso de identidade e pertencimento faz com que o português ganhe sentido e vida.

Então, como fortalecer a conexão emocional com o português? Crie memórias que duram! Mais do que apenas livros e atividades sem um objetivo claro, a conexão emocional com a língua nasce das pequenas experiências do dia a dia, que ficam guardadas no coração. Aqui estão algumas formas de criar essa conexão de maneira natural e significativa:

Cozinhando juntos: sabores que contam histórias:


Nada melhor do que uma receita, escrita em português, daquelas do livro de receitas da vovó para ser preparada junto com as crianças. Enquanto misturam os ingredientes, conte histórias sobre sua infância no Brasil, e em meio a esse ambiente de nostalgia e saudosismo, o cheiro, o sabor e as histórias vão se misturar, criando uma memória afetiva.

Rituais que aproximam:


A hora da história pode ser um momento mágico para fortalecer a conexão com o português. Escolha livros que falem sobre o Brasil, suas lendas, suas paisagens e sua cultura. Enquanto lê, faça vozes diferentes para os personagens, crie suspense e deixe a criança se envolver na narrativa. Depois, conversem sobre a história: o que ela mais gostou? O que a surpreendeu? Esses pequenos diálogos ajudam a criança a se expressar em português de forma natural. Te convido a conhecer mais sobre a importância de contarmos histórias para os nossos filhos, clicando aqui.

Brincadeiras que unem e ensinam:


As brincadeiras são, sem dúvida, uma forma poderosa de aprender sem perceber. Que tal ensinar às crianças brincadeiras típicas brasileiras, como amarelinha, bolinha de gude ou esconde-esconde? Enquanto brincam, use o português para explicar as regras, contar histórias ou até inventar novas brincadeiras. A diversão vai fazer com que a língua seja associada a momentos de alegria e descontração.

O português como fator de desenvolvimento emocional
Cada conversa à mesa é uma oportunidade de manter viva a língua portuguesa em casa – Imagem: Canva

Músicas que embalam o coração:


A música é uma das formas mais eficazes de criar conexões emocionais. Cante com seus filhos as cantigas de roda que você aprendeu na infância, ou até mesmo músicas infantis brasileiras modernas. A melodia e a repetição das palavras ajudam a fixar o vocabulário de forma leve e descontraída.

Conexão com o Brasil através da tela:


E por que não usar a tecnologia para aproximar as crianças do Brasil. Assistam juntos a programas infantis brasileiros, explorarem vídeos sobre fauna e flora, videochamada com a família, ou ainda aulas online, com professores brasileiros que usem a ludicidade para desenvolver o conhecimento. Essas experiências visuais e sonoras ajudam a criança a se conectar com o Brasil de uma forma divertida e envolvente.

O português: a língua materna como tesouro afetivo


Por fim, a língua materna é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças. Para saber mais sobre esse assunto, clique aqui. Para as crianças expatriadas, essa conexão é ainda mais vital. , pois é o que as mantém ligadas às suas raízes e à sua história. É dar a elas as ferramentas para que possam, no futuro, contar suas próprias histórias em português, passando adiante essa herança.

Conclusão:


Investir na conexão emocional com o português não é apenas uma questão de educação, ou apenas ensinar/aperfeiçoar mais uma língua, é uma relação de identidade, de elo familiar. É dar às crianças um presente que elas vão carregar para o resto da vida, mostrando-as que, não importa onde estejam no mundo, não existem fronteiras geográficas, o português será sempre uma parte essencial de quem elas são. E isso, com certeza, é algo que vale todo o esforço.

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