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Preconceito na Suécia

Última atualização do post:

preconceito na suécia
diga não ao preconceito - foto Canvas

Não estamos livres de sofrer preconceito em lugar algum do mundo e na Suécia não seria diferente. O errado seria generalizar. O preconceituoso é o indivíduo e não a nação.

Tudo que é diferente ou fora do que as pessoas consideram normal, pode causar impressões e reações diferentes nas pessoas. Sofrer discriminação fora do país é muito real e quase, se não todos os estrangeiros, já passaram por alguma situação (direta ou indireta) de discriminação.

Busque o conhecimento

O que é importante apontar é que nem sempre temos acesso à informações que possa ajudar a entender como devemos agir diante dessas situações, quais são nossos direitos e onde podemos buscar ajuda.

Eu, pessoalmente, passei por um episódio que me deixou muito abalada. Mas por ser algo novo, eu não tinha conhecimento de como agir. Mas como cada experiência que passamos serve de apredizado, a situação me levou a buscar o entendimento.

Primeiramente é necessário entender o que é considerado como discriminação no país em que você vive. Discriminação, no geral, pode ser o tratamento de forma injusta ou distinção entre pessoas. Porém, o que é considerado discriminação por muitos, nem sempre é discriminação segundo a lei. Aqui na Suécia, de acordo com a lei, significa ser exposto a assédio moral ou sexual. Também ter o tratamento de forma injusta no ambiente de trabalho, na escola, no transporte público, etc.

Para sermos mais especificos, segundo a lei, existem sete contextos pelos quais a discriminação pode ocorrer: por causa do sexo, pela identidade de gênero ou expressão, pela etnia, religião ou crença, incapacidade ou deficiência, orientação sexual e pela idade.

Preconceito na Suécia
Isso tem que parar – foto do arquivo pessoal colaboradora Scheilla

Lei de proteção

Além disso, é proibido qualquer tipo de discriminação direta, indireta, discriminação em forma de falta de disponibilidade, através de assédios verbais e sexuais e até passar instruções para discriminar outras pessoas.

Na Suécia, a lei de proteção contra a discriminação protege, somente e exclusivamente o indivíduo e NÃO empresas ou organizações. A proteção do indivíduo atua de forma na qual, por exemplo, os empregadores de uma empresa sueca não podem discriminar seus funcionários, a escola não pode discriminar os alunos e os funcionários de uma lojinha ou mercado não podem discriminar seus clientes.

Entretanto, situações que acontecem no particular, não são consideradas quanto a lei de proteção contra a discriminação. Se eu ou você, por exemplo, entrasse em conflito com vizinhos ou parentes, a lei não qualificaria para atuação. Também não o que é exposto publicamente em redes sociais e mídia. Por outro lado, existem outras leis que atuam nessas situações. E caso necessário, a atuação da polícia.

No meu caso foi diante uma entrevista de trabalho, o que está qualificado como discriminação por empresa de serviços empregatórios. Outras áreas da sociedade que a lei atua são em: lugares de treinamento, em atividades políticas, reuniões ou eventos públicos, serviços sociais, na busca do sistema de seguro social, de saúde, emprego, estudo e recrutamento civil.

Não se cale

Eu nunca tinha sofrido discriminação de forma tão direta e senti uma enorme necessidade de não deixar passar. Mas quero deixar claro, que eu não queria vingança, eu só queria que isso não continuasse acontecendo com outras pessoas. As pessoas que eu conhecia que tinha passado pelo mesmo, nunca buscaram ajuda, sempre deixaram ficar, só que, nesse caso calar é consentir. O que eu fiz foi começar a buscar na internet todas as informações que expliquei inicialmente para depois entender onde buscar ajuda.

O suporte é provido por orgãos diferentes mas nem todos eles tem interesse no seu caso. Eu entrei em contato com todos, já que não tinha certeza onde recorrer. Fui indicada primeiro a buscar ajuda com o sindicato do trabalhador, o Facketförbundet, porém eles só representam judicialmente os seus associados e para ser associado é mais interessante quando você já está empregado por uma empresa.

O segundo contato foi com as agências locais de antidiscriminação, ADB, que fornecem conselhos gratuitos e informações de como você pode execer seus direitos. Como meu caso era bem complicado por questões de não existirem provas concretas, já que o assédio aconteceu via telefone. Eles indicaram procurar ajuda no Provedor de Justiça Contra Discriminação (DO) ou com um advogado. O advogado oferece a representação legal diante do tribunal porém os custos eram surreais para mim.

O que fazer com o preconceito na Suécia

Eu escolhi recorrer ao Provedor de Justiça Contra Discriminação, eles receberam minha denúncia e me instruiram em relação a coleta de documentos e informações necessárias para levar o processo adiante. No entando, estou conciente que eles não investigam todos os casos. Pois eles atuam mais em termos de persuadir os empregadores a não discriminar na hora do recrutamento do que em termos de lutar na justiça para o indivíduo ser indenizado.

Tudo isso serviu de grande aprendizagem pra mim. É importante ter em mente que isso pode sim acontecer com você e, se possível, lembrar de ter como provar (documentar, gravar a ligação, pedir ajuda a pesssoas que testemunharam a situação).

Eu não tenho grandes espectativas sobre a questão judicial. Para mim seria uma grande conquista se eles conseguirem exercer a função deles na prenvenção da discriminação dentro dessa empresa que eu denunciei. Afinal, temos que por um fim no preconceito seja na Suécia ou em qualquer lugar desse mundo!

Para saber mais sobre esse e outros temas dentro da Suécia, visite e se inscreva no meu instragram @euscheilla. No instagram do diariodeumaexpatriada você encontrará também informações sobre outros países.

Links importantes: www.diskriminering.se & www.do.se .

Gratidão.

preconceito na suécia
Diga não ao preconceito – foto Canvas

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Picture of Scheilla Ribeiro

Scheilla Ribeiro

Meu nome é Scheilla e sou natural de Salvador na Bahia. Em 2008 vim como intercambista à Estocolmo capital da Suécia. Após o término do período de intercâmbio, eu entrei para a universidade de Estocolmo, pela qual iniciei os estudos de Física com ênfase em Astronomia (Bacharelado). Faltando um ano para terminar, decidi trancar e tentar outra carreira (levando em consideração as circunstâncias em relação ao mercado de trabalho). Me formei em Desenvolvimento de Web e Gerenciamento de negócios na área de TI, porém nunca consegui esquecer minha paixão pelo universo e o sonho de me tornar astrônoma (quem sabe em futuro próximo?). Contudo, o corona não só afetou a saúde de muita gente, como também a economia e a carreira. A empresa em que eu trabalhava teve que deixar muita gente sair, inclusive eu. Para aproveitar meu tempo de forma útil, me conhecer melhor e explorar minha criatividade de forma a que venha favorecer o bem comunitário, estou dedicando meu tempo a tornar mais acessíveis as informações sobre a Suécia, publicando artigos constantemente dentro do Diário de uma Expatriada, compartilhando sugestões de livros no Instagram, vídeos peculiares no Youtube, escrevendo meu próprio livro e dividindo (em lives no Instagram) as experiências de pessoas incríveis. Bem-vindos ao meu mundo!

Uma resposta

  1. Oi Scheilla, oque aconteceu na sua entrevista? Na rua, lojas, em geral, você também já sofreu preconceito? comparando com o Brasil, como você vê este problema na Suécia?

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