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Ser mãe em outra cultura

Última atualização do post:

ser mãe
Momento mágico, mas cheio de incertezas - Imagem: Freepick

Ser mãe, principalmente de primeira viagem, é entrar em um mundo de incertezas. Por mais que sonhemos com a maternidade e tanto desejemos a chegada dos nossos filhos, só saberemos realmente da realidade quando estivermos com eles nos braços. A partir disso é que iremos lidar com todas as novidades que a condição de ser mãe nos traz, e é a partir daí que começam os verdadeiros desafios.

Dito que a maternidade já é um desafio por si só, vamos adicionar o desafio de morar fora da sua terra natal! O simples fato de se tornar expatriada, imigrante, ou como queira chamar, já é um dos maiores desafios vivenciados pelo ser humano. Pode parecer fácil e encantador à primeira vista, mas não é bem assim quando começamos a falar sobre adaptação. Inclusive, se quiser ler mais sobre isso, escrevi um artigo anterior que pode te interessar.

Nós, seres humanos, somos super adaptáveis, pois conseguimos nos formatar em novas situações e etapas da vida, mas é preciso um trabalho interno antes que tudo floresça. Geralmente estamos envolvidos em algum medo e insegurança que é o que nos causa desconforto em novas situações. Apesar de adaptáveis, também temos a tendência a nos acostumarmos com a famosa zona de conforto, e qualquer mudança mexe nessa estrutura. Acho que aqui você já percebeu que tudo se trata do esforço de cada um para superar essa fase do desconforto não é? Depende da gente batalhar e se abrir para qualquer processo novo que surja em nossa vida e deixar que dê certo, ou até mesmo repensar e tomar outra decisão.

O melhor cenário

Porém, em um cenário ideal, a mulher teria se planejado para a mudança de país. Seja pelo motivo que for, tentou o máximo que pôde estruturar as coisas para a nova vida. Talvez já tenha visitado o novo país, conhecido sua nova família, lido sobre a cultura e, principalmente, entendido o que iria deixar para trás. À medida que se dá um passo para frente, o passado pode e deve ficar guardado dentro de nós com carinho e saudade, mas não como instrumento de comparação.

Sendo assim, a mudança então ocorre e ela começa a se adaptar, a se sentir integrada e, de repente, engravida. Vai ser mãe. Desta forma, ela já praticamente superou o primeiro obstáculo, mas então chega o desafio da maternidade.

Essas dificuldades da maternidade aconteceram em qualquer lugar do mundo em um processo interno que só quem é mãe sabe. As descobertas de como lidar com uma criança vêm aos poucos, dia após dia. Assim também o como lidar com as influências da família, que dá opiniões, dizendo o que fazer e o que não fazer, bem como a culpa, quando a gente acha que errou em alguma coisa. Tudo isso somado ao cansaço mental e físico e inevitável falta de tempo. Enfim, eu costumo dizer que as mulheres são sequestradas pela maternidade, e passam a se encontrar em uma dualidade de paraíso e desespero, mas que vale cada segundo! Até aqui está tudo dentro de um quadro esperado na maternidade real!

Um cenário não tão ideal assim

Nem sempre estamos totalmente adaptadas ao novo lar e já engatamos numa gravidez. Isso nos coloca diante de uma verdade… A realidade é que, para iniciar a caminhada de ser mãe, talvez o melhor mesmo seja estar em casa, junto dos seus, com a estrutura com que sabemos que podemos contar. Mas cada escolha que fazemos pode trazer uma renúncia e, no caso, escolhemos sair da terra natal. Escolhemos também ser mãe, seja de uma forma ou de outra. Sendo assim, é melhor fazer uma limonada do que sentir o amargo do limão puro. É lidar com o cenário sem querer alterá-lo a todo custo porque é daí que vêm as frustrações.

Em um país novo, dar à luz começa pelo estranhamento do sistema de saúde. Sem entrarmos na discussão de se é pior ou melhor, é apenas desconhecido e, assim, nos sentimos mais vulneráveis. Além disso, nos deparamos também, com a maneira diferente do pai e familiares de lidarem com o dia do nascimento. Aqui na Croácia, por exemplo, o pai faz uma festa com os amigos para beber e celebrar enquanto a mulher está na maternidade dando à luz. Inicialmente eu pensei… “que horror”, mas é cultural gente!

O suporte da sogra ou família nem sempre é o que se espera. A maneira como atuam nos cuidados do bebê também pode variar muito e você terá essa luta sozinha para direcionar da forma que entende ser a melhor. Graças a Deus, hoje em dia a mulher tem muito mais facilidade de obter conhecimento sobre a melhor maneira de educar e criar seus filhos. Isso facilita se sentir um pouco mais segura no que está fazendo e persistir. Lembre-se de que a mãe é você!

Três conselhos que ajudam

ser mãe
Aceitar a nova cultura, é a chave para a adaptação – Imagem: Canva

Faça as pazes com o país onde está. Se tem algo que você ainda não digere, tente enxergar por outro ângulo, acolher o sistema e ficar mais amiga dele. Dessa forma lidará melhor com os médicos, as enfermeiras e com qualquer situação que você, grávida, tiver que lidar. O mesmo digo para quando seu bebê tiver nascido. Fique mais aberta ao sistema, embora não deva abandonar suas convicções e questionamentos. Sem dúvida, conseguimos muito mais avanços quando não estamos duelando, ou enxergando o outro como inimigo. Use o seu lado racional e leia o comportamento do outro para obter o que você precisa sem embate.

Não se vitimize! Você é mais forte do que pensa e, apesar de poder encontrar dificuldades, tudo é superável, tudo se ajusta se conseguir manter seu equilíbrio. Sim, eu sei que é difícil e, por isso, recomendo que comece a fazer respirações profundas diárias mesmo antes de dar à luz. Essa respiração é excelente para oxigenar seu cérebro e irá te ajudar na forma de agir, te trazendo mais consciência e equilíbrio. Você pode aprender a respiração aqui!

Por fim, apesar dos desafios que rodeiam esse momento, foque sua energia, nessa etapa maravilhosa da vida que é trazer ao mundo uma outra vida. Lembre-se de que você vai ser mãe. Desfoque das influências externas e tente acalmar seus medos e inseguranças, entendendo que a maternidade também é muito instintiva. Trabalhe também sua autocompaixão e não se culpe o tempo todo.

Para finalizar

Você é um ser humano que precisa viver as coisas, boas e não tão boas, para aprender e melhorar. Por isso, procure ser mais paciente consigo mesma, mesmo porque as mães não vêm com um botão que a gente aperta e nos torna prontíssimas para exercer esse papel.

E, se sentir que não está conseguindo sozinha, não hesite em buscar ajuda. Não existe nada de mal ou vergonhoso nisso. Fortes são aqueles que reconhecem o que precisam e vão em busca!

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Renata Castro

Psicóloga clínica, especializada em Terapia Cognitiva Comportamental, carioca, mãe de 2 amores de 4 patas. Deixei meu consultório no Rio de Janeiro e vim morar na Capital da Croácia, Zagreb. Hoje atuo com atendimentos online.

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