Ser solteira na Croácia

Depois de um período de férias maravilhoso no país, já dentro do avião na volta ao Brasil, decidi morar fora e escolhi a Croácia. Por mais que pareça loucura, foi simplesmente intuitivo e nada me prendia no Rio que eu não pudesse adaptar. Minha família ficou, mas meus gatos vieram, depois de um mega processo onde contei com a ajuda da http://www.airpetstranscontrol.com.

Estava solteira há 3 anos depois de um relacionamento de 15 anos, ou seja, viver na Europa era vida nova por completo. Sabia que iria enfrentar medos porque a única referência que tinha era a das meninas do grupo de mulheres brasileiras na Croácia no Facebook, que aliás me ajudaram muito com minhas dúvidas, mas não conhecia, literalmente, ninguém.

Finalmente, cheguei!

Logo quando pisei em solo croata, em Zagreb, onde ainda moro, já vi que, além de todos os desafios, ainda tinha o idioma e o Uber não falava inglês. Mas calma, vida de expatriada é isso e eu já sabia que a maioria do povo falava inglês. Sim, deu tudo certo! Eu e minhas 3 malas chegamos em casa muito bem. Meus gatos chegaram depois.

Vamos começar a falar da solteira aqui se virando na cidade. Cheguei no meu apartamento e vi que estava muito bem localizada. Muito perto da praça central, mas numa rua de locais e com um pub muito legal do outro lado da rua o Bar Mr Fogg!

Foi para lá que eu fui. Morta de cansaço, mas tão na adrenalina que sentei e pedi meu primeiro chopp. Esse lugar virou minha segunda casa e é uma referência aqui.

Começando a vida nova

Na semana que começou eu me inscrevi na academia e fiz um roteiro para conhecer a cidade um pouco a cada dia. A tirar pelo Mr Fogg, Zagreb é alegre, cheia de eventos, gente bonita, que adora estar na rua e bastante simpática.

Mas isso não quer dizer que funciona como no Rio, onde eu estava acostumada a levar cutucão de alguém interessado ou ter facilidade de entrar num grupo ou uma conversa.

As pessoas aqui geralmente andam em grupos e não são muito abertos a estar num lugar qualquer e introduzir um estranho na conversa. Não é por mal, eles simplesmente são mais fechados culturalmente, vide que saíram do comunismo logo ali num passado recente, 1991, depois de 47 anos.

Não estão habituados a ver gente de fora morando aqui. Isso é sempre uma surpresa para eles.

A diferença cultural é muita, pelo menos em se tratando de Zagreb e Rio de Janeiro. Nunca imaginei, mas eles amam o Brasil e tudo o que é “latino”. Te olham por curiosidade porque somos mesmo diferentes. No início achei estranho, mas depois entendi. Eles não recebem brasileiros vindo morar aqui todo hora. Principalmente uma brasileira sozinha. O que ela faz aqui?

Fazendo amizades

Ao começar a sair, tive o prazer de descobrir que aqui ninguém te agarra, não beijam na primeira saída e no fim do encontro dão um aperto de mão. Aí você pensa que não gostou de você, mas no mesmo dia já recebe mensagem demonstrando interesse. Nas boates pode ser que exista uma abordagem mais explícita, porém regado a bebida em demasia. São respeitosos no geral.

Esse panorama foi realmente um alívio! Sem pressão! Era sair para papear e conhecer o outro. Dessa forma fiz amigos que tenho até hoje. Sim, amigos homens que em nenhum momento tentaram nada comigo sem meu consentimento. É mais leve. A gente combinava de ir visitar parques, tomar um café. Muito papo e, de vez em quando, se você der abertura, algo a mais.

As amizades femininas são mais difíceis. As vezes tentei puxar papo na academia e a coisa travava. Não sei ainda muito bem o motivo. Mesmo assim fiz uma amiga para todas as horas e algumas conhecidas que, volta e meia, troco mensagem ou saio para um café. Aliás, croatas amam café!

Zagreb ficou entre as 50 melhores cidades para pessoas solteiras https://www.croatiaweek.com/zagreb-voted-among-best-cities-in-europe-for-singles/ , então é fácil se sentir bem caminhando ou mesmo tomando um café ou um vinho sozinha.

Sentar para almoçar também nunca foi um problema. Confesso que nunca fiz isso no Rio e tive uma sensação maravilhosa de liberdade, sem ninguém ficar me encarando ou julgando.

Descobrindo os points

Apesar de uma capital pequena comparada as que temos no Brasil, Zagreb é vibrante. Muitos eventos o ano todo, bares, cafés e restaurantes super descolados. Alguns pontos mais turísticos, como a rua Tkalciceva, com um bar do lado do outro, a Cvjetni Trg (praça das flores), com locais mais badaladinhos frequentados pelos croatas e a minha rua, Marticeva, com ar moderninho e ótimas opções.

Minha experiência ainda nem começou. Creio que tenho muito ainda para descobrir e entender desse povo que escolhi para ser meu. Tenho certeza que as aulas de croata serão um plus para entender o comportamento deles diante de uma estrangeira solteira, mas que fala o idioma.

Na verdade acho que o idioma é a parte mais árdua! Ohh idioma difícil! De resto, tudo fluindo no seu tempo e como deve ser.

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Renata Castro

Psicóloga clínica, especializada em Terapia Cognitiva Comportamental, carioca, mãe de 2 amores de 4 patas.
Deixei meu consultório no Rio de Janeiro e vim morar na Capital da Croácia, Zagreb.
Hoje atuo com atendimentos online.