Os traumas são experiências que podem nos marcar profundamente, deixando cicatrizes emocionais e psicológicas que, por vezes, parecem impossíveis de superar. Esses eventos podem ser causados por uma série de situações: perdas, acidentes, violência física ou emocional, entre muitos outros fatores que provocam dor e sofrimento. No entanto, uma verdade essencial que devemos lembrar é que, apesar da profundidade das feridas, os traumas não nos definem. Eles fazem parte da nossa história, mas não precisam ser o ponto final ou a identidade central de quem somos.

O que são traumas?
Trauma é qualquer evento ou conjunto de eventos que causam uma grande carga de estresse emocional, psicológico ou físico, excedendo a capacidade da pessoa de lidar com a situação de forma saudável. Estes eventos podem variar em intensidade e impacto. Um trauma pode ser resultado de um evento único, como um acidente de carro, ou de uma série de eventos contínuos, como abuso ou negligência.
O impacto do trauma pode ser sentido de várias maneiras. Pessoas que passaram por traumas frequentemente relatam sintomas como ansiedade, depressão, flashbacks, dificuldade para confiar nos outros, e até mesmo problemas de saúde física, como dores crônicas e insônia. Dessa forma, muitas vezes as pessoas se sentem presas nessas experiências dolorosas e, infelizmente, acreditam que essas situações negativas definem quem elas são.
A ilusão de que os traumas nos definem
Um dos maiores desafios para quem lida com traumas é a sensação de que a dor define sua existência. Esse sentimento pode surgir tanto por uma internalização das experiências traumáticas quanto pela percepção de como os outros os veem. Muitas pessoas, especialmente aquelas que passaram por traumas na infância, acabam construindo sua identidade em torno dessas experiências, acreditando que sua dor é a única narrativa que importa.
No entanto, essa é uma ilusão perigosa. Embora o trauma possa moldar certos aspectos da nossa vida, como nossos medos e desafios, ele não é a totalidade de quem somos. A história do trauma é apenas uma fração da nossa trajetória de vida. Ao permitir que o trauma se torne nossa identidade, estamos limitando nossa capacidade de crescimento, cura e transformação.
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O processo de cura: redefinir-se além da dor
Superar um trauma é um processo longo e muitas vezes difícil. No entanto, é possível. O primeiro passo é reconhecer que, embora o trauma seja uma parte da sua história, ele não precisa definir o seu futuro. A cura começa quando aceitamos que somos mais do que as nossas feridas.
Passos fundamentais para superarmos traumas, pois não definem quem somos
- Buscar ajuda profissional: A terapia pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar a processar e superar traumas. Psicólogos e terapeutas especializados em trauma podem guiar as pessoas a explorar e compreender suas experiências, oferecendo suporte para a recuperação.
- Desenvolver a autoconsciência: É importante refletir sobre como o trauma impactou a forma como você vê a si mesmo e o mundo ao seu redor. A prática da autoconsciência, por meio da meditação, escrita terapêutica ou diálogo interior, pode ajudar a identificar padrões de pensamento e comportamento que foram influenciados pelo trauma e que podem ser alterados.
- Resgatar o poder pessoal: Muitos traumas, especialmente aqueles relacionados à violência ou abuso, envolvem uma perda de controle sobre o próprio corpo ou mente. Uma parte essencial da cura é recuperar esse poder pessoal. Isso pode envolver a prática de atividades que restauram a conexão com o corpo, como ioga, exercícios físicos, ou mesmo a prática de hobbies e atividades que tragam prazer e bem-estar.
- Redefinir a narrativa pessoal: A forma como contamos nossa história influencia profundamente a maneira como nos vemos. Ao trabalhar com um terapeuta ou mesmo por meio de introspecção, podemos reformular nossa narrativa pessoal para que o trauma não seja o ponto central. Em vez disso, podemos focar nos momentos de resiliência, nas conquistas e nas habilidades que desenvolvemos para superar as dificuldades.
- Conectar-se com os outros: O trauma pode ser isolante, fazendo com que as pessoas se sintam desconectadas dos outros. No entanto, reconectar-se com pessoas que oferecem apoio emocional, como amigos, familiares ou grupos de suporte, é essencial para o processo de cura. Compartilhar experiências com quem entende e oferece empatia pode trazer conforto e encorajamento.

O papel da resiliência
Uma das maiores forças que os seres humanos possuem é a resiliência. Mesmo após experiências traumáticas devastadoras, muitas pessoas são capazes de se recuperar, reconstruir suas vidas e até mesmo encontrar novos propósitos. A resiliência não é sobre esquecer o trauma ou fingir que ele nunca aconteceu, mas sobre encontrar formas de crescer a partir dele, com a certeza de que os traumas não nos definem.
As pessoas que passaram por traumas e encontraram caminhos de cura muitas vezes relatam uma maior empatia, uma visão mais profunda da vida e uma nova apreciação pelas coisas que antes pareciam comuns. Esse crescimento pós-traumático é um testemunho da incrível capacidade humana de adaptação e renovação.
Não somos nossos traumas: eles não definem quem somos
Embora os traumas façam parte da nossa história, é crucial lembrar que eles não precisam ser o centro de quem somos. Cada um de nós tem a capacidade de se redefinir, de buscar a cura e de encontrar novos significados para a vida, independentemente do que aconteceu no passado.
Os traumas podem nos ensinar lições, nos moldar e nos desafiar, mas não nos definem. Somos seres complexos, com múltiplas camadas de experiências, talentos e sonhos. Nossa verdadeira identidade está além da dor, e a cada dia temos a oportunidade de nos reconstruir de maneira mais forte e plena.
Conforme avançamos na jornada de cura, é importante nos lembrarmos dessa verdade: somos muito mais do que nossas feridas. Ao abraçarmos essa ideia, damos o primeiro passo para viver uma vida mais livre, leve e cheia de possibilidades.
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About The Author
Beatriz Setto Godoy
Olá! Eu sou Beatriz Setto Godoy, mais conhecida como Bia, e vivo no Brasil.
Uma ítalo-brasileira, apaixonada pelo mundo: por conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes.
Tenho formação em Administração, Psicanálise, em Comunicação Não-Violenta e em Programação Neurolinguistica.
Sou uma arquiteta de pessoas especialista em comunicação assertiva.
Facilito treinamentos na área de comunicação, atendimento, liderança com o foco em criar conexões e melhorar o clima organizacional adquirido nos meus 20 anos de CLT.
Com minha experiência de vida ajudo pessoas do mundo todo a se conhecerem para viverem com leveza e sentido.
Realizo atendimentos psicoterapêuticos em português e inglês.
Criei o Podcast Conecte-se com a sua Jornada, escrevo como colunista de um Blog para expatriadas e para uma revista Espanhola sobre bem estar, a Therapies Magazine e também, sou escritora de livros.
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