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Um mix de sentimentos na mudança de país

Última atualização do post:

mix de sentimentos
Aproveitando os bons momentos - Imagem: Arquivo pessoal

Após quatro anos e meio morando em Portugal e tendo visitado o Brasil três vezes nesse período, mesmo assim, posso dizer que ainda sinto falta do meu país! Falta das minhas origens, do verde da floresta, das nossas matas, da minha família, das minhas amigas, da comida da minha mãe, dos churrascos, do amigo secreto no Natal, da virada do ano…

Parece que ainda não estou cá porém, já não estou mais lá. É um mix de sentimentos confusos.

Se em um momento sinto uma alegria imensa por ter mais qualidade de vida, segurança e uma melhor educação para meus filhos, por outro lado, ainda sinto falta de pequenas coisas da minha antiga vida que ainda não encontrei aqui.

É preciso recomeçar

Nós mudamos de país e “deixamos” nossa antiga vida para trás. Os encontros com as amigas continuarão a acontecer, mesmo eu não estando mais presente. A vida não parou por causa da minha mudança. Quem optou por sair no Brasil fui eu, elas continuarão por lá, com suas vidas e rotinas.

E aí, chego em um novo país, uma nova cultura, e preciso recomeçar. As crianças vão para a escola e aos poucos vão criando novas amizades. E os adultos? Desesperadamente tentam encontrar seu lugar e fazer novas conexões.

Entram em grupos de WhatsApp, Facebook, adicionam “amigos” no Instagram, participam de grupos de networking, combinam encontros, fazem uma porção de amigos. Amigos? Bem… no início parecem ser amigos de infância, do tipo “separados no nascimento”.

Mas aos poucos descobrimos com quem temos mais afinidade e os grupos gigantes começam a reduzir. Também podemos ter algumas desilusões, é natural e faz parte do processo.

Dica de leitura: Mudar de país vira a nossa vida de cabeça pra baixo

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Com minha família viajando por Roma – Imagem: Arquivo pessoal

Amizade se constrói aos poucos

Aqui em casa, sempre disse para as crianças que a amizade se constrói aos poucos. Grandes amigos levam anos para construir uma história – amigos que conhecem nosso olhar, nossa expressão facial, nosso tique nervoso. Pois a amizade precisa ser cuidada, é como uma sementinha que plantamos e aos poucos vemos crescer. Assim como as plantas, a verdadeira amizade sobrevive aos dias de chuva, às tempestades e ao calor.

Acho que é uma coisa de “me permitir”. “Me permitir” abrir o coração, ser vulnerável, conhecer pessoas e sair da minha zona de conforto. Me fechei para o novo, deixei de conviver com pessoas legais, pois apenas pensava em tudo o que “deixei pra trás”. Tudo o que sempre disse para meus filhos, sobre construir uma amizade, não consegui praticar em minhas próprias relações.

E vi que era hora de mudar. Eu precisava desesperadamente disso, senão o nosso plano de imigração poderia se tornar inviável em um curto espaço de tempo. O tempo passava e eu insistia em continuar no mesmo lugar. Ou seja, a Denise do Instagram não era a mesma da vida real: me tornei triste, ansiosa e um pouco deprimida.

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Encontro com as amigas que fiz em Portugal – Imagem: Arquivo pessoal

A terapia me ajudou

E então a mágica aconteceu e virei a chave. Me permiti sair da casca que eu mesma criei. Conheci novas pessoas, aceitei receber o carinho genuíno e desinteressado, saí mais, combinei cafés, amigo secreto de Natal e almoços. Não esperei que as pessoas viessem atrás de mim, eu mesma comecei a ir ao encontro delas. Além disso, comecei a correr atrás dos meus sonhos, que andavam bem esquecidos. Já nem lembrava mais das coisas que gostava, eu realmente me perdi – mas volto a me encontrar. “Lembrei” do quanto gosto de marketing, publicidade, conectar pessoas e interagir.

Foi aí que procurei ajuda. Comecei a fazer terapia e aos poucos estou me redescobrindo. Aliás vou usar umas palavras lindas que minha terapeuta me escreveu: “a tristeza faz parte da vida, só não permita que seja a atriz principal. Acolha e aceite a tristeza, mas continue aproveitando tudo de bom que você tem a seu alcance”. Isso tocou profundamente meu coração e lembro exatamente da sensação que tive ao ler isso.

Novas oportunidades chegaram

Então procurei cursos on-line e gratuitos, me inscrevi em vários. Quanto mais eu procurava, novas opções apareciam, e vi novas oportunidades chegando. Tomei coragem e me matriculei em um curso de extensão universitária, esse é pago, tem uma carga horária um pouco maior e ainda me dá a possibilidade de obter uma certificação. Quem sabe não é um novo campo de trabalho no qual eu possa oferecer às pessoas um pouco do meu conhecimento?

Por fim, quando eu já estava toda “pirilampa” com minhas novas conquistas, eis que estou em uma manhã no Instagram e recebo uma mensagem da Bell, a criadora desse blog, dizendo: “Você escreve com a alma. Adorei! Seria ótimo ter você em nosso time de colaboradoras”. Nem deu tempo de pensar, na hora eu já aceitei (também estou aprendendo a aceitar os presentes que a vida me dá! Acredito que esse seja um deles).

Fala sério, não podia ter começado 2023 de uma forma melhor. Volto a ser a Denise de antigamente. Mais positiva, mais feliz, mais amiga e muito mais leve.

Feliz ano novo.

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Picture of Denise Biasi

Denise Biasi

Olá! Meu nome é Denise, sou casada com o Marcello e mãe coruja do Lucas (18 anos) e da Laura (13 anos). Formada em Administração de Empresas, trabalhei alguns anos em Recursos Humanos, até o nascimento do Lucas. Em julho de 2018, vendemos nossa casa no Brasil e chegamos em Portugal com 12 malas, nosso cão e muitos sonhos. Adoro pessoas! Adoro ler, escrever, viajar e encontrar amigas para um café. A jornada da imigração já é desafiadora, mas não precisa ser solitária. Pensando nisso, promovo encontros entre mulheres expatriadas, que buscam fazer novas amigas e conexões. Tenho o @eu.denisebiasi, onde conto um pouco sobre a nossa aventura de morar em outro país.

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