Quando saímos do Brasil em 2011, éramos uma família de quatro: Ricardo, Regina, Ariane e Rafael. Foram muitas despedidas, muito choro, muitas expectativas. No início, nosso contato com o Brasil era diário, textos, ligações via Skype, e o mais esperado, “ a próxima viagem de volta”.
Mudanças pós-expatriação
Como tudo passa, a novidade da mudança também passou. Fomos conhecendo novas pessoas, criando novos vínculos e o apego a sua vida pré expatriação diminui. Lá, na nossa terra natal, as coisas mudaram também, são casamentos e divórcios; nascimentos e falecimentos; mudanças que muitas vezes só ficamos sabendo quando voltamos para visitar ou só participamos de longe.
Nosso primeiro ano de expatriados foi de muito aprendizado, no segundo nossa família de quatro ganhou uma adição: minha prima Giuliana foi morar conosco enquanto completava seu Masters Degree em Lausanne. Ainda este ano, passamos o primeiro Natal longe do Brasil. Nesse período aconteceram muitos “primeiros”.
O ano de 2012 foi um ano de crescimento pessoal, aprender uma nova vida. Foram muitos almoços, churrascos, cafés, caminhadas. Muitas receitas novas testadas, enfim um novo círculo de pessoas entrou para sempre em nossa vida.
Em 2013, nova mudança: Ariane e Giuliana terminaram seus estudos e voltaram definitivamente para o Brasil; Rafael foi para a universidade em Boston e nós, depois de 24 anos voltamos a ser uma família de dois de novo e aprendemos a ser uma família globalizada.
Muitas vezes, cada um está em um país diferente, não vivemos sem WhatsApp, FaceTime, FindFriends e qualquer outra facilidade que a tecnologia nos ofereça para ficarmos um pouquinho mais próximos.
Amigos pelo mundo
O que se aprende sendo expatriado é que nada é definitivo, as coisas podem mudar rapidamente, e se cada mudança traz perdas – amigos, casas, hábitos, também traz a oportunidade de conhecer novos amigos, morar em novas casas e criar novos hábitos.
Ficam as memórias, o carinho pelo país que te acolheu e os amigos espalhados pelo mundo.
O círculo social de um expatriado é como uma porta giratória com um grande fluxo de pessoas; uns entram na sua vida ao mesmo tempo em que outros saem, mas não antes de criar um vínculo.
Os amigos acabam se tornando a sua família longe de casa. É com eles que você comemora o dia das mães quando a sua mãe está longe. São eles que você convida para a formatura dos seus filhos quando você quer dividir sua alegria. São eles que te ajudam quando você está doente, triste ou com saudades. Essas experiências enriquecem sua vida e confortam seu espírito.
Cada um seguindo seu caminho
Mesmo depois de 8 anos, ainda mantemos contato com pessoas que conhecemos na Suíça e em Dubai. E de novo, as crianças que conhecemos crescem, alguns casam, alguns se divorciam, alguns tem filhos e a vida continua.
Mas, definitivamente, a sua vida muda, seus conceitos mudam, e você tem a oportunidade se se tornar uma pessoa melhor.
Eu sou a Regina e tenho 51 anos. Tenho uma família internacional: meu marido e eu moramos em St.Louis, EUA; minha filha Ariane mora no Brasil e meu filho Rafael mora (por agora) na Polônia. Adoramos viajar, então quem sabe nos encontramos pelo mundo…
