Pois é, depois de cinco anos, voltei pro Brasil. Minha história começou em 2019, quando fui para a Austrália com apenas duas malas de 23kg. E gosto de começar assim porque, às vezes, as pessoas não têm noção do quanto isso é pouquíssimo espaço. Sem dúvida, em duas malinhas dessas não cabe quase nada! Deixei para trás muita coisa valiosa, e nem estou falando sobre bens materiais. Esses eu conquistei ainda mais por lá.
Primeiramente, ao contrário do que muitos imaginam, eu nunca fui para lá com a intenção de morar para sempre. Fugindo do padrão da maioria, meu propósito era bem claro: aprimorar meu inglês, estudar marketing e comunicação, e viver essa experiência de morar fora, algo que sempre foi um grande sonho.
E que experiência! Não tenho absolutamente nada para reclamar da Austrália. É um país incrível, e sempre terá um lugar muito especial no meu coração. Fui para lá como uma menina de 24 anos, recém-formada, e voltei pro Brasil como uma mulher muito mais forte.
Por que voltei pro Brasil depois de tudo?
Acredito que a vida é feita de ciclos, e o meu lá estava se fechando, mesmo com um visto válido até 2026. Comecei a perceber que já não fazia sentido continuar. Não é que algo estivesse errado, é que, de certa forma, eu já tinha conquistado tudo o que desejava e até o que nem imaginava ser possível. Eu aprendi, me desafiei, amadureci. A sensação era, portanto, de missão cumprida.
Não saber falar o idioma no começo, não trabalhar na minha área inicialmente, não conhecer nada nem ninguém — esses são desafios até bonitos, que fazem parte da jornada de quem decide mudar de vida, seja de país, estado ou até mesmo de cidade.
Eu tive momentos maravilhosos com a Austrália, uma verdadeira história de amor, mas também passei por fases difíceis. A saudade, a solidão em datas festivas, o peso de ser independente e, especialmente no último ano, a ansiedade. Foi nesse período que percebi que precisava cuidar de mim. A terapia me ajudou muito, e foi ali que entendi que talvez fosse hora de mudar. Não porque a Austrália deixou de ser incrível, mas porque eu precisava me reencontrar.
O decidir voltar: quando a casa já não é um lugar fixo
Quando contei para as pessoas que estava voltando, a pergunta que mais ouvi foi: “O que você está fazendo?” Mas eu não os culpo — muitos vêem a Austrália como o sonho de uma vida. Mas poucos conhecem o outro lado da moeda. Sim, é um país incrível, mas há uma parte da história que poucos enxergam: a luta interna, o desgaste emocional. Para saber mais, clique aqui.
Ainda assim, a decisão de voltar foi uma das mais difíceis da minha vida. Afinal, lá eu tinha conquistado tanto. Me acostumei com a rotina, com a segurança das ruas, com o transporte público eficiente, com o salário justo. Eu vivia bem, tinha estabilidade. Então, por que voltar?
Voltar para onde, se minha vida já estava tão construída lá? Foi essa a pergunta que mais me martelou. Quando você se acostuma com a sua vida no exterior, com a independência, a sensação de liberdade, voltar parece um passo em direção ao desconhecido, mesmo que seja para a casa que você nunca deixou de chamar de sua. Clique aqui para saber mais sobre a Austrália, em artigo que escrevi para o blog.
Família: o maior motivo por que voltei pro Brasil
Quando você se encontra na balança entre o conforto e a saudade de quem ama, a escolha pode ser dolorida, mas clara. Meu pai e minha mãe foram o maior motivo. Sentia que era hora de estar mais perto, de aproveitar cada momento que pudesse ao lado deles.
Quantas vezes mais eu teria para sentar e tomar um café com eles? Quantas outras datas comemorativas eu estava disposta a passar longe? A vida é curta demais, e essa sensação de que o tempo está passando me fez tomar a decisão.
Quanto tempo ficarei aqui no Brasil? Sinceramente, não sei. Vou voltar para a Austrália? Acho que não. O mundo é tão grande, e há tantas oportunidades e experiências para viver. Agora, minha cabeça está aberta para novos horizontes.
Novos capítulos, novas oportunidades
Hoje, estou no Brasil, tentando me reconectar com minhas raízes e construir um novo capítulo. Estou cheia de energia para retomar meus projetos, como minha empresa de comunicação e os conteúdos que tanto amo criar. Porque, no fim das contas, o que importa mesmo é estar perto de quem amamos, seja onde for.
Então, se você está aí, lendo este texto e pensando em mudar de vida, de país ou apenas de cidade, lembre-se: o caminho nem sempre é fácil, mas vale a pena. E, às vezes, a decisão de voltar é a mais corajosa que podemos tomar. Porque não se trata de desistir, mas de entender que nossos sonhos podem mudar — e está tudo bem!
A paixão por escrever, fotografar e contar histórias me fizeram escolher a comunicação. Em 2018, me tornei jornalista e, em 2019, embarquei numa aventura para a Austrália, para aprimorar meu inglês e aprofundar meus estudos em comunicação e marketing. Lá, também me tornei pós-graduada em Marketing e Comunicação. Sou apaixonada por criar e contar histórias atraentes.