Como preparar meu filho para uma mudança de país

As mudanças fazem parte da nossa vida, lidamos com elas o tempo todo. Mas, as mudanças não são todas iguais; alguma são sutís, outras são maiores e nos trazem mais desafios, como por exemplo, mudar para o exterior com família e filhos. Afinal, uma criança expatriada enfrentará muitos desafios no seu dia a dia e no processo de adaptação.

Pense numa situação nova que alguma vez você tenha enfrentado. Você consegue lembrar daquele frio na barriga? Com as crianças e adolescentes não é diferente. Mudar vai mexer com a cabeça deles e tirá-los da zona de conforto.

A mudança para o exterior com filhos pode gerar uma gama imensa de sentimentos e reações, como por exemplo:

• Frustração
• Ansiedade
• Choro
• Insegurança

E, como a maneira como os pais elaboram o processo da mudança vai afetar diretamente no processo de adaptação do filho, é muito importante, os pais, olharem para dentro de si e identificar os sentimentos que estão sendo gerados por causa da mudança.

Acredite. Vai ser necessário este olhar para vocês, como pais, para poderem identificar estes sentimentos nos filhos. Algumas coisas vamos descobrir apenas no novo lugar. Contudo, é possível preparar seu filho para viver essa grande mudança de uma maneira mais leve.

Como fazer desta mudança um processo menos traumático

Se a criança expatriada for incluída neste processo de mudança, ficará mais fácil de aceitá-lo. Em suma, deixe que ela faça algumas escolhas, provoque nela a curiosidade sobre o novo lugar. Se for viável, visite o novo país antes da mudança e a nova escola também.

Detalhes importantes

Devemos levar em consideração o idioma do novo lugar, o clima e a cultura.

• Idioma: O idioma pode ser tornar uma barreira e esta é uma dica que vale também para as novas mamães expatriadas. Aprenda o idioma do novo lugar, você vai se sentir mais independente e vai ter mais autonomia e simultaneamente, poderá ajudar o filho neste momento.

• Clima: Se a criança, por exemplo, sai de um país tropical e vai morar no deserto, ela pode se assustar com a mudança de clima. Conversar sobre este tópicos, mostrar o tipo de roupa que se usa pode fazer bem , acalma a ansiedade e dá espaço para a curiosidade e uma maior aceitação.

• Escola: Dependendo do lugar, a nova família vai encontrar currículos diferentes. Mas é importante lembrar que, não existe o currículo perfeito, existe aquele que vai combinar mais com seu filho.

Como ajudar e preparar meu filho no momento da despedida

Devemos lembrar que formamos vínculos não somente com as pessoas, mas também com o ambiente.

Ir morar fora do país e ficar longe da família e amigos pode ser uma situação muito triste, principalmente no  momento de  dizer “até logo”.

Portanto faça o momento da despedida importante, faça uma festa, convide os amigos, a família, tire fotos e leve consigo. Isso abranda a danada da saudade, pois em algum momento ela vai insistir em aparecer.

Sinais de alerta da criança expatriada

Ainda assim com todos os cuidados acima, pode acontecer do filho(a) não lidar bem com a mudança. Cada criança ou adolescente vai expressar suas angústias de forma única. Eventualmente a criança vai se adaptando à vida expatriada.

Então, esteja atenta aos comportamentos e sintomas diferentes, como medos excessivos, não querer ficar sozinha em casa ou se isolar na escola. Isto pode ser uma pista de que a adaptação está sendo dolorida.

Os pais podem ajudar neste momento, prestando atenção se a criança fala o nome de algum novo amigo. Tente conhecer a família e convide o amigo para vir brincar em casa. Algumas das minhas melhores amigas vieram através do meu filho.

O diálogo é sempre a melhor saída. Valide os sentimentos dos seus filhos, fale dos seus próprios sentimentos. Não forçar somente o lado positivo da situação. Todos os sentimentos são bem vindos nesta hora.

Compartilhar emoções e experiências positivas ou negativas frente ao novo faz bem, ajuda a família se unir nesta nova empreitada.

Não tenha medo de procurar  ajuda de um profissional se achar necessário. Isso pode facilitar o caminho.

Considerações finais

Paciência, muita paciência vai ser necessário. Mudanças são vitais em nossas vidas e é necessário também um período para que esta adaptação aconteça.

Estar aberto ao novo, sem comparações, pois cada vivência é única. Se julgarmos demais, se tivermos referências rígidas demais, não conseguiremos experimentar o novo de uma forma plena.

O novo é bom, traz desafios, traz anseios, mas também traz junto um  monte de oportunidades de viver novas experiências.

Raquel Angelin Oldenburg

Sou psicóloga Junguiana, formada pelo Mackenzie. Ao longo desta jornada, fui adquirindo outras ferramentas, como terapia comportamental, Reiki, Florais de Bach, aromaterapia e hipnose. Amo este caminho que escolhi, sinto gratidão por poder fazer parte da caminhada de outros seres humanos. Sou paulistana, adoro farinha, moro fora há 17 anos e sofro de saudades crônicas. Sou casada e mãe de um menino lindo que me traz os melhores desafios da minha vida.