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Desafios ao levar um cachorro grande para outro país

Última atualização do post:

Desafios levar um cachorro grande
Nhoque entre malas, já às vésperas da mudança. Arquivo pessoal.

No meu texto de estreia no blog eu comentei que trazer meu cachorro para o Peru foi mais difícil emocionalmente do que pelo trâmite em si. Isso porque eu não podia imaginar como seria viajar longe do Nhoque. Um filhote de Golden Retriever com 8 meses na época, mas que já pesava 30 kg e ultrapassava com folga os 7 kg permitidos pela companhia aérea para viajar comigo na cabine. Portanto, ele teria que ir no porão.

Desafios levar um cachorro grande
Nhoque entre malas, já às vésperas da mudança – Imagem Arquivo pessoal.

Eu tinha muitas perguntas. Tive dificuldade de encontrar informação sobre transporte de cães de grande porte em avião e isso me tirou o sono muitas noites.

Divido aqui minha experiência e aprendizados em detalhes porque ter planejamento e informação me ajudou a controlar o stress natural desse momento de mudanças. Espero que possa ser útil para você também!

Quanto tempo de antecedência para começar os preparativos?

Resposta padrão: quanto antes, melhor!

Nós tivemos apenas dois meses para realizar todo o processo de preparação e documentação para viajar para o exterior com o Nhoque, pois o cenário instável causado pela pandemia de COVID-19 e a incerteza da data exata da nossa viagem não deixaram muita margem de planejamento. Mesmo tendo que refazer alguns documentos, deu tudo certo!

Recomendo muito que você comece os preparativos com 4 a 6 meses de antecedência, principalmente se essa for sua primeira viagem de avião com seu pet. Fique de olho nos prazos!

CVI: Documento-chave para o seu pet viajar para o exterior

O primeiro passo é entender todos os requisitos necessários para regularizar a saída do seu animal do Brasil e a entrada no país de destino. No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão responsável por emitir o Certificado Veterinário Internacional (CVI).

CVI é o documento que comprova a boa condição sanitária do animal para ingressar em outro país. As exigências para sua obtenção variam de acordo com o país de destino e estão em constante atualização.

Consulte a página oficial Viajar com Animais de Estimação para o Exterior para informações mais recentes sobre o país de interesse e qual a VIGIAGRO (divisão do MAPA responsável pela emissão do CVI) mais próxima.

Quando realizamos esse trâmite, no final de 2020, tudo estava online por conta da pandemia. Todas as comunicações com a VIGIAGRO eram por e-mail e só tive que ir presencialmente ao aeroporto de Guarulhos para retirar o documento.

Importante: você só consegue dar entrada no CVI depois que tiver o bilhete aéreo comprado.

Dá para fazer o trâmite do CVI sozinha?

Ainda que você mesma preencha toda a documentação para pedir o CVI, será necessário consultar um veterinário. No mínimo, para avaliar seu pet, gerar o Atestado de Saúde Animal e assinar como responsável clínico da avaliação.

O Atestado de Saúde Animal é um documento preparado próximo à data da viagem, confirmando que o seu animalzinho está com todas as vacinas em dia, desparasitado e saudável para viajar de avião.

Para nossa sorte, a médica veterinária que acompanhava o Nhoque tinha experiência com a documentação do CVI e nos ajudou com todo o processo. Mas se esse não for o seu caso, saiba que há empresas que fazem esse serviço.

Saúde do animal

Para que o seu animal de estimação esteja apto a ir morar no exterior com você, ele precisa estar com as vacinas e tratamentos de desparasitação em dia.

Fique atenta, pois a VIGIAGRO é bem criteriosa em relação às datas das vacinas e da desparasitação para aprovar o CVI. Na primeira tentativa, a documentação não foi aceita porque Nhoque havia tomado a segunda dose da vacina antirrábica 3 dias antes de completar 3 meses, que é a idade correta.

Além disso, alguns países exigem que o animal tenha microchip e mais outras vacinas e exames que não podem ser realizados simultaneamente.

Portanto, reforço que você comece o processo com bastante antecedência para não comprometer a data da sua viagem.

Passagem aérea para bichos: Como é?

É fundamental checar as regras de transporte de animais domésticos de cada companhia aérea antes de adquirir a passagem, para garantir que seu bichinho de fato pode viajar por aquela rota e em quais condições.

Antes de comprar o bilhete, certifique-se que:

  • A cia aérea realiza o transporte do seu tipo de pet e no trecho que você vai voar.
  • O voo na data escolhida tem esse serviço, pois nem todos os aviões estão preparados para receber animais no porão. Quando tem, são poucos espaços e é necessário reservar.

Geralmente o site dessas empresas tem uma página só para explicar as regras e restrições desse serviço. Deixo aqui o link da LATAM, que foi a cia pela qual voamos.

Prepare o bolso: os pets também pagam “passagem” para voar e pode ultrapassar os R$ 1.500 no caso de cães com até 45 kg viajando no porão. O animal é pesado dentro da caixa de transporte. O valor depende da rota (para os pets que viajam na cabine) e do peso (para os que viajam no porão).

No nosso caso, liguei para a central de atendimento da empresa para reservar o lugar do Nhoque no meu voo, porém o pagamento só foi feito no momento do check-in, após pesagem do animal.

Caixa de transporte: será que meu pet cabe?

Você vai precisar de uma caixa de transporte (kennel) que atenda às exigências da companhia aérea, seja confortável para o seu pet e para o seu bolso. A caixa para um animal com mais de 30 kg custa facilmente (muito) mais de R$ 1000.

Na prática, não há tantas opções no mercado, pois a lista de requisitos é bem específica para que o animal viaje com segurança. O material da caixa, da porta, da tranca da porta…tudo isso precisa atender a um padrão. Além disso, o animal precisa conseguir ficar em pé sem tocar a cabeça no teto e se deitar sem tocar as paredes da caixa.

No final, são poucas as marcas que fabricam os tamanhos grandes, pois as caixas menores tem muito mais procura. E mais, nem todas as lojas das maiores redes de comércio pet tem esses tamanhos maiores expostos para vender, mesmo em São Paulo. Digo por experiência própria.

Pesquisando no Mercado Livre, conseguimos encontrar uma caixa com valor um pouco mais acessível. O vendedor ficava do outro lado da cidade, mas fizemos questão de ir até lá com o Nhoque para garantir que era a caixa certa. Por ser um filhote, a caixa não podia ficar “justinha”, para acomodar os centímetros e quilos que ele ainda ia crescer até a viagem. Não tinha margem para erro. Por isso levamos a maior disponível, que era também o maior tamanho fabricado por aquela marca.

Exemplo de kennel para transporte de cães – Imagem Freepik

Caixa de transporte: amiga ou inimiga?

O capítulo caixa de transporte não termina com a sua compra. Ela é algo estranho para seu pet. Falta o entendimento de que ali é um local seguro e gostoso de ficar. Portanto é preciso muita repetição, paciência e carinho até a data da ida.

Nós começamos esse treinamento uns 45 dias antes da viagem, com a orientação de uma adestradora. Primeiro, a caixa sem a porta fica em uma área de circulação do pet e com seus brinquedos favoritos lá dentro. Refeições e petiscos são dados sempre com o animal dentro da caixa, para que ele se familiarize e faça uma associação positiva com aquele local.

Após algumas semanas, começa a segunda fase do treinamento, que é deixar o animal lá dentro com a porta fechada. Primeiro, por alguns minutos. Depois, por algumas horas, como em uma situação de voo. Um secador de cabelos ou um aspirador fica ligado perto da caixa para simular o barulho de avião durante os treinos, para que ele se habitue a isso também.

Na prática, o Nhoque respondeu muito bem à primeira parte, mas quando chegou o momento de deixá-lo fechado lá dentro, começou o meu pesadelo. Ele não queria ficar ali de jeito nenhum, latia, chorava e “cavava” o chão da caixa o treinamento inteiro. Simplesmente não conseguia relaxar lá dentro. E eu não conseguia relaxar do lado de fora.

Aliás, a única vez que ele se deitou e dormiu em paz espontaneamente na caixa por 1h30 foi quando ele foi castrado e estava mais quietinho se recuperando do procedimento (sim, ainda teve cirurgia de castração nesse período!).

Só sei que o tempo estava passando, a data da viagem se aproximando e nada do Nhoque ser feliz naquela caixa. E agora?

No próximo artigo, Voando com um cachorro grande, falo mais como foi a viagem com Nhoque. Até breve!

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Tatiana Roque

Nascida e criada em São Paulo dentro de uma família portuguesa, minha curiosidade me levou a viajar por muitos cantos do mundo. Só não sabia que em 2020 faria minha viagem mais transformadora: trocar as referências conhecidas no meio da pandemia de Covid-19 por uma nova vida em Lima, no Peru. Te convido a embarcar comigo nessa jornada de descoberta e autoconhecimento por esse país de belezas e contrastes.

2 respostas

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