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Entrevista: Dra. Carolina Muhlberger – Mastologista

Última atualização do post:

Entrevista com a Dra. Carolina Muhlberger Diario de Uma Expatriada - Mastologista

Outubro chegou e com ele se inicia o “Outubro Rosa”, uma campanha mundial de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, para a cura do câncer de mama. O Blog Diário de uma Expatriada convidou a Dra. Carolina Muhlberger, mastologista brasileira, para uma entrevista, onde ela vai compartilhar conosco informações, além dos cuidados que devemos manter na nossa rotina.

BS – O que é mastologia e com quais sintomas devemos consultar um especialista?

Mastologia é a especialidade que estuda as doenças das mamas, sejam elas benignas ou malignas. Ao contrário do que muitos pensam, o médico mastologista não trata apenas de câncer de mama.

Quando os pacientes veem até o consultório, a principal queixa é a dor mamária relacionada ou não ao ciclo menstrual, além de nódulos benignos, cistos, secreção papilar, mamas acessórias (tecido mamário fora da mama, geralmente na região axilar), ginecomastia (aumento da glândula mamária no homem), e claro o câncer de mama.

Entretanto, o paciente deve consultar o mastologista para todas essas doenças que citei e, principalmente, para pacientes com alto risco de desenvolver câncer de mama, ou seja:

  • história familiar positiva ( principalmente com parentes de primeiro grau com câncer de mama);
  • tumores mamários bilaterais na família;
  • histórico de câncer de ovário;
  • pacientes que menstruaram muito cedo e/ou com menopausa tardia ( ou seja, mulheres que ficaram expostas a hormônios femininos como o estrogênio, por um longo período);
  • gestações tardias (acima dos 35 anos) e ausência de amamentação;
  • mulheres que realizaram radioterapia previa na região do tórax, geralmente por linfomas.

BS – A indicação do exame de mamografia é feita a partir de qual idade?

A mamografia é indicada para todas as mulheres acima dos 40 anos e o exame deve ser realizado anualmente. Embora desconfortável, esse exame é o melhor para identificar canceres em estágio inicial, lesões não palpáveis durante o auto exame. Através do diagnóstico precoce podemos pensar em 100% de cura para as pacientes, desde que todo o tratamento seja realizado com excelência.

Para as pacientes que possuem alguém na família com câncer de mama devemos iniciar a mamografia 10 anos antes, por exemplo, se sua mãe teve com 45 anos, o seu rastreamento deve iniciar aos 35 anos! Porém, nunca solicitamos mamografia abaixo dos 25 anos, pois a mama de uma paciente tão jovem é muito densa, ou seja, tem muito tecido mamário e pouca gordura. E isso prejudicará a detecção de lesões além de expor a paciente a uma quantidade desnecessária de radiação.

Dra. Carolina Muhlberger – Mastologista – Arquivo pessoal

BS – Qual estilo de vida você sugere que devemos ter para ajudar na prevenção do câncer de mama? (Alimentação, exercício físico, etc)

Naturalmente, um estilo de vida saudável irá prevenir tanto o câncer de mama como outros canceres, além de doenças cardiovasculares, que levam muito mais à morte do que o próprio câncer. Sendo assim, recomendo uma dieta equilibrada, focando em alimentos antioxidantes como as “blueberries”, linhaça dourada, castanha-do-pará (e outras oleaginosas como o pistache, nozes, castanha de caju, etc.), legumes frescos. Evitar farinha branca e carboidratos de alto índice glicêmico como macarrão, batata, arroz, etc. Porém a chave disso tudo é o equilíbrio!

Comida e bebida alcoólica tem tudo a ver com relacionamentos interpessoais, ou seja, comer um doce gostoso, tomar uma bela taça de vinho ou aquela cervejinha na praia, aproveitar a macarronada de domingo ou a pizza com os amigos não é proibido! Apenas o faça com moderação. A prática de exercícios físicos por 30 minutos 3 x por semana comprovadamente reduz o risco de câncer de mama, além de liberar hormônios do bem estar, melhorando sua disposição para realizar tarefas diárias, dores nas articulações e a qualidade do sono.

BS – Poderia citar os principais mitos sobre câncer de mama?

O diagnóstico de câncer de mama não é uma sentença de morte, pelo contrário, atualmente conseguimos chegar a um índice de cura superior a 97% para tumores iniciais, por isso é tão importante falar sobre rastreamento!

Ouço mitos no consultório como o uso de desodorantes, traumas (bater a mama), uso ou não uso do sutiã. Isso tudo é besteira!!! Não favorece o aparecimento de tumores!

Cada paciente é único. Existem aquelas que precisam retirar toda a mama, outras já são candidatas a cirurgias mais conservadoras. Algumas mulheres realizam quimioterapia, radioterapia, tomam medicações por via oral. Outras não! A paciente é única, assim como seu tratamento, que deve ser feito de forma personalizada.


BS – Quais são os principais sintomas que deve deixar a mulher em alerta a esta doenca?

O câncer de mama não dói. O que dói é quando a lesão ulcera ou seja, machuca a pele, e em casos muito específicos como o carcinoma inflamatório. Portanto, a mulher deve estar atenta a sinais como: nódulos endurecidos, gânglios aumentados nas axilas, pele da mama retraída, inversão do mamilo além de secreção papilar transparente ou sanguinolenta.

Claro que esses são sinais de alerta! Sentir algum deles não é sinônimo de câncer de mama, mas sim um alarme para que você procure seu médico mastologista. Lembrando, que o auto exame mensal deve ser feito preferencialmente após o sétimo dia do início da menstruação, quando a mama está menos inchada e menos dolorida. A mesma recomendação vale para a realização dos exames de imagem, como a mamografia.

Dra Carolina Muhlberger
Formada pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro
Residência em cirurgia geral pela UNISA
Residência em mastologia pelo Hospital Sírio Libanês
Título de especialista em Mastologia (2015)
Mastologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo e Grupo Leforte Oncologia
Pós Graduanda em Nutrologia – Abran

Para mais textos deste assunto clique aqui.

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Bell

Nascida em São Paulo, com coração carioca, sou louca para ter meus quadros pendurados na parede e não tirar mais, ao mesmo tempo, a ideia de recomeçar também me fascina, o novo sempre me empolga e dá um frio na barriga. Morei em 6 países, atualmente na Finlândia. Mãe da Juju e do Fe e casada com Sid. Link

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