Você sabia que atualmente a Irlanda é um dos países que mais abriga brasileiros?
Segundo a Embaixada do Brasil em Dublin são mais de 70 mil brasileiros vivendo na Irlanda.
Muitos brasileiros partem em busca de uma nova oportunidade, novos caminhos e uma melhor qualidade de vida.
Uma pesquisa feita pelo Instituto Itamaraty aponta que somente entre 2018 e 2020 a comunidade brasileira no exterior teve oficialmente aumento de 625 mil pessoas. E esse numero só tem crescido devido a pandemia e problemas econômicos no Brasil.
E é por isso que o artigo de hoje vai fazer uma conexão especial entre o Brasil e a Irlanda. Eu, Bruna Leticia, entrevisto a Natalia Dota, que é uma paulista que mora em Dublin desde 2013 com seu maridos e suas duas filhas.
Então vamos conhecer a Irlanda juntos?
BL – Como a Natália se apresentaria as nossas leitoras?
Brasileira que como muitos outros decidiu se dar a oportunidade de viver com melhor qualidade de vida, optando mudar para um outro país, mesmo tendo que recomeçar.
BL – Você tem uma história de mulher expatriada especial, poderia nos contar sobre isso?
A vontade de morar fora iniciou após a primeira viagem internacional que meu marido e eu fizemos em 2012 para o casamento da minha cunhada na Itália. Então, vimos que era possível ter uma vida com qualidade sem precisar de muito. Seis meses após essa viagem já estávamos com tudo pronto para nos mudarmos pra Dublin, na Irlanda, onde vivemos desde 2013.
BL- Você enxerga boas oportunidades de carreira e emprego na Irlanda?
A Irlanda sempre teve boas oportunidades. Mas, o atual momento na Irlanda está muito mais favorecido, como nunca havia visto antes nesses últimos 9 anos morando no país. Com a pandemia muita coisa mudou e a retomada da atividade econômica está bastante aquecida, o que tem exigido bastante mão de obra, principalmente experiente e qualificada.
BL- De 2013 pra cá você notou diferença entre os expatriados? Como funciona a interação entre os brasileiros na Irlanda?
A Irlanda antigamente chamava muita atenção dos jovens com interesse em estudar inglês. Muitos ficavam devido a oportunidade de cidadania europeia, visto de trabalho ou formação de família. Certamente, de alguns anos pra cá está aumentando cada vez mais o interesse da vinda de famílias em busca de melhor segurança, qualidade de vida e educação. A Irlanda é um país bastante receptivo e principalmente as cidades maiores estão bem acostumadas em conviver com imigrantes, incluindo brasileiros. Os brasileiros são no geral muito bem vistos no país, principalmente para a mão de obra trabalhadora, somos “pau pra toda obra”.
BL – Já ouvi falar que em Dublin é fácil você ir a pé aos lugares. Você considera o sistema de transporte funcional? Por que essa preferência sobre ir a pé?
Dublin é uma cidade pequena, tudo é bem próximo e quase toda a cidade é plana, além disso as calçadas costumam ser largas e sem desnível, ótimas para mães com carrinhos de bebes, crianças de bicicleta/patinete e cadeirantes, por isso ir a pé é fácil. Além disso, outra facilidade no deslocamento é de bicicleta, já que existem quilômetros de ciclovias pela cidade e há muito respeito aos ciclistas.
Em Dublin os principais transportes são os ônibus, luas (tram) e trens (interligando os bairros mais periféricos e até outras cidades). O transporte é funcional até certo ponto, pois nem todas as linhas funcionam desde as primeiras horas do dia ou até tarde da noite.
BL – Em quais ocasiões mais sérias você precisou usar o sistema de saúde? Qual a sua nota?
A Irlanda não possui tantos profissionais especialistas na área da saúde como temos no Brasil e, além disso, o sistema também é bastante diferente, pois é uma cultura de tratamento e bem mínima de prevenção, algumas pessoas demoram bastante pra se acostumar ou não se adaptam. Por outro lado, pra todas as necessidades que precisamos fomos muito bem atendidos dentro na nossa expectativa. Pontuaria como ocasião mais séria a cirurgia da minha filha para remoção de adenoides e colocação de tubo de audição. Certamente, para esse procedimento eu daria nota 10. E para o sistema de saúde em geral talvez nota 6.
BL – Você considera o custo de vida muito alto na Irlanda? Quais são os trabalhos mais comuns para os brasileiros?
O custo mais alto na Irlanda é a moradia, devido uma crise antiga no setor e que após a pandemia piorou. Por isso, hoje alugar um imóvel na Irlanda com dois quarto pode chegar a custar o salário todo de um mês de um trabalhador de baixa qualificação.
Os trabalhos mais comuns desenvolvidos por brasileiros sem alta qualificação que chegam ao país são: cleaner (faxina), housekeeper (camareira), food delivery (entregador de comida por aplicativos), kitchen porter (limpador/lavador de louça de cozinha), warehouse operative (ajudante de galpão de fábrica).
BL – É muito burocrático o processo para levar animais de estimação para a Irlanda? Vale a pena?
Nunca trouxemos nenhuma animal. Mas, sei que é burocrático e caro. Não acho que vale a pena vir junto no começo, pois além da crise atual de se encontrar moradia ainda há a restrição de muitos landlords (proprietário do imóvel que será alugado) não aceitarem animais de estimação.
BL – Você pode deixar uma mensagem pra quem pensa em morar na Irlanda?
Estude e conheça o máximo que puder sobre o país antes de qualquer decisão. Mas, apesar que dificuldades sempre irão existir e tudo levará tempo para se estabilizar tenha paciência e persistência.
BL – Se você pudesse escolher outro país pra você morar qual você escolheria e por que?
Itália. Pelo clima definido. Comida maravilhosa. Cultura milenar. Língua encantadora. Família no passado e atual. Sermos cidadãos italianos reconhecidos.
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Meu nome é Bruna Marques, tenho 23 anos e moro no Rio de Janeiro/RJ. Sou formada em Marketing e possuo MBA em Administração e Comunicação Empresarial. Sou apaixonada pelo meu estado e toda a cultura que meu país abriga. Meus principais hobbies e lazer são ir à praia, escrever, ler e viajar. Conte comigo caso queira saber e entender mais sobre Marketing Digital.
