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Mudar de profissão em outro país, é possível?

Última atualização do post:

Mudar de profissão em outro país, é possível?

Para quem leu os meus artigos anteriores, sabe que a minha enorme angústia como expatriada sempre foi a questão da carreira. “Estou abandonando tudo que estudei e conquistei, para depender do meu marido?” Essa frase me acompanha por toda a vida. Como vai ser quando as crianças crescerem, não vou estar muita velha para voltar ao mercado de trabalho?

Acredito que existem pessoas que se acostumam às mudanças e têm muita resiliência. Há outras, que são infelizes nas mudanças e realmente não gostam de sair da zona de conforto. Tudo bem ser qualquer uma das duas, não existe a melhor personalidade e, na maioria das vezes, morar no exterior não é um conto de fadas.

Mudança para a Arábia Saudita

Depois do choque cultural da mudança para a Arábia Saudita decidi agir, entrei no curso de árabe (que nunca consegui nem passar do alfabeto) e me inscrevi como voluntária na escola das crianças. A escola internacional britânica tinha um portão de entrada pelo condomínio e era a única opção de trabalho disponível para estrangeiras com vistos de dependentes, naquela época, na Arábia Saudita.

Aprendi, também, que na maioria dos países que vamos como expatriados apenas o marido tem visto de trabalho e que é muito difícil para as esposas conseguirem trabalhar de forma oficial e se recolocarem no mercado de trabalho; muitas vezes por questões do visto.

Uma dica para esposas que querem trabalhar: procurem locais que oferecem vagas para trabalho voluntário, essas oportunidades te dão a opção de conhecer a cultura local, desenvolver o seu inglês e fazer com que você se sinta útil. Em todos os países que morei existiam diversas oportunidades de voluntariado: escolas, organizações de ajuda para creches e idosos, bazares de caridade.

Comecei a trabalhar

Em janeiro de 2018, comecei a trabalhar duas vezes por semana na biblioteca da escola dos meus filhos, e achei muito monótono. Foi então que pedi para mudar para o jardim de infância, com turmas de alunos entre 02 e 03 anos de idade, e me apaixonei!

Comecei com duas vezes por semana, e em pouco tempo estava indo todos os dias como substituta. Nos dias em que as professoras assistentes faltavam, era chamada para substituir. Já ficava de prontidão pela manhã. Chorei quando recebi meu primeiro salário! De repente, tudo começou a fazer sentido, acordava motivada e feliz para ir ao trabalho, tinha a oportunidade de ter o mesmo horário e mesmo calendário de férias que meus filhos e me divertia (ainda me divirto) muito!

Fiquei pensando em como o mundo dá voltas. Na pesquisa de trabalho da escola as meninas me perguntaram sobre o que eu sonhava em ser quando crescer, falei sem pensar: professora! Sempre tive o sonho de trabalhar com crianças, mas achava que era uma profissão pouco valorizada (infelizmente) no Brasil.

Me reconectei com meu sonho de infância e descobri um mercado de trabalho incrível para professores em escola internacionais. Que aliás, recebem bons salários e têm ótimos benefícios. Além disso, eles têm o privilégio de poder morar e trabalhar em qualquer parte do mundo.

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Memórias de 2019, a família reunida em Jeddah na Arábia Saudita – Imagem: Arquivo pessoal

O desafio da pós-graduação

Em setembro de 2018, já estava na escola há seis meses como voluntária quando abriram inscrições para fazer uma pós-graduação em educação infantil na Universidade de Sunderland na Inglaterra. Fiz matrícula na pós-graduação sem pensar muito, estava encantada com a possibilidade de fazer o que sonhava!

Como já tinha o IELTS e o mestrado na Inglaterra, o processo de admissão foi bem tranquilo. Porém, não tinha ideia de que o curso era tão intenso e sério, mesmo sendo no modelo híbrido. Portanto, tive que aprender a preparar aulas, fazer observações sobre os alunos e assumir turmas por até seis semanas! O professor infantil nas escolas britânicas é responsável por todas as matérias e me vi explicando matemática, inglês e ciências… foi um susto!

Fiz o curso por um ano e meu marido, mais uma vez, me deu um super apoio. Mas o melhor era a alegria dos meus filhos contando para os amigos que eu era professora da escola, e que meu inglês (de acordo com eles) estava ‘improving’.

Contudo foi um ano desafiador e, não gosto de romantizar tudo que passei. Tive várias crises de endometriose, desencadeadas pela ansiedade! Eu queria fazer tudo perfeito, em uma outra língua e em uma nova carreira. Me cobrava demais e tudo isso refletiu seriamente na minha saúde. Aliás, ir a médicos e explicar os sintomas em inglês é, até hoje, um pesadelo para mim.

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Em sala de aula, fazendo o que eu mais gosto, na Arábia Saudita – Imagem: Arquivo Pessoal

Finalmente a formatura

Me formei na pós-graduação em julho de 2019 e fui para a Inglaterra com meu marido participar da cerimônia de graduação. Mais uma vez, era a mais velha da turma, mas estava me sentindo tão feliz!

Pensava: só invento moda… mas ao mesmo tempo me sentia viva e ativa. Descobri o mundo do desenvolvimento infantil, estudava e colocava em prática no dia a dia e via o resultado das estratégias que tinha aprendido. Li muitos livros, assisti a muitos cursos (super interessantes) e percebi que trabalhar com crianças desperta o melhor em nós: a energia, o carinho e a curiosidade dos pequenos te faz ver a vida de forma mais leve.

Dessa forma, a vida também foi se tornando mais leve. Fui encontrando meu lugar, as peças do quebra-cabeça foram se encaixando, me conectei e conheci pessoas incríveis. A propósito, aprendi muito (continuo aprendendo) e me senti mais forte e disposta a enfrentar as dificuldades que vieram na sequência: em março de 2020 começou a pandemia. Próximo capítulo?

Mudar de profissão sendo expatriada é bem desafiador mas é uma porta que se abre para novas conquistas. Quer conhecer um pouco mais sobre a minha história, me siga no Instagram: @isabellagmartins03

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Isabella Martins

Ola! Meu nome é Isabella Martins e trabalho como Orientadora de pais e como professora de educação infantil em uma escola internacional britânica em Singapura. Tenho três filhos adolescentes e moro fora do Brasil há oito anos. Já morei em Londres, Arábia Saudita e agora em Singapura. Tenho a oportunidade de conhecer diversas culturas e o impacto delas na educação dos meus filhos e alunos. Sou apaixonada por educação e adoro explicar as etapas do desenvolvimento infantil. Acredito que criar relações de afeto melhoram as dinâmicas familiares e permite que tenhamos um lar onde a base seja o amor entre pais e filhos. Siga meu Instagram para mais informações: @isabellagmartins03 Vamos juntas?

4 respostas

  1. Que incrível a sua história! É muito inspirador ler isso e ver que as oportunidades existem e que cada um tem seu tempo e que precisamos estar disponíveis para as novas oportunidades! E a coragem faz parte da vida das expatriadas!!

  2. Cada matéria sua nos deixa mais e mais ansiosos pela próxima. A vida de expatriada possui inúmeros desafios mas com a sua leveza e determinação tudo se torna mais fluido e fácil. Parabéns por nos inspirar e ensinar tanto!

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