Estando longe no final do ano
Estar longe do Brasil, de tudo e todos, não é muito fácil, especialmente nessa época, quando o Natal e o Ano Novo estão se aproximando. Nesses momentos, geralmente as famílias estão reunidas, as crianças de férias, as ruas cheias de pessoas comprando presentes, lojas e casas enfeitadas. Enfim, o clima natalino. Mas também não é necessariamente ruim.
Eu procuro fazer as mesmas comidas que faria no Brasil, sem deixar de me adaptar ao local em que estou morando, trazendo as tradições locais para a minha casa, sem esquecer as nossas.
Passando mais tempo conectada com meu marido e minha família…. às vezes, até esquecendo do fuso horário que nos separa (ele está 8 horas na minha frente), ajuda bastante.
Primeiro natal fora do Brasil
O primeiro Natal fora do Brasil foi no Iraque, numa base militar americana, onde eu trabalhava. Havia pessoas de todas as nacionalidades, de diferentes culturas e costumes, contudo, todos com o mesmo sentimento, que era a saudade dos que ficaram para trás.
Como lidar com a saudade
Como lidar com os sentimentos de saudade, distância e vazio que estar longe nos trazem? Provavelmente você já sentiu tudo isso e, muitas vezes, ao mesmo tempo. Lembrando que apenas eu saí do Brasil, mas o Brasil não saiu de mim. Procuro sempre estar ligada no que está acontecendo com tudo e com todos os que ficaram lá.
Utilizando mídias sociais, telefone, internet, conseguindo assim, estar próxima e presente, eu driblo a saudade e o vazio de não estar lá.
Sei que para eles também não é fácil. Lógico que fazemos falta uns para os outros, mas lidamos com as situações, conforme elas aparecem. Esse ano, a família vai estar toda reunida, e eu vou estar aqui sozinha com meu cachorro. Não significa que não vou participar, ou não vou estar presente. Estamos distantes apenas fisicamente.
Encurtando a distância
Estamos sempre nos comunicando, seja da maneira que for, diminuindo a saudade e encurtando a distância. Através de chamadas de voz ou vídeo, participo das atividades dos meus netos, converso com minha mãe e avó, peço opinião dos meus filhos e resolvo os problemas da casa e de rotina com meu marido.
Recentemente, estive no Brasil por 10 dias, aproveitei muito o meu tempo com a família. Não deu para ver todos os amigos, ou ir a todos os lugares que eu gostaria, mas deu para passar um tempo de qualidade com meus filhos, netos, avó e mãe. Matando a saudade que eu sinto e recarregando minhas energias para os próximos meses separados.
Família é tudo para mim
Venho de uma família com descendência árabe e italiana, somos 5 gerações muito ligadas, nossos laços são estreitos e nós estamos sempre encontrando uma maneira de estarmos juntos. Lógico que tudo acaba em comida, bolo para celebrar isso, um almocinho especial para aquilo, e assim por diante.
Nessa última visita, celebramos o aniversário de um ano do Ben. E, como tudo lá em casa, o “para os íntimos”, tinha umas 60 pessoas, e foi muito bom poder estar lá, naquele momento tão especial da vida do meu pequenino.
Solitude e não solidão
Estarei sozinha nas festas de final de ano, meus filhos, nora, genro, netos, avó, mãe, família e amigos estarão em Paranaguá; meu marido na Árabia Saudita, e eu e o Finn aqui. Mas não sentirei solidão, estarei no meu lar, e participando das comemorações em casa, através de vídeo chamada.
Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo para todos!
Meu nome é Luciana Barletta, mas meus amigos me chamam de Lu.
Estou fora do Brasil há 17 anos. Já morei no Iraque, Dubai e estamos nos EUA há 5 anos, sendo 2 anos em Delaware.
Sou natural de Paranaguá, no litoral do Paraná, mãe orgulhosa do Gabriel e Raphael, e avó babona do Davi e Benjamim;
Sou casada com o Shawn há 8 anos, mas estamos juntos há 13. Trabalho, gosto de fotografar paisagens, ler, cozinhar e de sair para caminhar com o Finn, meu cachorro, nas horas vagas.
Uma resposta