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Pandemia em Portugal e no Brasil: diferenças no confinamento

Última atualização do post:

lockdown na pandemia em Portugal
Imagem retirada do site: https://unsplash.com/

Com toda a certeza a pandemia em Portugal e no mundo tem sido o maior desafio que já enfrentamos nos últimos anos.

Desde março de 2020, quando Portugal teve o seu primeiro caso confirmado de COVID-19, o país vivenciou mais de 15 períodos de confinamento obrigatório para tentar frear os efeitos do vírus, que já levou 17 mil pessoas.

Faz mais de um ano desde que começou a vida em pandemia, e foi um tanto diferente que o Brasil. Saiba como no artigo!

Governo unido na pandemia em Portugal

Não é segredo para ninguém no mundo que o Brasil não foi exemplo para gerir a pandemia. Pois o presidente e os governadores estaduais não entraram em consenso, e ficamos sem um ministro da saúde várias vezes.

Portugal desde o início manteve o governo unido e, embora os partidos nem sempre concordassem com tudo, agiram em uníssono e mantiveram o povo alerta e o mais calmo possível. Podia ser melhor, muita gente ainda ficou sem emprego e sem grandes apoios governamentais, como os Estados Unidos, França e outros. Mas é muito melhor do que a vergonha que o Brasil passou nessa pandemia.

Lockdown obrigatório e sério

Os portugueses no geral levaram muito mais à sério as recomendações para o confinamento, distanciamento social e etc. do que os brasileiros. Muitos mais puderam fazer isso, enquanto no Brasil uma minoria privilegiada é que pôde se isolar e colocar a sua saúde em primeiro lugar.

pandemia em portugal
confinamento ao redor do mundo – Imagem retirada do site: https://unsplash.com/

Eu estive por um mês no Brasil durante a pandemia e me surpreendi com o pouco caso que a maioria das pessoas faziam, mesmo quem podia ficar em casa e trabalhar normalmente.

Restaurantes fechados, olá delivery

Portugal tem uma excelente culinária, mas durante alguns confinamentos da pandemia, os restaurantes foram obrigados a fechar as portas para a segurança da população. Afinal, podiam se tornar focos de COVID-19. Mas aqueles que já faziam delivery se destacaram e sofreram menos com as vendas, já que era permitida a entrega de comidas em casa.

Mas ao contrário do Brasil, muitos estabelecimentos em Portugal não costumavam trabalhar muito com delivery. Então desde março de 2020 e o início da pandemia em Portugal, aplicativos de entrega de comida explodiram e passaram a trabalhar muito mais.

Preocupação com a família no Brasil

Estar longe da família é muito difícil em qualquer período. Porém, quando temos em questão um vírus que pode pôr em risco a vida de pessoas queridas, a situação se torna mais grave.

Nos sentimos em falta com a família: podíamos ir ao supermercado por eles, será que estão usando máscara, será que estão ficando em casa, será que terão vacinas?

Acompanhamos as notícias do Brasil, mas sem poder fazer nada por aqueles que vivem lá e estão sujeitos ao meio em que vivem. Tememos pela sua segurança e saúde.

Mercado de trabalho

Durante grande parte do período de pandemia em Portugal as pessoas tiveram que se adaptar para trabalhar em casa. Apenas no meio de maio de 2021 que deixará de ser obrigatório o home office, caso os números de casos de COVID-19 e infecções pelo novo coronavírus se mantenham baixos. O que para alguns trabalhadores pode ser uma coisa maravilhosa, alguns pais e mães não estão tão contentes com tanto tempo em casa e escolas fechadas.

Se lançar no mercado de trabalho ou encontrar um novo emprego é ainda mais complicado, havendo uma taxa de desemprego entre recém-formados muito maior que nos anos anteriores à pandemia do novo coronavírus.

Os portugueses estão com medo da crise econômica que se aproxima e, mais uma vez, ameaça atrapalhar a vida de todos que querem viver em Portugal.

Imigração e solidão

Muita gente se sentiu sozinho e entediado fechado em casa. O processo de ir viver em um país diferente já é solitário, mas fazer isso durante o confinamento obrigatório é ainda mais desafiante. Estamos longe do que o coração conhece como casa, longe do nosso sotaque, comida, música. A saudade mora no nosso peito. Pelo menos temos a internet!

quarentena em Portugal – Imagem retirada do site: https://unsplash.com/

Porém, é uma boa oportunidade para procurar ajuda e amigos através da internet. Grupos de apoio para brasileiros e estrangeiros surgiram nessa pandemia, como o das Brasileiras Não Se Calam. Não precisamos nos sentir tão sós.

Fronteiras controladas

Mesmo o país dependendo do turismo para sobreviver, as fronteiras de Portugal estão controladas e fechadas para o lazer desde o final de 2020, com previsão para reabertura em junho de 2021.

Mas ir ao Brasil foi proibido durante alguns meses, devido à explosão do número de casos de COVID-19 no nosso país natal. Então quem estava em Portugal e tinha família no Brasil só poderia visitá-la em casos de urgência, após estar em filas de espera para voos extraordinários. No mínimo, estranho.

Luto à distância

Milhares de pessoas em todo o mundo morreram em decorrência da COVID-19. Milhares de pessoas perderam entes queridos.

Eu fui uma delas. A minha única avó viva faleceu em abril de 2021 por complicações com a doença no Brasil. Ela tinha 78 anos, era saudável, cheia de vida e teve a sorte de ter uma vaga na UTI.

Mas não é nada fácil lidar com o luto de uma pessoa amada em meio a tudo isso.

Uma longa espera

Mas e a vacina, cadê? Parece que essa pandemia em Portugal e no mundo nunca mais acaba! O início de 2021 veio com muita esperança de uma vida nova, oportunidades, uma cura, o fim do isolamento.

Mas já estamos em maio e apenas uma pequena parcela da população portuguesa (e brasileira) foi vacinada. Estamos lentamente caminhando em direção a uma melhora.

O novo normal já está ultrapassado. Queremos abraços, encontros, concertos, aulas presenciais.

Portanto até que isso tudo passe, continuamos nos protegendo, mantendo a nossa segurança e a de quem pudermos afetar.

Seguimos à espera, à distância.

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Letícia Melo

Letícia Melo é uma redatora e gestora de conteúdo que em 2017 trocou Brasília por Portugal. Formada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Algarve e pós-graduanda em Saúde Mental pela PUC Minas, ela escreve sobre viagem e imigração e seus desafios. Leia seus trabalhos publicados em sites como o Diário de uma Expatriada, Euro Dicas, Viv Europe e muito mais.

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