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Um olhar para a morte

Última atualização do post:

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Falar sobre a morte ainda é um tabu - Imagem: Arquivo Pessoal

Queria poder dizer aqui para vocês que existe uma fórmula mágica, ou alguma maneira fácil e simples de lidarmos com o medo da morte. Mas o fato é que lidar com a nossa mortalidade e de pessoas que amamos é um assunto que assusta muito. E infelizmente falar sobre a morte ainda é muitas vezes um tabu.

O medo da mortalidade é uma inquietude profundamente arraigada na condição humana. Desde os primórdios da existência, a consciência da finitude tem assombrado a mente humana, levando a reflexões filosóficas, religiosas e psicológicas sobre a natureza da vida e da morte. A psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud no início do século XX, oferece uma lente única para compreendermos como o medo da morte se manifesta em nosso inconsciente e propõe estratégias para lidarmos com essa angústia existencial.

O Medo Primordial e o Inconsciente

Freud postulou a existência do “inconsciente”, uma camada profunda da mente onde pensamentos, desejos e memórias reprimidas residem. Segundo ele, o medo da morte está intrinsecamente ligado a impulsos primitivos de autopreservação. O ser humano, ao confrontar sua própria mortalidade, ativa mecanismos de defesa psicológica para lidar com a ansiedade resultante.

De acordo com Freud, a infância desempenha um papel crucial na formação da angústia existencial relacionada à morte. Eventos traumáticos, perdas significativas ou a exposição a conceitos de morte podem deixar impressões duradouras no inconsciente, influenciando a maneira como uma pessoa percebe e reage à sua própria finitude.

Mecanismos de Defesa Frente à morte

  1. Negação: Muitas vezes, as pessoas negam a realidade de sua própria mortalidade como uma forma de autoproteção. Por certo, a negação é a recusa em aceitar uma verdade desconfortável e, quando aplicada à mortalidade, pode se manifestar como evitação de conversas sobre a morte, minimização da importância do tema ou até mesmo a adoção de crenças que mitigam a realidade da finitude.
  2. Projeção: Indivíduos podem projetar seu medo da morte em outras áreas da vida, transformando a angústia existencial em ansiedades mais palpáveis. Por exemplo, a preocupação excessiva com a segurança física pode ser uma projeção do medo subjacente da mortalidade.
  3. Racionalização: A mente humana busca frequentemente razões lógicas para explicar o desconhecido. O medo da morte pode levar a racionalizações, como a crença em uma vida após a morte ou a aceitação fatalista da inevitabilidade do fim.

Dica de leitura: A importância da Autocomapixão na Experiência de Expatriação

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Falar sobre o assunto é a melhor solução – Imagem: Arquivo Pessoal

Análise Psicanalítica da Angústia Existencial

A psicanálise explora as raízes mais profundas da angústia existencial, buscando compreender como as experiências infantis, traumas e conflitos inconscientes contribuem para a formação do medo da morte. A teoria freudiana destaca a importância da infância na estruturação da personalidade e na maneira como enfrentamos a mortalidade ao longo da vida.

Estratégias Psicanalíticas para lidar com o medo da morte

  1. Exploração do Inconsciente: A psicanálise propõe a exploração do inconsciente por meio da terapia psicanalítica. Assim, ao trazer à tona pensamentos reprimidos e traumas não resolvidos, os indivíduos podem compreender melhor as origens de seu medo da morte e desenvolver estratégias para lidar com ele.
  2. Sublimação: Freud acreditava que a sublimação, a canalização de impulsos instintivos em atividades socialmente aceitáveis, poderia ser uma forma saudável de lidar com o medo da morte. Canalizar a energia emocional para atividades criativas, como arte, música ou trabalho produtivo, não apenas proporciona uma saída construtiva para a ansiedade existencial, mas também contribui para o desenvolvimento pessoal e a expressão individual.
  3. Aceitação da Realidade: A psicanálise encoraja a aceitação consciente da morte como uma forma de enfrentamento saudável. Reconhecer a finitude não apenas reduz a ansiedade, mas também permite que o indivíduo desenvolva uma perspectiva mais madura sobre a existência. A aceitação não implica resignação, mas sim a compreensão lúcida de que a vida ganha significado na confrontação corajosa com sua própria efemeridade.

Concluindo sobre Medo da Morte

O medo da mortalidade é um aspecto inescapável da condição humana, mas a psicanálise oferece ferramentas valiosas para compreendê-lo e enfrentá-lo. Por isso, ao explorar as profundezas do inconsciente e adotar estratégias como a sublimação e a aceitação, é possível mitigar a ansiedade existencial associada à morte. Contudo, a única maneira de lidarmos com os nossos medos é encarando-os. Afinal, se estamos sempre tentando fugir, não nos permitimos nos fortalecer e aprender a superar os momentos mais difíceis.

Nem sempre é uma tarefa fácil, muito menos prazerosa, mas te garanto que o custo de você não olhar para o que te assusta é muito maior do que o custo de olhar e superar. Portanto uma coisa para manter em mente é que esse medo vai estar com você por toda a sua vida, alguns momentos será mais forte, outros você nem vai lembrar que está aí, assim como tudo na vida temos nossos altos e baixos.

Reflexões para o futuro

O importante é compreender que não é possível estar 100% do tempo bem ou 100% do tempo mal. A vida é feita de ciclos, e aceitar que isso acontece e se preparar para as mudanças e percalços da vida é o que vai garantir que você tenha mais dias bons do que ruins.

Muitas vezes quando deixamos nossa família e amigos para trás em busca do nosso sonho, esse medo pode virar seu fiel companheiro. Por isso estar em terapia é importante para viver uma vida mais leve. Para isso, você pode contar comigo! Te convido a conhecer o meu livro Seja Protagonista da sua vida, onde trago práticas para te apoiar na jornada do autoconhecimento.

Para ler outros artigos sobre o tema entre aqui!

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Beatriz Setto Godoy

Olá! Eu sou Beatriz Setto Godoy, mais conhecida como Bia. Uma ítalo-brasileira, apaixonada pelo mundo: por conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes. Tenho formação em Administração, Psicanálise, em Comunicação Não-Violenta e em Programação Neurolinguistica. Sou uma arquiteta de pessoas especialista em comunicação assertiva. Facilito treinamentos na área de comunicação, atendimento, liderança com o foco em criar conexões e melhorar o clima organizacional adquirido nos meus 20 anos de CLT. Com minha experiência de vida ajudo pessoas do mundo todo a se conhecerem para viverem com leveza e sentido. Realizo atendimentos psicoterapêuticos em português e inglês. Criei o Podcast Conecte-se com a sua Jornada, escrevo como colunista de um Blog para expatriadas e para uma revista Espanhola sobre bem estar, a Therapies Magazine e também, sou escritora de livros. Contem comigo!

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