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Vivendo um terremoto

Última atualização do post:

vivendo um terremoto na Croacia

A brasileira aqui, da cidade do Rio de Janeiro, veio parar numa capital super pacífica, sem violência, com uma arquitetura linda, parques sempre bem cuidados, um mar maravilhoso a cerca de uma hora e montanhas inspiradoras.

Isso é Zagreb, isso é a Croácia, escolhida por mim por todos esses atributos que já mencionei e ainda mais um monte que poderia citar. O que eu não sabia era que o país se encontra em área sismológica! Mas porque você não sabia Renata?

Eu não sabia porque tem mais de 140 anos que um terremoto não atingia a Croácia. É, 140 anos! Eu fui premiada gente! A primeira vez, em março de 2020, quando uma das coisas mais esquisitas e difícil de explicar se passou dentro de mim.

Dia 22 de março de 2020 acordei por volta das 06:30 da manhã porque ouvi um barulho gigantesco, que realmente vinha das profundezas da terra. Junto ao barulho veio também o balanço e a tremedeira que fez cair quadro, quebrar copo e me desestabilizar por completo.

O que esperar?

Hoje consigo dizer que em março eu não tinha ideia do que esperar, porque fui pega completamente desprevenida, mas aí veio minha segunda experiência dia 29 de dezembro. Se em março a cidade de Zagreb, sua parte histórica, foi bastante abalada com 5.3 de magnitude, desta segunda vez a cidade de Petrinja e Sisak, muito próximas daqui, foram brutalmente atingidas com magnitude 6.4, também sentidos em Zagreb fortemente.

Se quiserem entender melhor sobre este último terremoto segue o link https://www.theguardian.com/world/2020/dec/29/strong-earthquake-strikes-central-croatia

Enquanto expatriada vinda de um país sem terremoto, você se questiona se não deve voltar para suas raízes. Dessa vez eu chorei, pedi socorro para uma amiga brasileira e fui para casa dela. Meus amigos croatas, também alarmados, e toda uma rede de solidariedade começa a se formar quando todo mundo se liga para saber como o outro está, disposto a ajudar, seja emocionalmente ou fazendo mutirão para ir prestar socorro nas áreas mais afetadas.

Então espere solidariedade! É emocionante, de verdade, ver tanta ajuda, tanta empatia, tanta preocupação com o próximo!

Da minha parte só posso ser grata por ter um circulo de amigos no meu novo país. Sejam brasileiros ou croatas ou até de outras nacionalidades, sei que posso contar e esperar, no mínimo, uma palavra reconfortante.

Para isso minha gente, lá no início, quando você se muda, é preciso logo partir para seu processo de ambientação na terra nova, se integrando e conhecendo gente. Falo um pouco sobre isso em um outro artigo que escrevi para o blog sobre as dificuldades na vida expatriada.

Leiam aqui: As 3 maiores dificuldades na vida de expatriada

O que aprendi vivendo um terremoto

vivendo um terremoto
Vizinhança na rua aguardando tremores passarem – acervo pessoal

Coisas deste tipo une pessoas. Mesmo as desconhecidas, como é o caso da foto que tirei em frente do meu prédio, se unem. Trocam sensações em busca de conforto, ligam para seus amigos e familiares, ajudam os mais velhos ou distraem as crianças de outras pessoas. Mais uma vez posso citar a palavra solidariedade. Mesmo em idiomas diferentes, o ser humano se solidariza, seja com um sorriso ou uma tentativa de comunicação qualquer. Vivi isso na pele dessa vez e confesso que estou emocionada escrevendo o texto.

Também aprendi sobre terremotos. Você passa a estudar para se prevenir. Embora não seja possível prever um terremoto, você se sente mais seguro entendendo como as coisas funcionam e se organiza. A sensação de descontrole, de não saber o que fazer ainda vai ocorrer nos instantes iniciais, mas você passa a ter uma certa confiança de como agir e seu cérebro já processo mais rápido.

Desde dia 29 de dezembro ainda estamos diariamente recebendo alertas de aftershocks. Tivemos o terremoto de magnitude 6.4, depois aftershocks de 5.0 e vários de 3.2, 2.7, 1.6 e assim por diante. Diante disso, aprendi que passa e não me abalo e nem saio de casa quando sinto os súbitos movimentos do prédio. Fui em busca da síndica daqui e soube que o prédio sustenta até 7.2 de magnitude, então também me tranquilizei.

Por fim, com a ajuda de amigas, recebi uma lista de coisas que devemos deixar numa mochila sempre pronta caso seja necessário evacuar. A minha está prontinha, pendurada ao lado da porta de casa.

Leiam mais textos da autora aqui

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Picture of Renata Castro

Renata Castro

Psicóloga clínica, especializada em Terapia Cognitiva Comportamental, carioca, mãe de 2 amores de 4 patas. Deixei meu consultório no Rio de Janeiro e vim morar na Capital da Croácia, Zagreb. Hoje atuo com atendimentos online.

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