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Entrevista com Cíntia Romano: adaptação e transição de carreira

Última atualização do post:

"Familia na Mala" rumo a mais uma aventura - Imagem: Arquivo Pessoal
"Familia na Mala" rumo a mais uma aventura - Imagem: Arquivo Pessoal

Cintia é casada com Marcos e mãe de dois filhos, Eduardo e Ângelo. Nossa entrevistada também é advogada especializada em assuntos relacionados à aquisição da cidadania italiana, e atualmente está fazendo uma transição de carreira para a área de tecnologia da informação (TI).

Como autora de livro infantil, escreveu uma fábula sobre imigração. No livro, aborda de forma sensível e esclarecedora assuntos como mudança e o ciclo da adaptação em um novo lugar. Fala sobre idioma, clima, cultura, integração ao novo ambiente, além das saudades da família e dos amigos. Seu livro, O Passarinho que Mudou de Ninho, foi publicado em 2019 por uma editora de Lisboa, em português, inglês e espanhol. Muito bem recebido no mercado, hoje já está em sua segunda tiragem.

Cíntia é uma mulher inspiradora, dedicada e, acima de tudo, destemida e desbravadora. Com a “Família na Mala“, saíram de São Paulo e ancoraram em Berlim, depois em Lisboa e atualmente estão levantando a ancora para um novo destino, novo ciclo, novos ares e novas conquistas.

Tenho certeza de que vocês irão gostar de conhecer esta história inspiradora de mais uma brasileira guerreira!

Boa leitura!

KB – Cíntia Romano como você se apresentaria às nossas leitoras?

Olá! Eu sou a Cintia, criadora da “Família na Mala” (no Instagram e YouTube) e autora do livro “O Passarinho que Mudou de Ninho”. Tenho 41 anos e nasci em São Paulo, capital, onde vivi até os 36 anos. Sou advogada, mas recentemente fiz uma transição de carreira para a área de tecnologia. Eu sou muito curiosa, estou sempre buscando coisas novas para ler e aprender. Amo estar com a minha família e explorar o mundo com eles.

Cintia Romano em transição de carreira
Viajar o mundo para conhecer novas culturas, um sonho pessoal – Imagem: Arquivo Pessoal

KB – Quando e como surgiu a ideia de mudar de país pela primeira vez?  

CR – Sempre tive o sonho de conhecer novos lugares. Lembro que desde pequena olhava o mapa-múndi no atlas e imaginava a vida em outros países. Na adolescência, queria viajar e fazer intercâmbio, mas nunca tive condições para isso. Em 2016 fui atrás da minha cidadania italiana e a do meu marido, e o sonho ficou possível. Mas, somente em 2017 conseguimos imigrar. Foi quando meu marido recebeu uma proposta bem legal de trabalho na Alemanha e embarcamos nessa aventura, indo morar em Berlim.

KB – Conta pra gente sobre essa transição de carreira que você vem fazendo desde que saiu do Brasil, como funcionária pública, até os dias de hoje, como expatriada e numa nova profissão?!

A questão profissional sempre foi uma grande preocupação para mim ao imigrar. Eu sempre fui funcionária pública no Brasil, tinha uma carreira estável e, de repente, precisei abrir mão disso para viver um novo sonho. É muito difícil recomeçar. E acho que, principalmente para nós mulheres, o desafio é maior.

Cheguei na Alemanha sem falar uma palavra em alemão e tive que aprender para me virar no dia a dia com professores, médicos e a vida em geral. Depois que aprendi, voltei a trabalhar de forma remota com consultoria em cidadania italiana.

Foi muito bom voltar à ativa, mas ainda não estava feliz. Foi aí que meu marido começou a me incentivar a começar a estudar tecnologia. Então, em 2019 iniciei meus estudos na mesma área dele: segurança da informação. É uma área que fez sentido para mim, porque existem assuntos relacionados ao Direito onde a TI ajuda muito, e está sendo uma experiência positiva.

KB – Nos conte como você organizou sua vida profissional ao sair do Brasil?

Assim que decidi sair do Brasil, pedi uma licença não remunerada do meu trabalho. Isso me deu mais segurança para imigrar, pois se algo desse errado, poderia voltar para o Brasil e para o meu emprego. Mas, o tempo foi passando e tudo correndo bem, até que pedi exoneração do cargo em 2020. Não penso em voltar ao Brasil para morar, pelo menos não por enquanto.

Por outro lado, eu sempre gostei de tecnologia e, estando na Europa, onde o profissional de TI é bem valorizado, decidi estudar algo que eu gostasse e que me possibilitasse ingressar novamente no mercado de trabalho. Ainda tenho um menino pequeno que demanda bastante, então optei por trabalhar em projetos independentes e de forma remota, para ter mais autonomia de horário e de prazos de entrega. Sinto que tenho uma boa caminhada para alcançar o que quero, mas é questão de tempo. Sou muito exigente comigo mesma, mas o processo de imigração me ensinou sobretudo a ser resiliente e paciente.

Cintia Romano - expatriada autora de livro infantil
Cintia Romano, inspirada em seus filhos, lançou livro infantil sobre imigração- Imagem: Arquivo Pessoal

KB – Como nasceu a ideia do teu livro ” O Passarinho que Mudou de Ninho”? 

Eu escrevo muito desde pequena e, a partir da minha experiência com meu filho Eduardo na Alemanha, nasceu meu primeiro livro “O Passarinho que Mudou de Ninho”, uma fábula que mostra o processo de imigração, sob a perspectiva de uma criança, com ênfase nas dores, na saudade e na descoberta de novas alegrias. Tenho mais alguns livros quase finalizados, mas ainda não consegui dar seguimento a esses projetos. Sem rede de apoio é um desafio enorme conseguir fazer tudo, mas espero conseguir em breve publicar mais um.

KB – Como você administrou a adaptação das crianças ao novo estilo de vida, novas culturas e novas línguas?

O aprendizado da língua local sempre foi uma preocupação minha. O Eduardo tinha 5 anos recém completos quando mudamos para Berlim, na Alemanha. Ensinei a ele algumas palavrinhas básicas para os primeiros dias de aula, pois eu também não falava alemão. Ele entrou no Jardim de Infância sabendo apenas pedir água, pedir para ir ao banheiro, e dizer se tinha alguma dor.

Mas as crianças surpreendem e quase seis meses depois, ele já falava bem o alemão e até me ajudava! Acho que a experiência na Alemanha, embora desafiadora, foi importante, pois quando mudamos para Portugal ele se adaptou rapidamente a tudo. O Ângelo, meu filho mais novo, já nasceu aqui e começou a frequentar a escola há pouco tempo. Percebi que ele mistura o português do Brasil com o de Portugal. Mas eu gostaria que ele aprendesse as diferenças de cada variante, pois em casa falamos português do Brasil e queremos mantê-lo como língua de herança.

KB – Como surgiu a oportunidade de morar em Lisboa?

A empresa na qual meu marido trabalhava na Alemanha tem um escritório em Portugal e no final de 2018 surgiu uma vaga na área dele em Lisboa. Assim, em janeiro de 2019 viemos conhecer o país, gostamos, avaliamos os prós e contras da mudança e decidimos aceitar a proposta no mês seguinte.

KB – Agora a “Família na Mala” vai se mudar novamente. Quais os critérios para a escolha do novo destino, e se já puder divulgar, qual será a nova bandeirinha de vocês? 

Estamos morando em Portugal há quatro anos e, apesar de gostarmos muito daqui, há coisas que também nos incomodam. Quando decidimos sair do Brasil, nossa prioridade era buscar melhores oportunidades para os nossos filhos, e isso inclui o futuro profissional deles. Então decidimos que chegou a hora de arrumar as malas novamente. Ainda estamos resolvendo as questões burocráticas da mudança, pois não será um país da União Europeia (então precisaremos de visto). Sendo assim, prefiro esperar para dizer o destino quando tudo estiver confirmado. Mas posso adiantar que é um dos países de língua inglesa. Queremos fazer uma imersão na língua, para que os meninos fiquem fluentes no idioma. Acho que será importante para o futuro deles.

KB – Cíntia, alguma dica para nossos leitores sobre vida profissional e maternidade na expatriação?

As melhores dicas que posso dar, após morar no Brasil, Alemanha e Portugal, e já estar de mudança para um outro país, são: desapegue-se de todo o excesso, as melhores coisas da vida são experiências. Aprenda inglês, pois mesmo em Portugal é valioso falar uma segunda língua para uma melhor posição profissional. Seja flexível para se reinventar profissionalmente. O processo não é o mais fácil do mundo, mas pode ser incrível. Contudo, viver fora do Brasil não é um mar de rosas: todos os países têm coisas boas e ruins. Não se esqueça de pesquisar bastante, fazer um bom planejamento, especialmente se tiver filhos. Ser mãe no exterior é bom, pela segurança e educação que proporcionamos às crianças, mas pode ser uma jornada muito solitária e desafiadora, já que não temos rede de apoio. Colocar os prós e contras no papel e reduzir as expectativas é o segredo.

KB – Qual o teu “mantra”, o que te guia pela vida?

Acho que o que me guia pela vida é buscar novas experiências ao lado da minha família. Proporcionar aos meus filhos segurança, educação de qualidade, diversidade cultural. Ensiná-los o gosto pela descoberta, aventura e sobretudo pela liberdade.

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Kelly

Casada há 21 anos, 39 anos, Mãe da Zoe (5 anos) e do Hiram (9 anos). Ex bancária, formada em Contabilidade, ex-sócia e proprietária da empresa Brazil Country Boots, fui por 3 anos Travell Planer na agência de viagem hm miles and tour e atualmente estou em transição de carreira em Dublin na Irlanda. Com experiência e memórias de 5 países onde morei e tenho na bagagem: Itália, Inglaterra, Austrália, Portugal e atualmente Irlanda. Venho compartilhar com vocês experiências de mãe para mãe e a vida de uma expatriada pelo mundo.

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