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Maternidade Brasileira no Exterior

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Minhas prospectivas de desafios e adaptações culturais eram completamente diferentes das que tenho nos dias de hoje, agora que sou mãe. Meu estilo de vida também é um tanto quanto diferente comparado com o que era antes da chegada da minha filha.

Maternidade brasileira no exterior
Dan, Claudia e Clarisse – arquivo pessoal

Eu costumo sempre dizer que nós mães somos iguais e ao mesmo tempo completamente diferentes e é isso que nos torna especiais. Sempre vai haver coisas em comum e nossas particularidades na maternidade, já que somos seres únicos. Além disso temos outros fatores, como: famílias, costumes, o local geográfico onde nascemos e onde estamos vivenciando essa jornada materna. Tudo isso junto e misturado faz de nós sermos quem somos: únicas e especiais.

Como foi a minha gestação

A minha gestação foi tranquila, apesar dos desafios que toda mulher passa, como dor nas costas, cansaço, além da diabetes gestacional. Já não é novidade para muitas mães que o estilo e atendimento médico aqui nos Estados Unidos é diferente do que o do Brasil.

O contato com os médicos aqui é mais distante, e o número de ultra-sons que você faz é menor que no Brasil. O parto cesáreo normalmente só é feito em último caso, que implique o risco da saúde do bebê e da mãe. Independente do tipo de parto que você tenha, o médico chega somente e praticamente para fazer o parto. As enfermeiras e os médicos plantonistas são os que vão assistir o seu processo de evolução de parto.

É comum também, não ter um médico exclusivo, por exemplo: uma clínica tem cinco obstetras e todas as vezes que você vai na consulta você não ver necessariamente o mesmo médico, da mesma forma é o parto. Aqui, cada estado tem sua própria cultura e estilo, estou relatando com base na minha experiência vivida em Denver.

Para a mulher e mãe que mora aqui no Estados Unidos o desafio de adaptação pode iniciar desde a gravidez, já que muitas coisas acontecem de formas diferentes. Para mim, sem dúvida foi uma segunda adaptação. 

Depois do nascimento

Depois que o bebê nasce dobra o trabalho. Eu ainda não havia mencionado, mas aqui não é comum ter ajuda profissional dentro de casa como no Brasil. Geralmente, as pessoas aqui, fazem todos os afazeres domésticos: lavar roupa, dobrar, passar, fazer comida, limpar a casa, cuidar da grama e do jardim, tirar o lixo, e agora, também todos os afazeres maternos. 

Já ouviu falar em exaustão materna? Então, acredito que é possível compreender com clareza porque isso acontece, já que essa mulher tem de conciliar os trabalhos profissionais, domésticos e agora maternos. Noites mal dormidas, amamentar, troca de fraldas, acalentar o choro, promover o desenvolvimento físico e motor do bebê, tudo isso também demanda tempo e energia da mãe.

E a mãe que mora no exterior muitas vezes não tem rede de apoio. As minha experiências me transformaram, na mãe, mulher e profissional que sou hoje. É possível mesmo com esse turbilhão de coisas acontecendo ao mesmo tempo viver uma maternidade leve e tranquila no exterior. 

Outra coisa, aqui não existe restaurantes que oferecem parquinhos assistido, com funcionários contratados pelo o local cuidando das crianças o que é comum no Brasil, pelo menos em Fortaleza. Pagar babás aqui é caro, principalmente se for esporádico e à noite. Eu particularmente, só deixei a minha filha com babá, que eu já conhecia e confiava uma vez, as outras vezes contei com amigas (rede de apoio).

Como podem imaginar as nossas saídas sem ela não eram frequentes. Aqui é comum, as mães usarem websites para contratar babás, que elas não precisam necessariamente já ter uma relação com a família ou com a criança.

Vida adiante

Portanto, para a mãe que está lendo o meu texto, não existe o voltar a vida como era antes. Existe uma vida daqui em diante. É possível ter um pouco do que era antes e juntar com o novo e viver uma outra realidade. Quando você entende isso na prática, a ansiedade do inicio de adaptação da vida materna passa.

É normal ter medo e se sentir desconfortável com o desconhecido, mas quando entendemos de onde vem e o porquê, passamos a controlar esses sentimentos ao invés de deixar que eles nos controlem. 

As mães expatriadas carregam em si uma forte resiliência sendo capaz de ver e viver com uma amplitude que elas às vezes nem imaginam ou conseguem apreciar. Todo desafio nos traz aprendizado, cabe a nós assimilar o conhecimento e evoluir como seres-humanos. Afinal, morar no exterior nos oferece muitos benéficos também.

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Claudia Stendahl

Sou de Fortaleza- CE, formada em jornalismo. Filha caçula de 4 filhos. Já morei no Canadá, onde conheci meu marido, no Chile, e em alguns estados aqui nos Estados Unidos, como Flórida, Colorado, e atualmente no Texas. Moro fora do Brasil desde 2008. Tenho certificação em Teaching English as a Foreign Language (TEFL), formação em Coach Internacional pela Professional Coach Aliance (PCA) e Coach Materno pelo Instituto Te Apoio. Trabalho ajudando mães a realinhar as velas dos seus barcos e usufruírem de uma maternidade leve e simples. Mãe da Clarisse e casada com o Daniel. Adoro a praia, mas também gosto das montanhas. Gosto de viajar e saborear uma boa comida e vinho. Sou uma pessoa grata pelas amizades que construí ao longo da minha jornada internacional.

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